Fim da Gratuidade de Mestrados e Doutorados

A função do Estado é ajudar os pobres e excluídos.

Um adulto de 25 anos com formação superior, simplesmente não pode continuar a receber favores do Estado. Não é um excluído. Com formação superior ele já deveria estar incluído.

Poderia trabalhar aos sábados e domingos, como a maioria dos estudantes americanos, como garçons ou choferes de táxi. Por que não?

Gratuitidade do Mestrado e Doutorado se tornou uma bandeira para empregar Professores Universitários com a verba do povo brasileiro.

Todo mestrado e doutorado terá de ser pago pelos beneficiários, por bolsas de estudo ou pelo Imposto Educação Complementar, após a formatura. Sem exceções. 

Isto economizaria fortunas, que poderão ser gastas em pesquisas e desenvolvimento. Na realidade, 90% das verbas de Pesquisa se tornam salários indiretos de mestrandos e doutorandos, e não recursos para compra de equipamentos e instrumentos de pesquisa.
Partido Bem Eficiente 2014.

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Comentários

61 respostas

  1. É que o Brasil infelizmente ainda tem de escolher onde colocar os recursos, cobertor é curto.
    Mas não é só pq o leite azedou que temos de matar a vaca…

  2. Em algumas áreas a procura por mestrados e doutorados já é bem maior do que a oferta de vagas. Aí faz sentido cobrar. Em outras não.
    A questão que me preocupa é: será que assim não estaremos selecionando não os mais capazes mas sim os mais dispostos ao sacrifício de estudar 5-7 anos sem receber uma remuneração razoável?

  3. Em média o Governo Federal, gasta cerca de 2 bilhões por ano em propaganda, que tal começar cortando gastos nessa área? A função do Estado é ajudar os excluídos , nisso concordamos, não financiar indiretamente marqueteiro de campanha. Diz o Serra (argghh), que alguns dizem que é economista competente,os 0,5% de aumento na SELIC, vai gerar um prejuízo de 8 bilhões. Só nessas duas brincadeiras, se cortarmos pela metade gastos, já dá quase o triplo do orçamento do CNPq, por exemplo.

  4. Discordo. O que deve ser feito é incentivar o empreendedorismo entre mestrandos e doutorandos para que estes formem empresas inovadoras com suas pesquisas. Isso já existe (modesta e timidamente) através da Petrobras em parceria com alguns cursos superiores de Engenharia. Mas ainda é pouco, muita tecnologia e serviços de ponta que a indústria brasileira importa poderia ser feita aqui mesmo no Brasil.

  5. Me parece cedo para uma mudança desse tipo. O povo brasileiro no geral ainda não sabe no que consiste um mestrado ou doutorado. Em muitos estados, as empresas não estão dispostas a contratar esse pessoal, pois eles fariam a mesma coisa que os trabalhadores apenas graduados. Se as pessoas tiverem que pagar por esses cursos pra depois não terem emprego, simplesmente não o farão.
    Primeiro é necessário acostumar o país à pós-graduação e seu sentido. Acostumar as empresas, garantir que elas também buscam estar à frente com o desenvolvimento e que doutores terão empregos fora das universidades. Quando essas oportunidades forem realmente boas, requisito para vagas em empresas, aí sim, é hora de cobrar.

  6. Acho que você está totalmente equivocado. Uma boa pesquisa é 90% de boas idéias, e 10% de execução. Alunos de mestrado e doutorado que dividem o seu tempo com trabalhos não relacionados raramente defendem suas teses no prazo. A bolsa é fundamental para que o aluno trabalhe em situação de imersão total ao assunto de pesquisa. Os salários dos professores universitários deveriam ser o dobro. Se o governo diminuisse pela metade os salários dos nossos parlamentares e investisse nos dos professores, seria melhor negócio. O professor/orientador é peça chave no desenvolvimento e conclusão de uma tese. Não há pesquisa se não houver cabeças pensantes, e pensamento tem o seu preço e deveria ser valorizado.

  7. Acho que alguns não entenderam bem a proposta (ou será que fui eu quem não entendeu?).
    Acredito que nem sempre um Mestre ou Doutor gera algum benefício para o país, então disponibilizar um montante muito grande de dinheiro para que as pessoas façam mestrados e doutorados gratuitamente não é um investimento muito bom.
    A ideia é investir esse dinheiro em pesquisa e desenvolvimento, onde ele será melhor aproveitado e trará mais benefícios para o país.
    Outro ponto a se destacar é que quem quiser fazer mestrado e doutorado e não tiver dinheiro para isso irá fazê-lo e pagará depois, através do Imposto Educação Complementar, após a formatura. Teoricamente, após concluir a pós uma pessoa terá mais chances de encontrar um emprego que pague bem, e não terá problemas em pagar o imposto.

