Gastos com Educação 10% do PIB

 

Muitos dos nossos partidos querem aumentar os gastos com educação para 10% do PIB.

100% dos brasileiros acham que a solução para o Brasil é mais e mais educação.

Discordamos. Pretendemos dar mais educação com menos %.

Pesquisa do Ipea mostra:

37% dos professores nas piores escolas, normalmente as públicas, faltam às aulas em média.

39% das aulas efetivamente dadas não foram dadas pelo professor responsável (e qualificado).

Dado tudo isto, somente 55% dos alunos assistem às aulas em média.

Multiplicando tudo isto, os alunos aproveitam somente 1/3 do que é dado, ou seja 33%.

Destes 33%, como a nota mínima é a média de 5, com 50% do aproveitamento, o ensino efetivo cai para 17%.

Do que eles efetivamente aprendem 50% é esquecido dois anos depois e o rendimento efetivo a longo prazo cai para 8%.

E deste conhecimento pode-se acrescentar que somente 10% é realmente útil, e 90% é desnecessário ou pura doutrinação da elite no poder.

Dependendo de quanto você acha que sua educação foi útil, sobra 0,8%. Ou seja, nada, algo que você já suspeitava.

Portanto, você decide.

Quer aumentar os impostos para podermos gastar 7 a 10% em educação?

 

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Comentários

9 Responses

  1. Fenômeno semelhante observou-se na Índia, onde a ineficiência de muitas escolas públicas levou a uma explosão do número de escolas particulares direcionadas ao público de baixa renda. Cá entre nós, creio que a instrução pública (separemo-na do conceito “educação”, que me parece algo mais amplo e profundo) pode ter um papel importantíssimo no desenvolvimento brasileiro, como teve, aliás, tanto no desenvolvimento tecnológico do Japão e dos Tigres Asiáticos e no fortalecimento da harmonia social e da ética desses países (nem tudo que a “Elite” ensina é necessariamente ruim, depende da Elite, que por sua vez, depende do Povo). O problema é que nós, brasileiros comuns-diferentes nisso dos políticos e líderes religiosos que brigam para que suas ideias sejam apresentadas aos jovens brasileiros como verdades absiolutas às expensas dos cofres públicos- ainda não decidimos que tipo de instrução queremos para as crianças brasileiras, quanto estamos dispostos a sacrificar por uma instruçaõ de qualidade (incluindo tempo para acompanhamento familiar) e nem como alcançá-lo (ou não estamos dispostos a enfrentar as diversas ações entre amigos que se interpuseram entre nós e os objetivos que dizemos ter.

  2. Kanitz,

    O seu título deveria ser “Antes de aumentarmos os gastos com ______ devemos administrar melhor _________ “.

    Nós somos o país da ineficiência. Gastamos mal em educação, saúde, transporte, segurança. Perdemos dinheiro para a corrupção e para a má administração. Qualquer aumento de gastos em qualquer coisa no Brasil será dinheiro jogado fora (exceto se o dinheiro sair de algo muito ineficiente para algo ineficiente).

    Especificamente na educação, tenho a impressão que, do jardim da infância até a conclusão do ensino superior, somos educados por pessoas de outro planeta, que de longe observaram a Terra. Daí, quando caímos no mundo real, ficamos chocados com a disparidade.

    Fui doutrinado a pensar : que as empresas são más, que greve é bacana, que empresário é o capeta, que o Greenpeace salva os golfinhos, que Cuba é o paraíso onde as doenças foram erradicadas, que ensino bom é o público, que proteger a indústria local faz o país enriquecer, que o SUS é perfeito.

    Reformar o Sistema Educacional Brasileiro é pouco, acho que deve ser demolido e construir algo novo em cima (hipérbole).

    Exemplo: as 100 maiores empresas de cada setor da economia deveriam se reunir e chegar num consenso sobre o que deve saber um jovem de 17 anos que concluiu o ensino médio (ou um de 21-22 que concluiu o ensino superior). Porque um professor universitário (ou 100 deles) é mais capacitado para definir diretriz educacional do que as pessoas (ou instituições) que vão CONTRATAR os ex-alunos ???

    A Escola e a Universidade brasileira, com algumas exceções, se trancaram num castelo e jogaram a chave fora. O resultado é a avalanche de recém formados tristes por estarem despreparados.

