Antigamente, as empresas em recessão ou em maus momentos priorizavam seus pagamentos na seguinte ordem:
1. Os empregados e trabalhadores, sem dúvida.
2. Os fornecedores de matérias-primas.
3. Os bancos que financiam capital de giro.
4. Os bancos e fornecedores que financiam equipamentos.
5. O governo e seus impostos. E,
6. Em último lugar, se sobrasse dinheiro, os dividendos dos acionistas.
Por mais de 30 anos, de 1950 a 1980, o governo aceitava ser o penúltimo a receber, respeitando a função social da empresa.
Os governos, que assumiram esse país nos 40 anos seguintes, colocaram os impostos em primeiro lugar.
Anteciparam prazos, reduziram capital de giro, aumentaram as multas e corrigiram os débitos pela inflação e mais juros de mora.
Agora o STF, sem consultar nenhum administrador especialista em recuperação de empresas, determina que simplesmente atrasar os impostos é crime passível de prisão.
Mais um ataque aos profissionais em administração, especialmente aqueles especialistas em recuperação de empresas.
Mais um ataque a fundos de private equity dispostos a sanear empresas e as colocarem novamente em pé.
Mais do que proibir o ensino de administração nesse país por 30 anos, nos privando de 4 milhões de administradores, esse absurdo privou o Brasil, os intelectuais, os jornalistas e o Supremo do que se chama “Common Business Sense”.
Que no Brasil é incomum e não comum como deveria ser.
Conhecimento básico de como uma economia funciona, nem nossos melhores economistas sabem.
A maioria dessas empresas têm prejuízo. Portanto não estão se apropriando desses impostos, mas sim não os estão repassando, justamente o contrário.
Até quando vamos continuar desprezando os conhecimentos básicos de administração nesse país?
Eu, recuperar uma empresa salvando empregos e renda?
Jamais!
PS. Lendo os comentários vejo que ninguém mencionou que não se pode obrigar as empresas recolherem sem custo para o governo um imposto do consumidor.
No máximo, as empresas imprimiriam o DARF do ICMS e olhe lá.
13 respostas
Infelizmente vivemos uma falsa democracia pois o governo (todos eles) se acham proprietários da nação. Quem manda na nação somos nós, eleitores.
Temos que fazer valer nosso poder e colocar no lugar os nossos empregados (todos do governo federal, estadual, municipal e dos três poderes: executivo, legislativo e judiciário (este, infelizmente, age como mentor do povo e, estão acabando ainda mais com a nossa combalida democracia, já muito diminuída))
Empreender e prosperar no Brasil são pecados. Clientes pedem 90 dias para pagar, exigem emissão de nota fiscal para contagem do período, impostos recolhidos antes do recebimento. Difícil.
Imposto é roubo e sonegar é legítima defesa.
“Clientes pedem 90 dias para pagar, exigem emissão de nota fiscal para contagem do período, impostos recolhidos antes do recebimento”
Se não quiser, não venda. Nem o vendedor nem o comprador são obrigados a fazer o que não querem. Empreendedor não está fazendo favor a ninguém, está fazendo negócio.
“Se não quiser, não venda. Nem o vendedor nem o comprador são obrigados a fazer o que não querem. Empreendedor não está fazendo favor a ninguém, está fazendo negócio.”
E visto que ser empreendedor no Brasil é um péssimo negócio, caso todos os empreendedores tomem esta mesma decisão, você vai viver do que?
Você pelo visto é um fucionario medíocre CLT que faz o mínimo pra receber seu “justo” salário, com todos os direitos e nenhum dever, só se esquece que é também roubado em quase 80% do valor que a empresa paga em salário benefícios e poupança forçada vulgo FGTS
Isso só foi possível pq não temos liderança empresariais comprometidas, é inadmissível o cerco que fazem com quem faz a roda girar, empresários precisam se organizar e deixar claro quem manda nesse País
Não ter lucro não tem nada a ver com o recolhimento do ICMS, acho que o professor está enganado neste ponto.
Veja o que está na decisão- “imposto declarado”, então a empresa vende, recebe o produto e a parte do imposto pago pelo consumidor é declarada ao fisco estadual e em seguinda não é pago. Então o empresário cobrou do cliente disse que deve ao governo e embolsa, não considerar isto apropriação indébita é ser conivente com o crime.
Vejo solução através de formação de clusters empresariais. Não as ultrapassadas associações de classe, federações de indústrias e por aí vai.Estas tem seu papel mas não vão abrir as grandes questões e mobilizar o governo para uma ação. Se o governo começa a ter que falar com distribuidoras em todo o país, será tão significativo quando se põe a falar com os caminhoneiros. Há um sentido claro do poder de representação e do poder econômico envolvido.
Parabens pelo seu aniversario, professor. Saude.
Prezado Professor Kanitz;
Considerando-se que o refinanciamento das dívidas tributárias foi “ferramenta de regularização fiscal das empresas em dificuldades ou não”, normalmente instituídos por lei de proposição do legislativo ou do executivo até o ano de 2017,necessário se faz admitir que tal ocorre nos últimos 67 anos da nossa era.
Apesar de que, para alguns, tal ação seja um “favor”, para a maioria das empresas trata-se de um reconhecimento tácito dos governantes da altíssima carga tributária, direta ou indireta, com obrigações, principal ou acessória, no campo da expropriação sumária.
Resumindo; o Estado quebrado por má gestão quebra as empresas com exigências fiscais estapafúrdias e criminaliza gestores e empreendedores que são, em análise direta, agentes públicos de arrecadação de tributos sem concurso e sem salário. Uma espécie de “trouxa” qualificado dentre os mais de 200 milhões de trouxas mencionados pelo Posto Ipiranga Paulo Guedes.
Existirá país e economia sem tais trouxas qualificados? Eles merecem respeito e reconhecimento?
Vivemos um momento de “ditadura tributária “, não só no Brasil , a reversão dessa situação passa por um movimento global inexistente
Quero discordar do leitor Amauri
Trabalhamos como Consultoria de Gestão para empresas pequenas e médias nas regiões Centro-Oeste e Norte e nosso levantamento mais recente é de 2015 e neste ano faremos uma nova rodada.
Mas o cenário entre o levantamento de 2015 apresentou uma melhoria significativa em relação do de 2010 e atribuímos isso ao aperto do fisco digital, senão vejamos:
2010:
64% dessas empresa não tinham lucro operacional e sobreviviam exclusivamente da sonegação fiscal
Em 2015 esse índice caiu para 47%
23% atuavam numa penumbra, alternando momentos positivos com negativos
2015 aumentou para 27%
13% atuavam de forma correta, apresentaram lucro operacional nos últimos 5 anos
2015 aumentou para 26%
Excelente comentário em 30/01/2020 Mauri.