A Cultura do Pessimismo

 

Todos nós devemos ser descendentes de um ancestral que foi o primeiro ser humano a desenvolver o “gene do pessimismo”.

O gene do pessimismo foi uma importante evolução genética, porque gerou um indivíduo sempre assustado, sempre atento ao pior que pode acontecer na vida, e sempre disposto a correr ao primeiro sinal de perigo.

Os seus colegas mais otimistas é que foram comidos pelos leões. Só que hoje este gene é disfuncional, não temos mais leões rodando pelas ruas.

O gene do pessimismo ainda não foi identificado, é somente uma invenção minha, mas acho que um dia será descoberto. Ele irá explicar muita coisa que acontece no mundo e no Brasil.

Por exemplo, ele explica porque notícias pessimistas vendem muito mais jornal do que notícias otimistas. É que nós, leitores, somos presas fáceis de nossos genes pessimistas.

Compramos manchetes que nos assustam. Jornalistas são frequentemente acusados de só publicar más notícias, mas na realidade somos nós que queremos ler o pior.

Todo jornalista americano aprende na faculdade que “Good News is NO News”, que aparece 38.000 vezes na Google contra 3.000 “Good News Is News”, a frase contrária.

A primeira vez que fui capa de Revista foi quando previ, em 1984, o que hoje chamamos de “a década perdida”. Assim, devo lembrar, que não sou um otimista inveterado, desses que veem o mundo cor-de-rosa, como alguns poderão alegar sobre este blog.

Assim, sinto livre para pedir a sua ajuda para criarmos uma rede de boas notícias, e criarmos um movimento que nos obrigue a lê-las de vez em quando, para não entrarmos em depressão – econômica e psicológica.

Quando algum guru afirma que o Brasil jamais dará certo, muita gente aplaude.

Aplaudimos porque, assim, poderemos justificar o nosso fracasso pessoal e nossa mediocridade individual como sendo inevitáveis – são o nosso destino.

“Não preciso melhorar, a culpa não é minha: a culpa é do Brasil, é dos portugueses.”

Quando alguém mostra que temos tudo para dar certo, isso incomoda muita gente, porque obriga as pessoas a se mexerem e a se auto avaliarem. Se você não der certo num país que dá certo, a culpa é só sua. 

Por isso, conto com sua colaboração para divulgar as notícias do Brasil que dá certo, sem exageros, sem otimismo exagerado, mas de forma correta e balanceada.

 

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Comentários

19 respostas

  1. Acho que, ao menos por enquanto, estou conseguindo escapar desse maldito gene. Só leio jornal depois de velho, pq fica até engraçado ver as desgraças alardeadas que não aconteceram. Também não assisto os noticiários de TV e, desde que tomei conhecimento da existência desse blog, é o 1º que visito diariamente!!!