  3. Kanitz,

    Entendo que a questão da educação está dividida em (pelo menos) duas
    dimensões:

    1ª) cultural: que é do que trata o seu texto, penso eu. Essa dimensão engloba
    pontos como, por exemplo: as pessoas, incluindo os professores, não dão a
    devida atenção e importância à educação. Os pais não acompanham os filhos no
    colégio (final, ninguém tem tempo para isso…), os filhos não compreendem o
    sistema e é normal a ocorrência de elevado número de faltas e da evasão escolar (a escola passa conteúdo, mas não tem instrumentos adequados para ir, além disto). Os governos e o setor privado (é bom que se diga) não valorizam o
    professor, que detém o título de profissional de nível superior com a pior
    remuneração, o que reduz drasticamente a atração de grandes talentos. De modo geral, ser professor é a última opção de qualquer profissional.

    2ª) estrutural: as escolas públicas se tornaram ambientes degradantes.
    Conheço escola pública, em bairro de classe média alta em Brasília, que poderia
    ser bem descrita (com algum exagero é verdade) pela música “A casa” de Vinícius de Moraes; outra escola pública que conheci em Aracaju me remeteu à
    imagem do estábulo da fazenda de meu avô. O quadro é absurdo: a infraestrutura é precária (instalações depredadas, iluminação inadequada, carteiras quebradas e em quantidades insuficientes etc). Não existem laboratórios, as bibliotecas são vergonhosas, a prática de esportes é uma atividade deprimente diante da falta de equipamentos e de espaços adequados.

    Surge, então, aquela velha máxima: o povo tem acesso à escola ruim porque
    lhes falta cultura ou lhes falta cultura porque a escola é ruim?

    O fato é que as escolas públicas (com raras exceções) se tornaram locais
    inapropriados para menores. É refúgio para traficantes e espaço livre para
    drogados. São verdadeiros prédios abandonados com lixo se acumulando por todos os lados e o mato avançando em todas as direções. As escolas públicas (vale frisar bem: com raras exceções) se tornaram espaços onde os pais mais conscientes certamente, se acompanhassem melhor a vida escolar de seus filhos, os proibiriam de frequentarem. Definitivamente, essas escolas não são o lugar mais adequado para se preparar a próxima geração de um país que quer assumir papel de destaque no cenário internacional.

    Seja como for, a escassez de recursos efetivamente APLICADOS é uma parte
    importante do problema e creio que mais recursos podem, potencialmente, ajudar a melhorar as escolas e isso me deixa confortável para defender qualquer proposta de aumento de investimentos no setor. Contudo, para melhorar a educação propriamente dita, é necessário agir no sentido de mudar a percepção e a compreensão que se tem sobre a escola e sobre o papel de cada um no processo de educação (escola, sociedade, professores, pais e alunos). É preciso mudar a cultura.

    Felipe,

    O modelo de escola que conhecemos hoje nasceu no fim do século XVIII e
    começo do século XIX, na Prússia. Seu objetivo era evitar as revoluções que ocorriam na França. Ele incluía alguns princípios do iluminismo para satisfazer o povo, porém manteve o regime absolutista. A escola prussiana se baseava na forte divisão de classes e castas. Sua estrutura, herdada do modelo espartano, fomentava a disciplina, a obediência e o regime autoritário. Por isso este modelo se tornou rapidamente o preferido pelos países totalitários que trataram de enviar seus educadores para serem capacitados na Prússia. Muitos países importaram esse modelo como sendo de uma escola moderna com o discurso de acesso a educação para todos, elevando a bandeira da igualdade, quando justamente a própria essência do sistema provinha do despotismo, buscando perpetuar modelos elitistas e divisão de classes.

    Deste modo, penso que é necessário e urgente definirmos o modelo de escola
    de que necessitamos. O modelo que está aí não atende aos propósitos de um país com as ambições que possui o Brasil.

    Estamos inseridos num turbilhão de acontecimentos e tudo muda o tempo todo.
    Os conhecimentos, assim como as tecnologias e os produtos, se tornam obsoletos rapidamente! Não creio que os empresários possam ser encarregados de definir os conteúdos que devem ser ensinados na escola. Mesmo porque, esses conteúdos são tão voláteis quanto o éter, como já descrevi. Faz mais sentido que o esforço da escola seja concentrado em preparar as pessoas para obter o conhecimento necessário a cada momento. Seria uma releitura de outro velho ditado: “não dê o peixe, ensine a pescar”.