  8. Parabéns pela idéia original, defendo isso há dez anos e há pessoas que me olham torto por isso.
    Como já tive que trabalhar em meio período com formação superior em empregos que a classe média brasileira de inspiração marxista acha de pouco valor, não vejo problemas.
    E acho que falta empreendedorismo nos cursos de graduação e pós-graduação

  9. Grande coisa os CEO das maiores companhias male mal tem faculdade. (Incluindo Bill Gates).
    Kanitz fez Harvard e virou professor, acho que a maioria do povo que faz mestrado ou doutorado acaba indo para área academica mesmo.
    Ou filosolando abobrinhas de como consertar o país.
    Se é uma das poucas coisas que funcionam bem no país. Deveria ser mantido, nem que seja para elevar o nível intelectual dos professores.
    Se quer arrumar dinheiro, dá um jeito de diminuir a corrupção.. Se os intelectuais não servem nem para isto. Melhor acabar com o ensino gratuito. Agora tirar da Educação que é um dos pilares da sociedade. É dar um tiro no pé a longo prazo.

  10. O artigo não poderia estar mais equivocado. Para começo de conversa, todo pós-graduando sério já trabalha em sua pesquisa aos sábados e inclusive domingos. É assim comigo e com boa parte dos meus colegas de Doutorado.
    Segundo, por que motivo vou dedicar 5 anos da minha vida para incrementar a produção científica do país sem qualquer garantia de que serei assimilado pelo mercado de trabalho posteriormente e ainda pagar por isso? Parabéns, genial sua idéia para esvaziar a pós-graduação! Como se a bolsa miserável que recebemos causasse um enorme prejuízo aos cofres públicos.
    A solução para o Brasil é investir em educação, não tirar dela o pouco dinheiro que a mantém respirando com ajuda de aparelhos!

  11. Nenhuma escola pode ensinar a ser empreendedor.
    Senão nínguém iria ser professor, para ganhar um saláro de R$ 6.000,00.
    Muitas vezes o próprio professor já sabe a dor de cabeça que dá ter seu próprio negócio e prefere uma vida com estabilidade.
    O que ensinam nas escolas são visões de guerra passadas, O sistema americano, japones e cubano. Não tem dado certo nem para eles. Quem dirá para nós….

  12. Estes caras que escrevem livros de como ficar rico, como gerir empresa.
    Possuiam alguma coisa antes de escrever o livro? Ficaram ricos fazendo o que tá no livro?

  13. Tavlez em curto espaço de tempo, com o buraco que financeiro que vem sendo provocado na maioria das universidades publicas, os professores que até o momento fizeram mestrado e doutorado gratuitamente, muito mais para obter titulação que para efetivamente gerar algo de util a sociedade (vejam as estatisticas sobre quais pesquisas são mais uteis a sociedade, as geradas pelas publicas ou pelas instituições privadas), migrem para universidades publicas em busca de melhor remuneração que, certamente ocorrerá. Aí sim, veremos as universidades publicas buscando o racional caminho de custear sem onerar a sociedade.E a maioria aqui, parece que defende algo que conhece muito bem pois titulou-se as custas da sociedade, ou não conhece nada porque não titulou-se nem em instituição privada. E como alguns disseram, parece que a titulação ainda é vista como coisa pra “virar professor”. Visão medíocre.

  14. Penso que temos de dividir os tipos de pós-graduação… aqueles que tem de ir a campo e entrar em laboratório para gerar seus dados dificilmente conseguiriam terminar o curso e tese, pelo menos no tempo normal (24 meses p/mestrado e 36 m p/doutorado) tendo de trabalhar para se sustentar. Porém, ter uma bolsa e devolver esse recurso futuramente pode ser interessante.

  15. Mestre Kanitz,
    Concordo com o argumento de que aqueles que se encontram em situação de cursar Mestrado ou Doutorado já dispõem de recursos financeiros para fazer face às despesas do curso. Ocorre que tal situação só contribui para a expansão do mercantilismo na Educação, fator inibidor da formação de quadros intelectuais. Penso que poderia ser estimulada a concessão de bolsas de estudo para absorver um percentual de grandes mentes que poderiam se dispersar e sair do país.

  16. Quero ressaltar um verbo:
    “Um adulto de 25 anos com formação superior, simplesmente não pode continuar a receber favores do Estado. Não é um excluído. Com formação superior ele já DEVERIA estar incluído.”
    O problema de acesso ao ensino superior por populações ‘excluídas’ é complexo demais. O tempo verbal foi adequadamente usado: Com formação superior o indivíduo DEVERIA estar incluído. O fim da gratuidade de mestrados e doutorados em instituições públicas é, no mínimo, esquecer que no Brasil a inclusão de um indivíduo excluído não ocorre apenas com a conclusão de um curso de nível superior.

  17. Só por estarem se titulando já estão ajudando a sociedade. Serão docentes e pesquisadores mais preparados para gerarem trabalhos efetivos que favoreçam diretamente a sociedade.
    Retirar essa verba é como economizar palitos em banquetes…
    Ou seja…
    Normal retirar o dinheiro da formação do profissional brasileiro, mas dar dinheiro para banco estrangeiro e permitir a remeça de lucro de empresas globais que, no caso das mineradoras, acabam com nosso meio ambiente não se discute…
    Fala a verdade…
    Esse questionamento deve estar vindo ou de algum frustrado que não conseguiu colocar seu currículo e projeto aprovado em um programa de Mestrado. Ou outro que deve ser egocêntrico o bastante para pensar que se ele já conseguiu, para quê concorrência… esses geralmente são incompetentes.

