Por Que as Metas de Inflação Não São “Zero de Inflação”?

 

Tempo de leitura: 90 segundos

Por que um Banco Central deveria “garantir” uma inflação de 4,5% ao ano e não zero de inflação?

Quem quer inflação, mesmo que seja pequena?

Mas essa é justamente a proposta contida nos “papers” de Larson, Rogoff que propuseram Inflation Targeting.

Eles propõem que o governo garanta uma inflação predefinida.

Inflação não é um flagelo que destrói o valor dos salários, preços e aposentadorias, etc?

Então, por que economistas estrangeiros a sugerem e nossos economistas brasileiros adotam?

Por que não se estabelece como meta “inflação zero”?

É o que a Administração Responsável das Nações faria, por uma razão muito simples.

Administração segue “first principles“, e o princípio básico de cada moeda é ter zero de inflação.

E nunca uma inflação predeterminada pelo governo.

Muitos dirão que inflação zero é impossível, mas nenhum dos “papers” desses economistas sequer explica porquê nem tenta o “impossível”.

Meta por meta prefiro a meta de inflação zero, mesmo porque as metas do nosso BC também nunca foram cumpridas.

Para estabelecer a meta de inflação zero, precisamos mudar o foco.

A pergunta que nós administradores faríamos é “Qual o aumento de produtividade que precisamos todo ano para que não haja aumento de inflação?”.

Compare com a pergunta que nossos economistas fazem: “Qual o aumento de juros que precisamos para abaixar a inflação?”.

Infelizmente o IBGE e o IPEA, e os think tanks como Casa das Garças, Instituto Millenium, nunca fizeram a pergunta relevante.

Esta visão de mundo dos Administradores sequer está nos seus radares.

Então respondam, por que todos vocês defendem essa política econômica de metas de inflação sem questionar?

Sigam Administração Responsável das Nações, se quiserem deixar de ser enganados.

 

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Comentários

14 Responses

  1. Não seria a inflação uma forma de calote da dívida pública? Sendo usada como ferramenta de diluição da dívida? Eu não me recordo da história econômica brasileira, mas se não me engano a inflação fugiu do controle no final doperíodo militar nos anos 80, provavelmente após o governo utilizar políticas desenvolvimentistas, elevando demais os gastos públicos.

    Aposto que algum gênio, talvez o Delfim ou o Passarinho, tenha sugerido se valer desta “ferramenta” como forma de diluição da dívida. O problema é o efeito bola de neve descontrolada…

    1. Ao final do período militar o Governo Federal tonara-se tão complexo que, acredite, não havia sequer um controle preciso de gastos, para onde ia o dinheiro. Some isso aos governadores “saqueando” bancos estaduais, forçando o Banco Central a “salva-los”, imprimindo dinheiro para garantir os depósitos dos clientes e está aí a receita do caos hiperinflacionário dos anos 80.

  2. Um país que possui taxa de inflação maior que a taxa de crescimento do PIB não estaria empobrecendo? Quando o Brasil possuiu um crescimento do PIB maior que a inflação? Não estaríamos nós brasileiros, geração após geração, cada vez mais pobres?

  3. Alexandre Matos matou a charada. Sem inflação o governo perderia a boquinha de consumir um pouquinho todo o mês do nosso FGTS pois hoje este é remunerado abaixo da inflação.

  4. Ao meu ver isso acontece porque o governo há anos busca estimular o consumo imediato por meio do crédito (injeção de moeda na economia), muito mais do que estimular a produção e a oferta de bens e serviços. Inflação não é aumento de preços, o aumento de preços é consequência da inflação. Inflação é causada, principalmente, pelo aumento de moeda em circulação.

  5. “Inflation Targeting” = “Embromation” ! Inflação = Déficit público, Orçamento controlado = inflação zero!

  6. Nas condições atuais, uma meta de inflação permite ao burocrata do banco central manipular a política econômica. Fazes uma boa observação com relação a inflação zero, porém, acredito que, seria muito melhor permitir até uma deflação, isto aconteceria em um ambiente cada vez mais produtivo e competitivo, algo que não vemos por aqui.

  7. Numa economia ainda indexada não há como não prever que haverá inflação. A alternativa seria o pleno vigor da economia de mercado como aqui nos Estados Unidos. Aqui os preços se adequam as forças do mercado. E mesmo assim, há estados que aumentam os patamares do salário mínimo. No Brasil, as forças econômicas não se equilibram no mercado, em função de seu tamanho e de suas fragilidades.

  8. Professor isso só vai acontecerno Brasil quando acabarem com a indexação. Queria lhe perguntar se sua previsão da bolsa feita em 2009 ainda está valendo

  9. Agora, imagine uma inflação negativa. Seria bom ou ruim? Qual seria sua decisão de comprar um produto sabendo que amanhã estaria mais barato?

  10. …. brilhante sacada Professor !! eis ai uma proposta inovadora e audaciosa. factível. a lucratividade das empresas viria pelo nível de escala: quando inaugurarem uma fabrica aumenta a oferta e para ganhar mercado reduzam o preço e fidelizando o cliente. gostaria de viver essa experiencia. Parabéns !

  11. Eu já li alguma coisa sobre meta de inflação “ótima”, não lembro mais a fonte, mas os estudos chegavam em uma meta de 2% para os EUA, pois a meta de inflação zero é impossível, sempre vai flutuar em torno da meta. Para evitar uma deflação, foi definida uma meta “levemente” positiva, pois, mesmo em um período de recessão ou de deflação de custos esporádica, a inflação se manteria acima de zero.

    Países em desenvolvimento, com maior volatilidade de preços, tem metas de 3%, como o México.

    Teoricamente existem alguns estudos que colocam algumas desvantagens da deflação, como o desincentivo ao consumo. Em um período de recessão, os preços caem, gera-se uma deflação, a deflação desincentiva o consumo, a produção cai, e o ciclo recessivo poderia ser ampliado pela recessão.

    Agora temos em andamento um experimento empírico com as criptomoedas, que são deflacionárias, acho que elas podem alterar essa teoria atual, além de forçar uma competição para que as moedas governamentais tenham metas mais baixas.

  12. Uma das principais causas da deflação é a recessão (a economia em crise), quando os consumidores compram menos e forçam as empresas a reduzir preços, explicam os economistas.
    A deflação é tão ruim ou até pior que a inflação muito alta quando vira uma tendência. O motivo é simples: quando os preços caem demais, as pessoas deixam de consumir e passam a poupar, acreditando que o dinheiro valerá mais no futuro. Isso alimenta uma nova queda de preços, puxando a economia para baixo.
    Economia em baixa significa baixa produtividade, logo desemprego. Vide 1929.

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