    O debate é bom e necessário. São vários pontos de vistas e é por meio desses
    debates que vamos construindo uma compreensão cada vez maior sobre os grandes temas deste país.

    1. Sandro,
      O problema do Sistema Educacional Brasileiro é bem complexo, e o caminho para soluções começa com o debate entre ideias com análise dos problemas.
      Quanto às empresas/instituições definirem o conteúdo educacional, acho que elas deveriam ser pelo menos ouvidas. Frente às contínuas mudanças do mundo, tecnologia e produtos, faz-se necessário um feedback contínuo também daqueles que contratam – a começo da linha de formação de pessoas deve ter o feedback do final para que os erros sejam continuamente tratados.

  4. Professor… com a sua permissão vou ilustrar melhor para os que ainda possuem alguma dúvida. Aconteceu ontem em Porto Alegre.

    Mataram Nosso Guarda.

    Com essa frase a diretora e alguns auxiliares da Escola Estadual Paraíba localizada na zona sul da capital gaúcha aguardavam centenas de alunos, pais e transportadores na manhã de hoje para informarem que – mais uma vez não haveria aula.

    Com o máximo respeito aos familiares da vítima, o vigilante que foi assassinado – fora do horário de trabalho na escola – nessa madrugada em um posto de combustíveis da mesma região da cidade e, as convicções da diretora e seus auxiliares, mas a desproporção do fato é gritante! Gostemos ou não a morte faz parte da vida e um agente público não pode dispor de poder discricionário ao ponto de arrasar a organização de centenas e paralisar as atividades de outras dezenas(todos agentes públicos) em serviço.

    Na rua de acesso à escola o semblante de perplexidade e revolta, menos pela violência da morte do vigilante, que desordenadamente é cotidiano social e que de fato poucos conheciam, mas mais pelo desastrado decreto diretor. Era visível o descontentamento já que a escola ampara a organização diária de um sem número de famílias que muitas vezes tem no período escolar, ou seja, na ausência das crianças em casa, o único tempo disponível para seus afazeres. A escola tem alta prioridade na organização familiar!

    Infelizmente essa é mais uma demonstração da atitude antiquada e egoísta de agentes públicos que exercem a importante função de educadores. Só para constar, nos meses de outubro e novembro deste ano, a mesma escola já decretou a ausência de aulas em mais de 1/4(um quarto) do período letivo sob as mais diversas justificativas, que vão de “cursos” e “reuniões” relâmpago até feriados prolongados imotivados: um abuso!

    Gostaríamos que a SEC(secretaria de educação do estado do RS) mais uma vez não se omitisse corroborando com a atitude utilizada pela direção da escola quando ao finalizar o informe dessa manhã – “justificava” – novamente – a ausência de aulas com a expressão: “espero que compreendam”.

    Pudera eu traduzir aqui, em face, essa expressão.

    Cordialmente,

    Frustrado(s) Pai(s) de Aluno(s)

  5. Que bela manipulação aleatória de números. O aumento dos investimentos em educação serviria para superar vários destes problemas. Rico faz de tudo para não ter de pagar impostos, até menosprezar a educação pública.

    1. Vc deve ser mais um destes socialistas que acredita que dinheiro da em árvore. Quem paga imposto é o consumidor, rico ou pobre, como rico consome mais logo rico paga mais imposto. A educação no Brasil é um lixo pela ideologia socialista que os professores pregam nas escolas tanto publicas como nas privadas.

      1. Meu caro, rico no país paga mais imposto? sério mesmo?? Vai estudar um pouco e não fique falando besteiras…. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo exatamente por que os mais pobres são mais tributados que os mais ricos….

  6. Prof. Kanitz, estes números são bem expressivos da ineficiência das escolas brasileiras. O ensino no Brasil foi tomado pela ideologia socialista no modelo previsto por Antonio Gamsci. Pretende transformar a sociedade quando devia transmitir os conhecimentos fundamentais para o aluno aprender a pensar e formar seu conhecimento para poder ser produtivo para si e para a sociedade. O sistema construtivista usado no Brasil destrói o senso comum e seus valores. É uma escola para implantar o socialismo, coisa que está sendo feita com perfeição pelo PT embora sempre tivemos somente governos socialistas após os militares. Qualquer ideologia nunca ensina nada apenas doutrina seguidores.

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