  18. Caro Kanitz.
    a meu ver, todo aluno formado em universidade publica deveria cumprir contrato de prestação de serviços pelo curso realizado gratis. seria remunerado (já constaria do orçamenteo publico), teria duração de dois anos e ficaria ao encargo do governo encaixa-lo em qualquer regiao onde ha carencia de medicos, dentistas, engenheiros, contadores e outras profissoes.
    eh uma forma de retribuir ao seu semelhante o seu brilhantismo educacional.
    Abçs.

  19. Concordo plenamente, Prof. Kanitz. Para os que são contra a economia em educação, concordo que os recursos para pós graduação e doutorado etc., sejam transferidos para o ensino básico onde a carência de recursos, qualidade de ensino e aptidão de professores são de uma deficiência gritante. Alerto ainda, que excesso de apôio financeiro, a falta da contra partida, o excesso de proteção,( bolsa família de intelectuais) pode criar uma dependência, que irá dificultar o seu ingresso no mercado de trabalho, pelo comodismo, preguiça e o complexo de filhote de passarinho. Recusando-se a concorrer no mercado de trabalho, vai transformar-se num profissional de concursos, num puxa saco de políticos a procura de emprego, ou ate mesmo se profissionalizar como sindicalistas. E ai; onde está a produtividade? onde está o retorno do investimento feito pelo estado? investiu-se em um mamador das têtas do estado, um parasita que vai usar boné do MST, usar camisa do assassino Che Guevara, atribuir seus fracassos aos bem sucedidos, e falar mal do governo quando não estiver usufruindo dele.

  20. O fato é que ainda a nossa ciência é provinciana e focada nela mesmo ao invés de resultados… Quer prova disso é só você ver quantos jornais começam com a manchete “Pesquisa americana indica que… bla Bla Bla…”

  21. Hey Priscila?
    cadê as enormes contribuições dos professores do nosso país onde tem 26% de analfabetos funcionais; ou quantos professores lindos e maravilhosos largariam a sua USP para dar aula no extremo norte do país se fosse transferidos?
    Pense nisso !

  22. Wasabi?
    vai na lei de diretrizes e bases, e nos constantes dos anexos das grades curriculares e dá uma olhada nas grades das faculdades e vai ver se não tem gente ensinando o outro a ser empreendedor.
    E mais…
    a situação dos doutores e mestres aqui no Brasil é mais ou menos como de dentistas banguelos… sabem o que é muito bom para os outros, mas para si próprios…

  23. Diego…
    falando assim você até me comove… Cara você tá no Canadá, bancado pela FAPESP, enquanto aqui na zona oeste tem criança estudando em escola de lata (Escola Nações Unidas no Jaraguá). Pela mor né?
    Cadê você trabalhando para uma IBM, uma Microsoft desenvolvendo métodos revolucionários em criptografia ???

  24. Err… eu estou fazendo Doutorado exatamente para me tornar um especialista e poder ser qualificado o suficiente para atuar em uma empresa assim. Minha pesquisa é absolutamente aplicada e pode ser trivialmente incorporada na indústria, inclusive já recebi ofertas de trabalho que espero assumir após a defesa.
    Qual era seu argumento mesmo?

  25. Você não podia estar mais desinformado. Ao menos nas áreas técnicas em que acompanho (não posso falar das humanas pois nunca estive pós por lá), boa parte dos alunos busca inserção no mercado (o que não é fácil, pois o mercado de trabalho no Brasil não assimila esses profissionais) ou tenta seguir carreira acadêmica (o que não é um problema, há enorme carência de professores qualificados em áreas técnicas). Quando nenhum dos dois é possível, termina assumindo um emprego fora do país mesmo, que certamente é o destino menos favorável para o investimento que a população fez no indivíduo.

  26. Kanitz,
    Na Austrália mesmo a graduação não é totalmente subsidiada pelo governo. Após o término da faculdade, o benefiário mantém uma dívida com o governo e pagará de volta no decorrer dos anos de acordo com a renda(info declarada via IR). Isso seria muito mais justo no Brasil aonde a classe média/alta ocupam boas partes das universidades federais. Logo eles que tem mais condições de pagar o ensino superior..

  27. Algo que gostaria de ver num artigo um dia:
    – O que falta para que o Brasil tenha uma universidade entre as 100 melhores do mundo?
    – Como atrair estudantes para a pós-graduação nas áreas técnicas? Existe um número razoável de alunos que se dirigem a pós porque não encontraram emprego.
    – Como fazer isso em um cenário onde a pós é paga?

