Taxar Lucro é Roubo

Mês passado decidi tomar a pílula vermelha, e estou abismado como o verdadeiro mundo é outro.

Por exemplo, sempre achei que o imposto sobre lucro fazia parte de um sistema tributário lógico.

Não é, taxar lucros das empresas mais eficientes é um tiro no pé.

É mais imposto no ano corrente, mas menos impostos para os digamos próximos 30 anos de IPI e ICMS menores, porque parte do lucro não foi reinvestido.

Por que economistas fariam uma troca tão desvantajosa a curto prazo?

E a gente esquece que no fundo o lucro já foi taxado uma vez porque lucro nada mais é que receita taxada, que sobrou depois das despesas.

Não se pode taxar a mesma coisa duas vezes, o valor como receita e o mesmo valor como lucro. Está na Constituição.

Lucro não é físico, é uma subtração de todas as receitas, menos todas as despesas.

Ou seja, a parte das receitas que iremos considerar lucro, já pagou IPI, ICMS, e monte de outros impostos.

O fato de que damos um nome especial para as receitas que superam as despesas, não é fato gerador de imposto.

Taxar lucro é considerado a via “cínica” de arrecadação porque você procura como alvo aqueles que mais poderão pagar e menos irão reclamar.

Empresas com prejuízo não pagam. Empresas eficientes pagam dobrado, ou até mais.

Mas dando uma pesquisada por aí, a simples ideia de que taxar lucro é dupla taxação não é mais discutida.

Faz parte do mundo azul.

Estamos cercados por todos os lados à espera calmamente pelo imposto sobre grandes fortunas, que virarão médias fortunas, pequenas fortunas e pobreza.

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Comentários

17 respostas

    1. Exato. Pobre não tem como correr, pois é descontado “na fonte”. Já os Milionários e Bilionários simplesmente sonegam. Brasil é Paraíso Fiscal para os que não vivem de salários…

  1. Excelente artigo! Aliás, o lucro já é taxado via CSLL, cada 3 meses! Ainda querem taxar mais uma vez?

    É o que sempre falo: Queria comprar ações do governo, pois ele é o sócio mais “experto” das empresas: Quando dão prejuízo, o governo não faz nada, quando dão lucro, toma seu quinhão!

    Ahh, como devia ser boa a época do “quinto dos infernos”! Se Tiradentes soubesse o que vinha pela frente neste país…

  2. I.R. segue a mesma lógica, é duplo imposto. Uma discussão extremamente interessante, entorpecido, aceitamos como justo. É sempre mais uma forma de Estado ser maior, não mais eficaz.

  3. Não é sobretaxar o lucro das empresas eficientes Kanitz; Isto estupidez, conforme seu raciocínio matemático, rápido e claro aí no Post. É taxar o lucro que vai para a conta pessoa física dos acionistas; taxação que irá financiar de modo saudável a educação, a saúde e para aliviar o sofrimento de tantos brasileiros que vivem na absoluta penúria.
    Peço que você leia o relatório que a Oxfam Brasil publicou esse ano: “Lucrando com a dor”
    Grato,
    Augusto Barbosa Lima

    1. Você realmente acredita que mais esse imposto vai solucionar os problemas de prestação de serviços estatais? Como garantir que não virará mais dinheiro no bolso de burocratas e populistas visando à eleição? E se caso esse novo imposto não resolva o que propõe, haverá alguma punição ou restituição? E como assegurar que mais este imposto não será repassado justamente para a população que faz a economia roda ao consumir os produtos e serviços das empresas privadas?

      É muita boa vontade com políticos!