  2. Como estou há muito buscando o motivo pelo qual a mídia é pessimista cheguei aqui neste site não sei como talvez por uma pesquisa de “a crise do capitalismo” ou “capitalismo solidário”.
    Estou bem impressionado com o que encontrei “apesar” de sabê-lo por aqui mesmo, colunista da Veja. Você entende o que está implícito no “apesar”.
    Postei um comentário lá no Reflexões quando você comenta a celebração do “Post mortem” da CPMF.
    Estou alinhado em blogs que para facilitar os classifico de esquerda, que questionam o posicionamento implícito da nossa mídia, (nos EUA explicitam quem apóiam politicamente).
    Como por exemplo do que um deles fez com a ministra Dilma e o irretorquível massacre generalizado ao delegado Protogenes e até pelo de um blog também meu favorito; o do José Dirceu.
    Quando eu faço comentários nos blogs tento aprofundar temas como o do porque oculto que leva a maior parte da mídia a se posicionar contra o “populismo” quando está explicito que isto é a democracia.
    Pesquisando na Internet descobri varias explicações que vão me satisfazendo. Deixo claro que pautei toda minha vida profissional de que a fraternidade deve imperar na vida econômica, o que me leva a apoiar espiritualmente iniciativas como do Ricardo Semler do “Virando a própria mesa”, aquela antiga “Cogestão” do Pe. Lebret, a postura social da “antroposofia”, a doutrina eubiótica do “trabalho com intuito de beneficiar o alheio”, a do Baghavad Gita de que é o “apego” excessivo ao material que trás o sofrimento (ira), do insuperável “O negocio é ser pequeno” com o seu capitulo de “economia budista” e outras como o do Dalai Lama postado no “Reflexões.
    Visito também o site do Hugo Penteado “Nosso Futuro Comum” onde aprendi a trilogia “Planeta, humanidade, economia, nessa ordem de prioridade.
    Pensando assim fiquei impressionado com a forma como você trata muitos temas, como esse último “33% na queda do Washington Post” “apesar da crise”!!
    Agora avalie o meu espanto ao visitar blogs “Think Tank”, o dos “Institutos Liberais”, e muitos outros em busca de encontrar uma “redenção” quanto aos dogmas do Mercado pelos economistas liberais e encontrei esta tentativa de partir o “diamante” do princípio socialista:
    Entrevista com Roberto Campos no “Conversas com economistas brasileiros “ advirto que foi em 1996 antes da crise do capitalismo financeiro que se baseou na tese do Estado Mínimo.
    ”Aí temos uma diferenciação fundamental entre a mecânica capitalista e a mecânica socialista. O princípio axiológico do capitalismo é que o homem é dono de seu corpo e do produto de suas faculdades e só pode ser privado do produto dessas faculdades por consenso, contrato, ou pela aceitação de tributos sujeitos ao crivo da representação democrática. Já o socialismo parte do princípio de que o homem é proprietário de seu corpo, mas não é proprietário do uso de suas faculdades. Esse produto pode — e deve — ser redistribuído segundo determinados critérios ideológicos e políticos para alcançar algo definido como “justiça social”.
    Ou seja, o fundamento ético do marxismo: “De cada um de acordo com sua capacidade e à cada um de acordo com sua necessidade”?
    Sim, mas isso significa um divórcio entre as faculdades e o domínio dessas faculdades. As faculdades são exercidas pelo indivíduo, mas seu produto pode ser arbitrariamente redistribuído por outrem, segundo visões ideológicas. O resultado é que não se otimiza o esforço produtivo. Toda a tragédia do socialismo é, no fundo, a sub-otimização do esforço produtivo”
    Para onde o esforço produtivo sem aqueles controles espirituais está nos levando?

  3. Para diminuir a influência desse pessimismo, precisei por volta de 1993/94 do otimismo do Kanitz, que um colega citou e prestei atenção. Se tivesse ficado parado, só olhando, teria uma “década perdida” adicional e por minha conta.
    Há algum tempo esse “gene” me ameaçou de novo. Felizmente tinha mais um amigo e me ajudou a lembrar que eu não era o pobre coitado que parte da sociedade adora dizer que sou: ‘http://www.youtube.com/watch?v=4duqAOdFxUw

  4. Com certeza, o pessimismo, que nada mais é do que medo, foi fator decisivo na evolução e sobrevivência da espécie humana. Se há um gene associado, também não sei, mas que tem algo genético aí tem. Pois se temos os pessimistas e covardes – não necessariamente ambos ao mesmo tempo – também temos os positivistas e heróis que não tem medo de nada, nem de prejudicar os outros. Um gene ajudararia a esclarecer a existência destes extremos.

  5. Concerteza, sempre quis fazer parte de um movimento assim, conte comigo.
    mas um detalhe, as vezes somos tão acostumados a más notícias, que quando falamos de uma boa notícia algo otimista,interpretam como exagerado.

  6. Otimismo exagerado = Senso Comum
    Senso Comum = Não pensar
    Pessimismo = Filosofia
    Filosofia = Pensar Novas idéias
    Novas Idéias = Transformar

  7. Acredito ser essa uma grande iniciativa. Acredito que com a sua experiência e com a grande quantidade de seguidores, poderíamos inclusive fazer mais. Debater e propor, com uma visão de administradores, soluções para impasses vividos pelos governos. Poderíamos começar elegendo alguns assuntos para já propor nas próximas eleições. A questão da dívida de SP pode ser um tema, uma maneira de fiscalizar as obras olímpicas do Rio. O acompanhamento e execução da revitalização do Cais do Porto, em Porto Alegre.
    Acho que além de divulgar boas notícias, precisamos debater e apresentar soluções.