  28. “- O que falta para que o Brasil tenha uma universidade entre as 100 melhores do mundo?”
    Profissionalização da pesquisa. Os entraves burocráticos para gastar a pouca verba em insumos e equipamentos são enormes e tornam o processo muito lento.
    “- Como atrair estudantes para a pós-graduação nas áreas técnicas? Existe um número razoável de alunos que se dirigem a pós porque não encontraram emprego.”
    Nas áreas técnicas, os alunos que se dirigem para a pós são normalmente alguns dos melhores e com vocação para pesquisa. Não posso afirmar nada das humanas.
    – Como fazer isso em um cenário onde a pós é paga?
    Tornar a pós paga como uma universidade privada qualquer só vai afastar os melhores em detrimento daqueles que podem pagar. Seria curioso ver numa defesa de tese a mesma pressão que os alunos de universidades privadas exercem para não serem reprovados nas disciplinas…
    Acho que a graduação paga com crédito educativo funcionaria melhor que a pós-graduação paga. O montante de dinheiro seria bem maior.

  29. Não posso ler esse artigo e ficar sem dar a minha opinião à respeito. Concordo que a educação deverá produzir bons cidadãos, concerteza estou convicto que quanto mais preparado o cidadão para o mercado melhor produzirá e, quem ganha? Ganha o governo o Estado, pois tudo que é produzido, o beneficiado sempre será o Estado….

  30. Caro, acredito que esse ainda não seja a solução para a Educação do país, temos inúmeros problemas na educação básica, média.
    A questão do trabalho também, grande parte dos que se formam em faculdades particulares não é devidamente preparado para o mercado de trabalho, mas tem diploma!
    Uma mudança como essa sua sugerida, não poderia estar isolada, teria de estar intimamente ligada em todo um sistema de compensação, como disse um outro comentário acima, do estudante após concluir, ter de retribuir ao estado o que nele foi investido.
    Gosto muito das idéias que o Cristovam Buarque tinha na eleição de 2006, onde dizia que a Educação é a solução para o país, por meio da Educação poderíamos cregar em todas as áreas, realizarmos mudanças necessárias nas estruturas em todo o sistema.

  31. Caro Diego,
    Quanto a primeira pergunta, achei simplista sua resposta, mas não acho que tenhamos que procurar soluções mirabolantes também, poderíamos começar copiando o que outros países fizeram. Um exemplo seria a Coréia do Sul, 3 universidades entre as 100 melhores de engenharia do mundo (vide http://www.arwu.org Engineering/Technology and Computer Sciences 2010).
    Sobre os alunos da pós, na mecatrônica usp que é meu curso, os melhores não foram para a pós, pode ser que essa não seja mesmo a realidade de outros cursos e outras universidades e ficaria feliz que não fosse mesmo. Não quero generalizar esse microcosmo vivido por mim, mas ouço isso de outros amigos na unicamp por exemplo, espero então que seja algo pontual. Claro que há alunos brilhantes da pós que acabam por se prejudicar com esse ambiente.
    Uma outra pergunta:
    O que falta para que comecemos a evoluir mais em patentes e não somente artigos científicos?

  32. Apenas para o Diego…
    1) Porque em todos os campos do saber o brasil está nas piores colocações no que tange o fator de impacto das pesquisas?
    2) Porque mesmo com o governo do estado de são paulo derramando 2 bilhões em pesquisa através da USP, não vemos melhorias significativas desses doutores na vida das pessoas da periferia (que também pagam imposto)?
    3) Quando um brasileiro irá ganhar um nobel de física, medicina, et cetera?
    4) Cite 5 avanços substanciais da cinência brasileira nos útimos 10 anos.
    5)Porque em um país como os estados unidos as empresas valorzam mais os phd do que em terra brasilis?
    6) Quando você aplicou a sua pesquisa EFETIVAMENTE em algum campo de mercado de trabalho, ou nas empresas et cetera…?

  33. Mais uma coisa diego…
    Te convido DESDE JÁ a conhecer a comunidade da qual estou na Lan House neste exato momento para conhecer o lado B da educação no Brasil, onde tem a Escola de lata Nações Unidas no Jaraguá.
    Eaí quer sair do conforto de tomar starbucks e comer brownies aí no Canadá pra tomar uma tubaína gelada e conhecer as instalações da escola de lata, onde faz 30C° em dias de calor?
    No aguardo…

