Protege os bancos em crises financeiras.
Mas quem protege o detentor de um cartão de crédito, pagando juros de 350% ao ano, quando nos Estados Unidos a taxa é de 17% ao ano, em média?
Por que 17%?
Provavelmente porque 12% não pagam, e 5% é quanto precisam ter de lucro para manter o negócio viável.
O Banco Central não deveria achar 350% estranho?
De que adianta aumentar o juros em 1%, se na ponta já estão cobrando 350%?
Acham que passar a cobrar 351% vai impedir uma pressão inflacionária?
Procurei no Google e nas principais Think Tanks de Economia o termo “propostas econômicas para reduzir juros de cartão de crédito”.
Nada achei além de proibir taxas abusivas.
Algo me diz que Bancos não sabem analisar crédito de pessoas físicas.
Desconfio disso porque deveria haver várias taxas de juros dependendo se você é um cliente de baixo risco, e um juro maior se você for de elevado risco, e não uma taxa única.
A Moratória da Dívida Externa foi um desastre porque a partir de 1987 passamos a pagar juros de mau pagador, apesar de termos pago tudo em dia nos 20 anos seguintes.
Pagar 2,5 vezes a mais do que você tomou emprestado significa, por alto, que você faz parte dos 33% de idiotas pagando pelos inadimplentes.
Se bancos não sabem dar crédito não deveriam estar nesse ramo.
Inclusive o Reputational Risk de serem considerados agiotas é o caminho mais rápido para a estatização, uma das propostas do PT.
Por que os economistas que cuidam de nosso Banco Central desde que ele foi criado, nunca se preocuparam com essa flagrante anomalia?
Em vez de ficarem cuidando de juros Selic e reservas financeiras?
Fonte: mais investimento.com.br
10 respostas
Concordo com as opiniões externadas nesta coluna, falar desta ordem de grandeza em juros é algo absolutamente normal no Brasil, mas vale a pergunta como o cliente que é a parte que tem o maior poder de barganha submete-se a estes juros? Porque não evitar o endividamento com juros desta ordem? Eu sei que não é tarefa simples mas se não houver uma atitude mais contundente do cliente, fica muito difícil.
Aposto que o pessoal que ‘controla’ isso (risos) tem algum truque secreto e não paga isso..
E como andam os juros nas fintechs?
Entendi o ponto e concordo que os juros ao consumidor aqui são absurdos. No entanto acho que a “culpa” não seria do Bacen: não queremos intervencionismo de fato, e sim regulação, certo?
Acho que caberia você conversar antes com um ex-diretor do Bacen, alguém da Febraban, ou economista, para tirar do texto essa quantidade de perguntas retóricas e incluir algumas informações pertinentes, já até bem discutidas na mídia. Os motivos dos juros altos são vários, incluindo baixo nível de concorrência, impostos, inadimplência, rentabilidade super alta dos bancos, etc. O Bacen já andou confrontando isso no passado: tentando dar bem mais transparência a isso, portabilidade de dívidas, cadastro positivo, etc. Uma idéia para discutir é o Bacen – agora independente – ter outras metas que não IPCA: nível de emprego na economia, juros na ponta do consumidor, etc. Abs!!
Os bancos sabem dar créditos sim, mas eles tem interesse em continuar com os juros escorchantes pois os inadimplentes acabam sim dando lucro fabuloso, nas operações com cheques especiais e cartões. Se não fosse assim os bancos já teriam pulado fora do negócio
Exatamente, Nelson… Qualquer financiamento ou produto q a pessoa adquire em um Banco, está embutido o “seguro”. Caso ocorra o atraso, ou o não pagamento, logo o “seguro” é acionado para cobrir o débito. Mas mesmo assim o Banco continua a cobrar a tal dívida do cliente. Se este cliente paga esta dívida qdo o Banco cobra, o Banco ganha 2x…
Perfeita observação!! Quem fica devendo para o banco é muitíssimo mais lucrativo do que quem paga em dia!! Isso é evidente quando um comerciante ou um Banco te oferece um produto ou empréstimo em 12X, mas se recusa a dar desconto pelo pagamento à vista! Se não fosse altamente lucrativo o prazo, obviamente seria melhor toda a quantia imediatamente!
Sem dúvida quem manda na economia são os Bancos.
Se houvesse realmente prejuízo para o cartel deles já teriam tomado atitudes.
Pergunta bastante instigante, Kanits. Provavelmente, com muitas respostas, todas complexas. Vou tentar uma que vale o que vale, sem mais. Creio que no Brasil, o porco cuida da horta. Ou em registro mais elegante, a raposa do galinheiro. Pouco importa: ambos mamíferos são vorazes. Em vários países europeus, o conúbio entre dirigentes do banco central e dirigentes do setor financeiro privado não é possível ocorrer tal como no Brasil. No caso da Banque de France, o funcionário público que deixar a atividade não poderá trabalhar em instituição financeira privada. Aqui, o dirigente transita alegremente de uma instituição à outra. Antropologicamente, sua cultura financeira, seus valores econômicos estão impregnados por concepções que observam a atividade financeira apenas de um lado do caixa. O absurdo chegou ao ponto que, há alguns anos, um presidente do Bacen proferiu uma diatribe contra o cheque pré-datado. Afirmava que, qualquer bugre deste país dispondo de um talão de cheque podia ter crédito na padaria da esquina. Estava indignado com o fato de que pequenos comerciantes assumirem o risco de dar crédito – que a rede bancária oligopolizada não o faz. Sem falar na questão do crédito consignado que poderia ser muito mais barato do que é, com reembolso líquido e certo. Há uma penca de outras circunstâncias nocivas que poderiam ser declinadas. Mas, vejamos um aspecto recente e surpreendente. Certas autoridades financeiras responsáveis pela evasão fiscal foram acusadas de a praticarem. Disporiam de numerários não declarados à receita. Comparo este episódio com o “affaire” Jérôme Cahuzac, em 2012, Ministro do Orçamento de François Hollande. Era responsável pela evasão fiscal. Mas foi pego com a boca na botija pois a praticava. Foi imediatamente demitido do cargo, expulso do Partido Socialista Francês, além de perder o cargo de deputado. Cahuzac detinha 600 mil euros em fundos não declarados na Suíça e Singapura. Pegou dois anos de cana fechados e multa. O tribunal, além de condená-lo por evasão fiscal, também o condenou por, como ministro, tinha a responsabilidade combatê-la. Indagado porque assim agiu, declarou com a maior cara de pau, que não sabia a razão que o levou a tal delito, pois sua vida estava coberta por “une zone d’ombre”. Este trânsito merece uma análise mais acurada.
Hum.. Vocês sabem que mesmo que os bancos resolvessem analisar o histórico financeiro pra conceder taxas de juros diferenciadas( entre bons e maus pagadores por exemplo) logo em seguida o Ministério Público interviria pra proteger(premiar) os inadimplentes com a mesma taxa de juros dos bons pagadores.