  8. Obviamente, notícias massivas passada a nós, com esse lado “pessimista” da realidade em que vivemos, cansa. Mas concordo com a pessoa que postou isso:
    “Otimismo exagerado = Senso Comum
    Senso Comum = Não Pensar
    Pessimismo = Filosofia
    Filosofia= Questionamento das novas e velhas ideias
    Novas ideias= Transformar”
    Precisamos de notícias boas, para que possamos manter a “sanidade” talvez pelo conforto de viver a utopia de existe o lado bom das coisas. Mas também não podemos deixar de sermos utópicos na maneira em que podemos mudar algo ao nosso redor. Não quer má notícias, viva em outro planeta.

  9. Obviamente, notícias massivas passada a nós, com esse lado “pessimista” da realidade em que vivemos, cansa. Mas concordo com a pessoa que postou isso:
    “Otimismo exagerado = Senso Comum
    Senso Comum = Não Pensar
    Pessimismo = Filosofia
    Filosofia= Questionamento das novas e velhas ideias
    Novas ideias= Transformar”
    Precisamos de notícias boas, para que possamos manter a “sanidade” talvez pelo conforto de viver a utopia de existe o lado bom das coisas. Mas também não podemos deixar de sermos utópicos na maneira em que podemos mudar algo ao nosso redor. Não quer má notícias, viva em outro planeta.

  10. Vejo, leio, escuto o noticiario diariamente. Mas sei da maxima do jornalismo de que as pessoas compram a desgraca. Eu nao as compro. Eu analiso e tiro algumas conclusoes, nao me deixando afeyar pelo pessimismo. Acho incrivel que os mais pessimistas sao os que possuem mais bens materiais. Sera medo de perder?

  11. Parabéns mais uma vez Mr. Kanitz!

    Essa é a nossa pura realidade. Preferimos sempre as notícias ruins às boas. Seu artigo, como sempre, foi brilhante.

  12. O povo Brasileiro de modo geral é otimista e está conciente do que está ocorrendo no pais. O problema são os Intelectuais de plantão, formados em diversas áreas, que são pessimistas aos extremo. Todos os dias eles preveem catástrofes das mais variadas formas. Só para termos ideia, hoje tiraram do nada que a redução do consumo nos Supermecados nos últinmos dias é oriundo de uma inflação que está surgindo. Amanhã esse problema está resolvido e lá vão eles arrumar outros motivos para criticar as instituições. Não ajudam nem auxiliam em nada com suas críticas, inclusive dá a impressão que tudo isso é forjado para favorecer alguém. Não conseguiram enxergar, ainda, que a economia do Brasil é fortissíma e ela flue de forma dinâmica, independente de quem esteja no Governo. Gente vamos deixar a cultura do pessimismo de lado.

    1. ANTONIO,
      O POVO BRASILEIRO NÃO É OTIMISTA, ELE É TÃO SOMENTE RESIGNADO.
      OTIMISTAS SÃO OS POVOS ALEMÃO E JAPONES, OS QUAIS, APESAR DE DESTRUIDOS, DERAM A VOLTA POR CIMA.
      NOS TROPICOS…A VIDA NÃO É FACIL

  13. Caro Chicão, Kanitz e demais amigos da coluna estou lendo um livro que fala muito disso e mostra através de estudos científicos que somos sim “pessimistas”, mas que temos o poder de mudança, portanto anotem ai o nome do livro ABUNDANCIA subtitulo O FUTURO É MELHOR DO QUE VOCÊ IMAGINA – escritores PETER H. DIAMANDIS / STEVEN KOTLER. Sugiro a leitura e uma boa reflexão, pois o que esta faltando no nosso pais são mais pessoas otimistas e que coloquem a mão na massa para fazer a coisa acontecer.
    Um grande abraço a todos,
    Mauricio

  14. Prezado Kanitz,
    tenho aprendido muito sobre seus temas, principalmente quando é algo que vai de encontro a uma visão pré-estabelecida.
    No caso em epígrafe, pergunto-me: Brasil é o povo ou nossa elite? O caso do jornalista citado em seu artigo é sintomático. Caberia uma investigação sobre o que vem primeiro, a gana de vender notícias ruins, ou a estratégia de plantá-las para se colocar como paladino do que é bom…
    Hoje a mídia colhe em prejuízos e problemas financeiros sua estratégia do século 17 e é substituída por uma turma que encontrou nas mídias sociais um contraponto.