  34. Mais uma vez vou me restringir às áreas técnicas porque desconheço as área humanas.
    1) Porque nossa pesquisa ainda está em sua infância. A gerência é muito pouco profissional e cheia de entraves burocráticos que desaceleram o processo.
    2) Porque há liberdade de pesquisa e ninguém é obrigado a trabalhar no tema “como melhorar a vida na periferia”. Existe uma coisa chamada “ganho em rede”. Pesquisa gera conhecimento, patentes, empresas. Conhecimento, patentes e empresas geram empregos, impostos e crescimento econômico. O resto é fácil de inferir. Se isso não acontece hoje, é preciso uma mudança de mentalidade, não um corte brutal nas bolsas de pós-graduação.
    3) Talvez quando nossa pesquisa se profissionalizar mais. A única coisa que eu sei é que isso não irá acontecer se retirarmos a única vantagem que a pós-graduação oferece hoje: relativa estabilidade (há vários critérios para “expulsar” um aluno de pós que não produz) e liberdade de pesquisa. Acho as vantagens ainda compensam a baixa remuneração (amigos que se formaram ao mesmo tempo que eu recebem 4 vezes mais na indústria, mas eu me considero mais feliz por fazer aquilo que gosto).
    4) Não acompanho todas as áreas, então fica difícil citar. Entretanto, lembro de ter visto no noticiário avanços na pesquisas de células-tronco e produção de pele artificial. Na área que atuo, existem alguns poucos grupos com presença internacional consolidada.
    5) Porque eles tem um mercado que precisa deles e está pronto para assimilá-los. EUA e Europa estão no topo do desenvolvimento tecnológico, precisam de profissionais qualificados que empurrem a fronteira tecnológica. No Brasil, (até por matérias desinformantes como a discutida) um PhD é encarado nas empresas como “sendo difícil de lidar no cotidiano e com remuneraçào desproporcionalmente exigente”). Já me criticaram várias vezes afirmando que eu deveria “procurar um trabalho de verdade” no lugar da pós-graduação. Questão de tempo para que esses préconceitos sejam superados e o mercado avance a ponto de precisar e receber os pós-graduados.
    6) Já prestei consultoria para ao menos duas empresas. Todos os meus resultados de pesquisa são ainda distribuídos gratuitamente na forma de software com licença permissiva (até porque foi obviamente custeada com recursos públicos): http://code.google.com/p/relic-toolkit/
    Sugiro a entrevista a seguir para você conhecer um pouco mais dos problemas que a pesquisa brasileira enfrenta. http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/nicolelis-diz-que-sofreu-sabotagem-nos-bastidores.html
    O entrevistado é um dos mais renomados cientistas brasileiros da atualidade.

  35. Você fala como se eu fosse um Marajá. Minha bolsa de aluno visitante aqui mal paga aluguel de um porão claustrofóbico e despesas do cotidiano, muito menos um banquete de Starbucks e brownies. E tem mais, eu trabalhei duro por mais de 10 anos para poder chegar aqui. Sou filho de professores que mal sequer tinham dinheiro para pagar a minha escola, mas encontrei um caminho e venci nele. Você precisa se informar mais e aprender a diferenciar as coisas.
    Que tal parar de perder seu tempo com uma discussão inútil e começar a cobrar dos seus governantes, cuja função é exatamente melhorar a sua realidade?

  36. Se você pensar bem, minha resposta não é simplista. Profissionalizar a pesquisa inclui um turbilhão de coisas, desde tornar os processos mais ágeis até aproximar as universidades do setor privado, para que o conhecimento seja aproveitado rapidamente. Crescimento na aplicação de patentes é exatamente um produto da profissionalização. Atualmente, não há aparato de suporte suficiente para o pesquisador nesse processo, mas várias universidades já estão criando suas agências de inovação que visam cumprir este objetivo.
    Estamos cada um falando do nosso microcosmo, e o viés é inevitável. Os melhores alunos dos cursos onde me formei seguiram pós-graduação ou foram trabalhar em grandes companhias. É claro que também temos alunos ruins na pós-graduação, como também temos profissionais ruins no mercado e professores ruins nas universidades. Cabe fortalecer a seleção e os critérios de compensação para alunos que recebem bolsa e não produzem.

  37. -30… no Canadá e vc acha ainda que tem como comparar com SP em meses de chuva ?
    Cara, se você que está fazendo PhD patrocinado pelo governo não consegue realizar um julgamento de proporcionalidade entre o Canadá e SP mes desculpe, mas foram mais de 40mil reais que o estado jogou no lixo com a sua formação…

  38. Cara vc não consegue nem defender seus argumentos com uma lógica decente, e mais, sei quanto custa um brownie e um whitemocha no starbucks… vc fala como se fosse um banquete…
    Repito, não se compara a sua realidade patrocinada pelo governo (em troca de melhores investimentos em salas de aula para crianças) com SP amigo…

  39. Só porque as escolas estão desesperadamente precisando de investimento, há outras soluções além de tirar todo o dinheiro da pós-graduação e injetar lá. Sugestões: aumento do orçamento para Educação, eficiência na gerência dos recursos, combate à corrupção…

  40. Você sinceramente tem acompanhado meu trabalho para me chamar de Dr. Mobral? Eu não tenho faltado com o respeito a me referir à sua pessoa, então é o mínimo que eu espero.
    1) Chile e Suíca estão mais maduros SIM! Maturidade não é uma questão de quantidade de verba, mas de eficiência em aplicá-la. Eles tem menos verba, mas aplicam muito melhor.
    2 e 3) Eu não disse que a pesquisa brasileira gerava o “ganho em rede” necessário. Eu disse que, ainda que não se pesquise um problema social diretamente, pesquisa não-relacionada gera ganho em rede para resolvê-lo.
    4) Eu acompanho o blog do MHL e concordo com muito do que ele fala. Pergunta lá para ele se ele acha que a solução para o problema da ciência brasileira é cortar as bolsas de pós-graduação e transferir para a educação fundamental.
    Em nenhum momento eu disse que a pesquisa brasileira era a melhor coisa do mundo. Estando dentro dela, eu vejo a magnitude dos problemas bem de perto. O único ponto que defendo aqui é que a pior forma de resolver os problemas é justamente eliminar as bolsas de pós-graduação. Aí nossa pesquisa cai de “nota 2” para “nota 0”.
    Já você, usando uma falácia de falsa dicotomia risível, não cansa de reafirmar que o dinheiro que foi investido na minha formação foi um tremendo desperdício só porque estou temporariamente trabalhando — e duro — fora do Brasil às custas do dinheiro do contribuinte — que meus pais também pagaram desde que eu me entendo por gente.
    Eu estou ficando cansado de discutir isso por aqui e alienar o tópico. Se quiser continuar com essa sandice, meu e-mail é dfaranha at gmail.com. Fique à vontade.

