Saí da Veja na Hora Certa

Conversando com Roberto Civita, dono da Veja, perguntei por que ele não fazia, nas segundas-feiras, uma pesquisa entre os entrevistados da semana.

Com perguntas tipo:

“Nosso jornalista chegou no horário?

“Você sentiu que ele estava preparado?

“Fez as perguntas certas?

“As suas melhores respostas foram publicadas?”

“O que foi colocado em aspas eram palavras suas?”

“Ele soube esconder bem sua ideologia?”

E uma última pergunta:

“Você daria uma entrevista novamente a esse jornalista?”

Quando eu criei o Prêmio Bem Eficiente premiando as 50 melhores entidades beneficentes do ano, a matéria na própria Veja noticiou que eu só tinha achado 50 das 400 pesquisadas eficientes.

O Prêmio quase acabou aí, tal a revolta das demais entidades que mandaram seus questionários.

Vocês que já foram entrevistados, alguém do departamento de qualidade já lhe telefonou fazendo essas perguntas?

Daí a decadência, esqueceram que o cliente é o leitor não o anunciante.

Eu não dou entrevistas há mais de 20 anos, justamente por essas razões.

E não leio revistas, também pelas mesmas razões.

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Comentários

17 Responses

  1. Professor Kanitz, fui leitor durante décadas da dupla de revistas Exame / Veja. Mas um dia, cansado de ver artigos de qualidade duvidosa, contei as páginas com propaganda e vi que mais de 50% das páginas destas revistas poderiam ser jogadas no lixo. Percebi haviam se transformado em folhetins, destes que recebemos na rua. Ambas já foram sinônimo de informação com qualidade. Mas cada um escolhe seu caminho…

  2. Isso mostra outra coisa, ainda acham que o brasileiro é tolo … e não sabe perceber a falta de qualidade.

    Felizmente que ela praticamente se foi e ainda lhe temos, na melhor forma, aqui, diretamente, sem intermediários!

  3. Tem algo errado nesta história. Como pode deixarem estes veículos acabar dia a dia e nada fazerem? E não é só culpa da Internet.

    1. Não é só culpa da Internet… A preguiça brasileira, de gostar de achar tudo pronto, mastigado, também fez as mídias Impressa e Televisiva definharem.

    2. Olá Augusto,

      Realmente não não é só culpa da internet, mas da desmoralização desses veículos que deixaram de fazer jornalismo para fazer proselitismo, militância política ideológica e fisiologismo
      Estavam sempre a favor de quem estava no poder
      Encheram as burras de dinheiro mas não foi suficiente para salvá-los da falta de competência para gerir seus empreendimentos em tempos de mídia digital
      Eu escreviam com frequência para a Veja, mas minhas cartas nunca foram publicadas. Em compensação publicavam cada baboseira e se dedicavam a publicas as elogiosas
      Fui assinante por 40 anos e encerrei nosso relacionamento em 2010
      A Exame estava pautando muito por baixo, cortei também, desde que publicaram um questionário com 10 questões
      Respondi todas e ao conferir o resultado havia errado uma. Fui checar a resposta e o cálculo da revista estava errado, pois estava relacionado ao Custo da Mercadoria Vendida e os cálculos da revista era aritmética de ensino médio.
      Fiz pós-graduação em Gestão de Custos e já trabalhava com consultoria nessa época.
      Outro detalhe é que a revista alardeava que seu exemplares eram lidos em média por 8 pessoas e como a publicação girava em torno de 200 mil exemplares, portanto teria 1,6 milhão de leitores, mas apenas eu e mais dois acusamos o erra.
      Publicaram uma correção na edição seguinte, cosa rara.
      E a Exame também tinha se transformado em folhetos de propaganda

  4. Não há nada de errado nessa história. As redes sociais mostraram ao leitor que a revista tinha ideologia e pouco importava o cliente( o assinante)

  5. Essa consultoria dada à Veja, vale no mínimo dez milhões de reais. Só que os tontos dono da revista, vão continuar sendo tontos.

  6. Quando trabalhava em empresas de autopeças, em duas ocasiões recebi o contato de jornalistas da Quatro Rodas em busca de informações. Me coloquei à disposição para recebê-los e não apenas prestar esclarecimentos, mas abrir a empresa para visita e mostrar na prática os processos da pauta.

    Nas duas vezes, queriam apenas informações por telefone que me recusei a dar. Se não vissem de perto, ficava difícil (para um leigo) entender o assunto.

    Resultado: os assuntos foram publicados com uma boa quantidade de informações erradas.

  7. Stephen.
    Muito obrigado pelo artigo. Concordo.
    Nunca me perguntaram sobre como eu me senti após as entrevistas, bem como também sobre o que foi publicado.
    Nunca tiveram esta educação.
    Abraços
    Luiz Sérgio

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