    Como bem ressaltou o Antonio C.A.F em seu cometário, o brasileiro gosta de coisa boa…só faria uma ressalva: Não a academia e sim a elite. Isso vem da angustia daqueles que vieram de Portugal para essa terra do nunca….e permanece. Só o que está de fora é que vale!

  15. Kanitz, adorei o texto! Embora me pareça que o mesmo não é muito recente (por causa de algumas datas de comentários postados), hoje coincidentemente (ou não!) saí de frente da Tv durante o Bom Dia Brasil porque me recusei a assistir a um vídeo, gravado por celular, que mostrava o pânico de crianças de uma escola de Oklahoma durante a impiedosa destruição do tornado que atingiu a região. Isso é jornalismo?

    Teria sido muito mais proveitoso assistir a reportagens sobre como as pessoas estão se organizando solidariamente para atravessar dor e perda (de bens e pessoas) para o a necessária retomada da vida como um cotidiano em que altos e baixos são ciclos inerentes à própria condição de estar vivo.

    A propósito, gostaria muito saber se seu apelo ao movimento está alcançando êxito e se a rede de boas notícias está funcionando pra valer. Eu gostaria muito de fazer parte dela. Certamente seria uma leitora assídua.

  16. Pessimismo não é acidental, e sim deliberado, para desmobilizar a população contra escravidão moderna. Os grilhões e correntes, dos quais antigamente se podia tentar escapar, foram substituídos por uma teia virtual de paradoxos. “Um poder será tanto maior quando menos for percebido.” Michel Foucault, Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987. 288p
    A carga tributária é excessivos e, contudo, não há contrapartida de serviços públicos eficazes, criando um bis in eadem: a população de classe média precisa pagar para ter os serviços que o poder público não proporciona, de saúde a educação, transporte, segurança, etc. Desses gastos, uma considerável parcela também se destina à carga tributária. Os serviços públicos são deliberadamente ineficazes para aumentar a arrecadação tributária e incentivar a violência para gerar medo: http://padilla-luiz.blogspot.com.br/2013/03/medo-e-imobilidade-urbana-alimentam.html
    A acultura da superficialidade transformou a democracia em uma encenação; o sistema eleitoral impede o desenvolvimento de lideranças autênticas e baseadas na evolução das propostas de trabalho: http://www.padilla.adv.br/processo/pensamento/superficial/
    O egocentrismo, cobiça e inveja são turbinados pela acultura da superficialidade, induzindo consumismo desenfreados, gerando um endividamento que enriquece os bancos que cobram juros onzenários e uma circulação de bens artificial, aumentando a arrecadação tributária e a quantidade de lixo gerado. Os bens são produzidos com a obsolescência programada, e os serviços das corporações e do Estado são ineficazes, inclusive a Justiça. http://www.padilla.adv.br/processo/morosidade/
    Diante disto tudo, o cidadão/consumidor está indefeso; aprisionado na teia da escravidão moderna: http://www.padilla.adv.br/processo/pensamento/acordar

  17. Professor, termino de ler este artigo em outubro de 2013. Tenho uma dúvida: como diferenciar as notícias genuinamente boas (sei que elas existem) das que são resultado de lobby e marketing eleitoral?

    Às vezes, divulgo uma matéria que considero otimista e, em pouco tempo, recebo informações de que “não é bem assim”. Outras vezes, vejo a propaganda “oficial” do governo e, ao comparar o montante supostamente investido com o que realmente é aplicado e utilizado (via blog “Contas Abertas”, por exemplo), acabo frustrado.

    O senhor ou algum dos leitores poderia indicar um blog ou página que sirva para aglutinar exemplos de boas notícias e boas experiências (administrativas, econômicas, políticas…) e que seja acessível para o público leigo?

    Obrigado!

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