  41. 1) Porque em todos os campos do saber o brasil está nas piores colocações no que tange o fator de impacto das pesquisas?
    R: 80% da verba para pagar salários…. E 20% para todo o resto… Não dá para fazer milagre.
    2) Porque mesmo com o governo do estado de são paulo derramando 2 bilhões em pesquisa através da USP, não vemos melhorias significativas desses doutores na vida das pessoas da periferia (que também pagam imposto)?
    R: Como não, o Brasil é o maior produtor de vacinas no mundo. Inclusive é gratis vc toma-las.
    Direitos humanos contra os presos. Programas como o Bolsa Família. Pró uni. E outros milhares de melhoramento no campo e na área médica. ( não dá Ibope falar de Mecanização da colheita de cana, Conservação de sêmen, iciamento de cenouras, Chocadeira Simplificada, Vacina recombinante contra a Leishmaniose em cães, painel eletronico).
    3) Quando um brasileiro irá ganhar um nobel de física, medicina, et cetera?
    R: Quando quiser, quando tiver sorte… Os motivos são variados. http://www.tutomania.com.br/saiba-mais/quais-sao-os-brasileiros-que-ganharam-o-premio-nobel
    4) Cite 5 avanços substanciais da cinência brasileira nos útimos 10 anos.
    R: Moleza, extração de petroleo em águas profundas.
    Carro Flex. Trocentas pesquisas da Embrapa. Temos até a patente da chuva artificial. E na área da saúde não fica atras não.
    5)Porque em um país como os estados unidos as empresas valorizam mais os phd do que em terra brasilis?
    R: Porque nós somos Ispertos. Quem leva o crédito é sempre o Chefe. Foi o Lula que fez, foi o Serra que fez.E o povo acredita.
    6) Quando você aplicou a sua pesquisa EFETIVAMENTE em algum campo de mercado de trabalho, ou nas empresas et cetera…?
    R: Depende da área. No meu caso, foi diminuindo o número de companentes de uma placa mãe. Gastando menos componentes, menos matéria prima, tornando o produto mais eficiente e ainda aumentando a lucratividade da empresa.

  42. Fui bolsista de iniciação científica e de mestrado. Como a crítica é aos mestrandos e doutorandos, minha persepção é de que somos “contratados” para executar pesquisa para o desenvolvimento não só pessoal, mas também da sociedade. O trabalho realizado fica registrado na forma de teses e dissertações muitas de valor incomparável ao “troquinho” que recebemos na forma de bolsa para sobreviver no período (eu tinha outra fonte de renda). Citar estudantes americanos que trabalham em final de semana para comprar seu carro aos 16 anos deixando abertas a maioria das vagas dos cursos de pós-graduação para estudantes estrangeiros foi muito infeliz. Você poderia estudar um pouco os grandes estudos e patentes provenientes de profissionais que receberam a bolsa e talvez escrever um artigo valorizando o período em que nos quebramos estudando (sábados e domingos, dia e noite também!) matérias que nunca foram pensadas antes para deixar esta sua fã um pouco menos decepcionada? Obrigada!

  43. E é óbvio que as realidades não podem ser comparadas. O contraponto que eu estou tentando ilustrar é que a vida de um pós-graduando não é esse luxo todo que você imagina. Nós custamos proporcionalmente pouco ao estado e trabalhamos muito. Alguns até se referem à pós-graduação como “trabalho escravo”. Gostaria que você entendesse que a solução para o problema da criança na escola de lata não começa pelo corte da minha bolsa, quando há dinheiro sangrando por todas as partes.

  44. Diego, Diego… tsc tsc
    Você é claramente um representante da Elite, ou melhor, do câncer desse país. Enquanto o proletariado sofre sem saber se sequer terá o que comer amanhã, você, o filho do rico, desperdiça o dinheiro público batendo papo na internet.
    Por isso o Brasil é essa selva que é.

  45. AO meu ver esta tudo errado!!! Desde do supervisor ao aluno de pos. A bolsa eh essencial para muitos sim. Vc ja viu o tempo que uma tese demanda? Dependendo da area e do paradigma, os experimentos comem dias. NO BR o setor privado nao libera os empregados pra tese. Como trabalhar?
    O principal problema nao eh a bolsa, mas a grana gasta com projetos insignificantes. Eh a grana gasta para pagar os supervisores incompetentes. Tem gente da UFRJ que recebe verba para pesquisas, mas nunca publicou nada.
    Os Franceses recebem bolsas para cursar o doutorado e a 90% publica em revistas de alto impactos. Mas, la a cada 4 anos todos sao avaliados (instituto, supervisor, alunos e tecnicos). Se a producao ta baixa, a verba e deslocada para outros de alta produca.
    No BR, acho que ta na hora de reciclar o lixo!!!
    Qdo se fala de FR, o Mundo reconhece o papel da ciencia na humanidade.