  4. Caro Professor, ao longo de minha vida profissional encontrei pelo caminho muitos defensores ,ferrenhos, de tal taxação.
    Concordo plenamente com seu posicionamento. Devo acrescentar; mais grave é o sentimento de “vingança” ao lucro.
    Como se fosse um desaforo social. O sentimento,já secular, dos incompetentes. O lucro é obsceno, bravejam especialistas , no entanto, salários milionários e vantagens públicas não o são. Descaso e mal uso do dinheiro público não é objeto de tais especialistas. Não há sequer vergonha social de “usarem” dependências públicas cujas calçadas são freqüentadas por cidadãos que viveriam por todo mês com a lagosta que consomem no almoço.
    Menos impostos, mais honestidade do funcionalismo público é igual a mais distribuição de renda.
    Dirão alguns que os “bancões” cada vez mais tem lucros exorbitantes. Talvez se houvesse mais afinco dos “vigilantes” teríamos salvo a concorrência dos pequenos.
    Dependendo da cor da pilula,muitos já se preparam para labutar em outras paragens.
    Bancões? Não. Com todo respeito, são ótimos administradores. Tradicionalmente e historicamente sabem como lidar com os “Lagostas boys”. Não importa a cor da pilula.
    Enfim, abraços

  5. Subscrevo-me, caro Prof Kanitz!
    E mais:
    Quando um povo vive na pobreza, a culpa é majoritariamente do Estado. Quando um povo vive na riqueza, o Estado costuma não ter nada a ver com isso.
    O Warren Buffett afirma que ele se tornou um dos homens mais ricos do mundo porque nasceu nos EUA e não em outro lugar.
    Antes, o Estado de um povo rico não atrapalha. Por fim, certos Estados que mostram certa eficiência até contribuem. Como o governo de um determinado distrito americano que oferece curso de inglês gratuito para domésticas estrangeiras no final do expediente. Na história que li, uma doméstica brasileira trabalhando nos EUA, ao aprender inglês assim, com muita força de vontade própria, posteriormente foi convidada a trabalhar para um casal americano que foi morar na Áustria. Depois de um tempo, esta doméstica brasileira, viajada, com dólares e euros acumulados, falando inglês e arranhando alemão, voltou para a sua cidade natal no Brasil e abriu uma escola de inglês!

  6. Parabéns, Prof. Kanitz!
    Sua frase ” a gente esquece que no fundo o lucro já foi taxado uma vez porque lucro nada mais é que receita taxada, que sobrou depois das despesas” é uma aula.
    Me fez lembrar uma frase de Ronald Reagan:
    “A empresa vai bem? Imposto nela! Ela insiste em ir bem? Dá-lhe regulamentação! Quando, finalmente, ameaça quebrar, dá-lhe subsídios!”
    Quanto à taxação de grandes fortunas, é só estudar o fracasso de François Hollande na FRança, que fez isso, e grande parte dos milionários se mudaram para outros países, inclusive o ator-símbolo da França, Gerard Depardieu. Surtiu um efeito contrário, a economia afundou.
    Abraço!

  7. Mau caro Professor Kanitz ! No Brasil, dada a ENORME cascata de impostos e taxas concordo com sua posicao. Mas lembremo-nos que o Imposto sobre Lucro e Renda tem origem em outros paises . Tomemos os US como exemplo, onde a maior fonte de arrecadacao do governo e’ a taxacao de Renda e Lucro: la nao existe a EXCRESCENCIA de PIS , COFINs , IPI , IOF , Aliquota Social sobre Lucro e a enormidade de taxas que ao longo dos nos foi criada em nosso pais ./Os municipios somente arrecadam Imposto Predial , que e’ usado para pagar Policia ,Escolas , Bombeiros – isso vem indicado na fatura. Os Estados recolhem um Imposto sobre vendas (um “ICMS”) de valor fixo por estado – na Florida e’ 7% e uma taxa de registro de veiculos (nao existe IPVA) fixo que independe do valor do carro . Em media o cidadao paga por ano perto de US$100 por veiculo. O que se ve no Brasil ‘e uma orgia de taxas e impostos cuja maioria incide sobre o consumo (igual tanto para pobres como ricos ) chegando ao absurdo do ICMS que eleva o custo de Energia Eletrica em quase 50% . Entao acho que o que esta’ errado nao e’ taxar lucro e rendas (o Imposto de Renda foi criado em 1922 e sua maior aliquota erta 8%) – mas sim a ladroagem que sao as taxas e impostos em cascata que nossa “Democracia” brasileira criou .

  8. Parabéns Professor. Gosto muito das suas ideias e postagens, aprendo muito. Mas, os comentários de hoje mostram o quanto o Senhor contribui nesta comunidade. A diversidade de conhecimento é uma maravilha

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