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A obrigatoriedade de fecharmos todas as nossas Escolas de Administração deste país em 1946, Decreto Lei 7988/45, deixou sequelas profundas até hoje no Brasil.
Além da perpetuação da empresa familiar, do baixo crescimento e do não existente ganho de produtividade, nos condenou a uma “administração por equações e algoritmos de primeiro grau”.
Na falta de uma classe treinada para administrar o dia a dia, avaliando caso a caso, nossas empresas e especialmente nosso governo são hoje administrados por equações.
Deficit Primário > 1,6
4,5% > Meta Inflacionário < 6,5%
Gastos de pessoal < 50%, a essência da Lei FHC de Responsabilidade Fiscal.
Não vou estender-me sobre o ridículo e o reducionismo científico, “equacionando” tudo numa equação.
Mas por que 50%? Em 2020, com a informática, continuará 50%?
Ou vamos mudar ano após ano o parâmetro desta equação?
E nos Estados do Nordeste, onde os salários são mais baixos, se mantém o “parâmetro” de 50% ou deveria cair para 40%?
Sem falar com as % em cascata, que no fundo paralisaram os Estados e em especial o Governo Dilma.
X% do ICMS tem que ir para Brasília, que tem que distribuir Y% para os estados, que têm que distribuir Z% para os municípios, que têm que gastar 25% em educação básica.
90% do tempo de governadores, prefeitos e secretários de educação consiste em tentar liberar suas “equações” não distribuídas.
Até economistas, que precisam sair correndo atrás destas verbas, reclamam que o Estado está emperrado devido às equações criadas pelos seus antecessores.
Estas equações foram a única solução possível na falta de 200.000 administradores públicos que deveriam ter sido formados, mas não foram.
Na falta de gestores competentes para tomar estas decisões, o governo é obrigado a administrar usando equações.
No fundo substituímos administradores por equações que não ouvem e não falam. Você somente obedece.
“Administrar” um país com 15 equações de primeiro, mesmo de segundo grau, exponenciais, diferenciais e não lineares, é uma Administração Irresponsável das Nações que está nos custando muito mais caro do que a economia de 200.000 administradores públicos competentes no dia a dia.