  46. Pelos comentários temos duas tendências.
    Boa parte está revoltada com o baixo nível de resultados de nossos mestres e doutorados quanto ao que devolveram a sociedade pelo Ensino que o povo pagou.
    Não imaginava que a indignação fosse tão intensa.
    Pior porém foram as defesas dos mestres e doutorados que esperaria serem mais “científicos” e mais esclarecidos.
    Um mestrando argumentou.
    “Só por estarem se titulando já estão ajudando a sociedade.” Repete.
    Talvez se Mestres e Doutorandos pagassem pelo seu ensino, exigiriam dos seus professores melhores conhecimentos e afinco, do que vimos acima.
    Nenhum mestrando sequer concordou que eram privilegiados.
    Nenhum mestrando disse nem algo parecido como.
    1. “Como é a sociedade que está pagando, aceito fazer uma tese do interesse da periferia, e não a tese que eu pretendia que era “O discurso feminista inerente a Aristóteles e Thomas de Aquino”.
    Quem paga efetivamente seu mestrado poderia, se for egoísta, defender egoisticamente seu interesse.
    2. Em troca da generosidade da sociedade, ( que muitos pretendem destruir ), “concordo doar o valor do meu futuro Premio Nobel, a Universidade onde me formei, para que possa renovar os banheiros e as salas de aula”.
    3. Em troca da generosidade da sociedade para um marmanjo de 25 anos, “eu doarei os direitos autorais dos meus próximos 5 livros a Universidade”.
    4. Em troca da generosidade da sociedade “eu cederei 80% dos direitos de propriedade sobre as patentes que eu registrar, com os inventos uteis que irei elaborar”.
    Eu NÃO estou criticando todos os Mestrandos e Doutorandos, somente os que aqui defenderam ou não se defenderam o que é ainda mais grave.
    Eu fui Professor de Doutorandos. Nenhum quis de fato o doutorado. A maioria eram professores que precisavam o doutorado para poderem ganhar mais.
    Honestamente, se alguns ficaram indignados comigo, eu fiquei mais indignado com o nível e falta de debate.

  47. Tentei iniciar um debate racional, mas terminei perdendo o controle e falando abobrinha. Então tentarei me redimir:
    Eu sou um privilegiado (faço o que amo e ainda sou pago para isso!), apesar da vida de pós-graduando não ser o luxo absoluto que muitos imaginam.
    Em troca da generosidade da sociedade, todos os resultados da minha futura tese (que tem imediata aplicação na indústria e é de interesse estratégico para a soberania nacional por tratar de segurança nas comunicações) estão disponíveis gratuitamente na forma de software sob licença permissiva para uso sem restrições por qualquer empresa, governo, universidade ou grupo de pesquisa do país: http://code.google.com/p/relic-toolkit/
    Uma condição importante a ser lembrada é que qualquer patente de resultado de pesquisa no doutorado é automaticamente compartilhada entre pesquisador, universidade e agência de fomento. Então o número 4 é parcialmente satisfeito (o autor cede 66% dos direitos).

  48. É realmente lastiimoso a educação no país, como tabamem a saúde, já não basta politicos aposentados com altas aposentadorias como por exemplo as viuvas e ex- governadores. Temos que agir saindo as ruas, parando o transito e fazermos da mesma maneira como na derrubada da ditadura militar e o impchemeat do Collor. Isto é uma vergonha, como a matéria acima citada deveria ser revista pelo govoerno DILMA/LULA.

  49. O problema é que os mestrados e doutorados públicos exigem dedicação exclusiva dos alunos, portanto, impossibilita que os mesmos trabalhem para custear o pagamento de mensalidades. Segundo, os mestrados e doutorados públicos tem aulas nos períodos da manhã e tarde também inviabilizando que os alunos trabalhem. Por este motivo é que é concedida a bolsa de estudo do CNPQ, para substituir a renda que deixa de ser ganha no mercado. Portanto antes de cobrar pelos cursos deve-se resolver estes detalhes antes. E diga-se de passagem o valor da bolsa é muito baixa, deveria ser bem maior, por isso que parte dela é utilizada como fonte de renda para o pesquisador e não para compra de livros e outros materiais de pesquisa. Ainda resta outro ponto, dependendo da natureza do mestrado pode ser totalmente inviável que se trabalhe durante o período de duração do curso. A solução para os problemas da pesquisa no Brasil podem ser simples mas não podem ser simplistas.

  50. O Governo já toma 35% do salário dos mais ricos. Diretamente na fonte.
    Se for somar IPVA, IPTU, FGTS, Impostos indiretos… Fácil fácil 50% de tudo que o cara ganha vai para a mão do governo.
    E ainda querem inventar mais conta para pagar.
    Todo mundo sabe que tudo que é direcionado neste país para os pobre é desviado no meio do caminho.
    Trocentas ONG. 70% da obra do PAC inacabadas, professores que não ensinam (o aluno finge que aprende e o professor finge que ensina).

