Cargos de Confiança São 25.000

 

Tempo de leitura: 1 minuto

 

Na autobiografia da Margaret Thatcher ela escreve: “Eu comuniquei na sexta-feira à Rainha que seria a nova Primeira Ministra e aí veio um frio na barriga.”

“Eu tinha até segunda-feira para escolher os 32 cargos de confiança de meu governo.”

Eu trabalhei no Ministério do Planejamento 30 anos atrás, e conheci um programador do Palácio do Planalto.

Ele cuidava de um computador de mesa com uso específico, o “Computador Quem Indica”.

Lá tinha 20.000 cargos de confiança, já elevado na época, com o nome, cargo, quem o indicou, porquê, e o nome do partido.

“Dos 20.000 cargos, 10.000 foram indicados pelo Ulysses Guimarães, 3.000 pelo Presidente Sarney, e 7.000 por vários caciques políticos.”

“Mexeu com um, Sarney sabia para quem teria de ligar e explicar o problema e pedir outra indicação melhor, na maioria das vezes com o próprio Ulysses.”

Notem que quem de fato mandava no Governo Sarney era o Ulysses Guimarães, que saiu ileso nos livros de história.

Foi Ulysses Guimarães quem vetou quem teria sido o primeiro administrador e empreendedor, formado pela FGV, e que já havia aceito o Ministério da Fazenda.

Para colocar seu amigo Bresser Pereira, um dos piores economistas Ministro da Fazenda que já tivemos, empatado com Guido Mantega.

Antoninho Trevisan, o auditor que auditava todas as nossas estatais na Sest, órgão rapidamente fechado, me comentou surpreso. “Ulysses Guimarães me ligou hoje de manhã, quem diria?”

“Ótimo, você deve ter comentado o caso de corrupção que encontrou na Petrobras”, disse eu.

“Que nada, ele me ligou para eu recontratar uma funcionária de terceiro escalão que nós tínhamos afastado.”

Trinta anos para resolver um problema mais do que conhecido de inchaço do Poder Executivo, é muita incompetência.

Mostra o nível de atraso do nosso QI administrativo como nação, porque isto não gera indignação entre nossos formadores de opinião.

O triplex do Lula, um imóvel que não estava no nome dele, ele simplesmente não pagava é aluguel, deu muito mais indignação, do que o “Computador Quem Indica”, que está lá até hoje no Palácio do Planalto.

 

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Comentários

6 Responses

  1. “trabalhei no Ministério do Planejamento 30 anos atrás”. Por que não trabalha mais? Aposentou-se? Cançado de porblemas complexos? …?!?!

  2. cansado estamos nós de conviver com canÇados!!!!!!!!!!!! se nem escrever sabemos mais…………….

  3. eis ai uma das Cabeças de Hidra . dinheiro que vai pelo ralo e provavelmente retorna parte ao Indicador.
    parece que ainda nao eh desta vez que nossos “gestores” vao pegar o touro pelo chifre: fazer encolher o tamanho estatal. eh quase inadministravel.
    o Executivo tem de parir dinheiro e por na mao do Legislativo e do Judiciario, que têm o condão de impor goela abaixo do povo classe F, E, D e C quanto seus funcionarios querem ganhar.
    isso impoe um atraso descomunal ao desenvolvimento do País e produz geraçoes perdidas.

  4. Em outra discussão, postei:
    Minha pergunta, em relação a governo, é simples: “Para que eu preciso de um governo?”
    Se sou uma pessoa responsável, ética e capaz de agir com consciência, só preciso de ‘governo’ para fazer aquilo que, para mim, seria impossível ou por demais trabalhoso ou caro.
    Exemplos? Construir estradas, escolas, parques, exército (que, pessoalmente, acho que não deveria ser necessário, mas isto é uma outra discussão), Justiça (como a de Salomão, que determina qual a melhor solução para conflitos) e polícia, porque, afinal, somos humanos.
    Acho que aqui também vale, acrescentando que eu gostaria de ver uma lista das coisas que o ‘governo’ tem que fazer, como obrigação, e que seus funcionários devem realizar.
    ‘Funcionario’ é aquele que ‘funciona’, que realiza!
    Para isso tem que haver uma tarefa determinada e uma supervisão de que a execução está de acordo com o determinado.
    “People will NOT do what you expect, they’ll do what you INSPECT” – máxima que aprendi com um supervisor de produção, há muito tempo…
    Os nossos cargos ‘de confiança’ são nada mais do que poleiros para capangas, pagos com nosso dinheiro, para defender os governantes que não governam.

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