  51. Uma pena que a discussão rapidamente se esvaziou aqui. Há uma distância enorme entre a percepção da sociedade e o funcionamento atual da pesquisa científica e gostaria de continuar debatendo o tema para que esse abismo ao menos diminuísse de magnitude. Se for o caso, sugiro que pautas nesse tema continuem a ser exploradas no blog. Deixo meu endereço de e-mail para os que quiserem continuar uma discussão construtiva em paralelo (especialmente você Flavio): dfaranha at gmail dot com.

  52. Caríssimo Mestre-Amigo,
    Se o Vossa Excelência diz:
    “Honestamente, se alguns ficaram indignados comigo, eu fiquei mais indignado com o nível e falta de debate”
    Humilde e respeitosamente, digo que o nível e/ou a falta de debate até aqui apresentado é fruto, exatamente, da sociedade hipocrita e ainda “protoliberal” (nas palavras, repito novamente, de José Guilherme Merquior) na qual hoje vivemos, onde as mascaras (= mentira(s)) têm muito mais valor que a sinceridade (= verdde(s))… sem olvidar da deterioração (crise) dos valores morais e éticos em nossa sociedade brasileira…
    … nesse contexto, nos resta parabenizá-lo pela iniciativa (provocações) e chamamento ao “bom cmbate”, mantendo ao menos a chama (luz) para guiar-nos na escuridão da ignorância e cegueira da mediocridade.
    Grato pela oportunidade.
    ERS.

  53. Veja,
    o que o Kanitz colocou é importante de se ressaltar, pois, os PhD em formação, mestres patrocinados pelo governo deveriam ter obrigação de trabalhar sobre os problemas nacionais que estão colocando tempo e dinheiro sobre suas formações.
    Se você pagou ótimo, trabalhe como quiser sob sua tese ou dissertação; ao contrário façam o que vai trazer valor para o país que está colocando dinheiro em suas formações.
    O que não pode acontecer é escola de lata, e turno da fome (quem tem filho em creche em são paulo sabe o que eu to falando) e a fapesp financiando pesquisa sobre temas que não representem avanços sociais para a qualidade de vida das pessoas.

  54. Olá Flavio,
    Concordo em parte com você. Acho que é fundamental que se fiscalize se os temas de pesquisa são relevantes (normalmente é papel do orientador), mas acho arbitrário estabelecer que os temas precisam melhorar diretamente a qualidade de vida das pessoas e em curto prazo. Explico. Especialmente na área de tecnologia, existe o que eu chamei anteriormente de ganho em rede. Minha pesquisa, infelizmente, não vai resolver nenhum problema social do país. Entretanto, assim como o caso do Wasabi, ela tem absolutamente todo o potencial de tornar o governo e empresas brasileiras menos dependentes de tecnologia estrangeira. Isso permite que parte do dinheiro que seria remetido para fora do país através de compra de equipamentos fique aqui. Esse mesmo dinheiro que o governo economiza pode muito bem ser aplicado na resolução dos problemas sociais que tanto nos afligem.
    Concordo plenamente que escola de lata e turno da fome são inadmissíveis. O que você tem falhado em perceber é que o dinheiro para resolver o problema da escola de lata tem sido sistematicamente desviado do seu destino por corrupção e ingerência. O problema da escola de lata não é falta de recursos, eles existem mas não chegam ao destino! Nós temos uma das maiores cargas tributárias do planeta! Zerar o orçamento da FAPESP para transferi-lo para a escola de lata é uma solução de curto prazo que vai nos manter eternamente dependentes de tecnologia estrangeira. Forçar os pesquisadores da FAPESP, ao menos os das áreas técnicas, a estudar certos problemas corre um grande risco de trazer pouco benefício, visto que a liberdade de pesquisa permite ao pesquisador trabalhar naquilo que tem talento.
    Repito que a pesquisa brasileira tem inumeráveis problemas e que eles precisam ser estudados. Parece-me que retirar as bolsas de pesquisa (nos forçando a pagar para produzir tecnologia nacional) e a liberdade de pesquisa (nos forçando a estudar problemas que infelizmente não temos talento para resolver) não ajudará em nada. O que precisamos, como já foi discutido aqui por outros, é fiscalizar para que a pesquisa seja útil (ainda que não diretamente aplicável aos nossos problemas sociais), que seja estratégica e em casos extremos até que seja feita!
    Pós-graduação não pode servir de alavanca pessoal. Os pós-graduandos obrigatoriamente precisam produzir resultados úteis (isso é/deveria questionado na defesa da tese, apesar de que avaliações frequentes não fariam mal a ninguém) e estes resultados precisam ficar disponíveis à sociedade. Se isso não está acontecendo, é óbvio que precisa mudar e rápido, mas a mudança não pode começar pelo corte imediato de todas as bolsas de pós-graduação, senão não há mais pesquisa!

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