Seu colega de trabalho acorda às 5h00 e não toma café com os filhos justamente para poder estacionar na frente do prédio em que vocês trabalham.
A rua que daria vazão a quatro fileiras de carros, graças ao seu colega, agora permite somente duas fileiras porque ele estacionou na via pública, bem em frente do prédio em que você trabalha.
Você que toma café com seus filhos e os leva para a escola, tem que estacionar num estacionamento privado sem atrapalhar o trânsito e a vida de todos os demais funcionários da empresa.
Seu colega de trabalho não percebe o que fez, mas basicamente ele transformou uma propriedade pública em sua propriedade particular, pelo menos por oito horas.
Some a tudo isto a idosa que precisa descer do táxi que agora não tem onde parar, e você tem o trânsito caótico de inúmeras cidades.
O Partido Bem Eficiente, procurando a eficiência de todas as políticas públicas, propõe uma lei proibindo o uso privado de vias públicas.
O uso privado de qualquer coisa pública deveria ser proibido, algo óbvio mas não praticado.
Esta lei somente entrará em vigor daqui a cinco anos, tempo suficiente para se construir os estacionamentos necessários e fazer campanhas de conscientização por uma melhor mobilidade.
As cidades estão parando. E isso porque é privilegiado o individual ao invés do coletivo. O privado ao invés do público.
É dever do Estado transformar essa ótica.
Devo alertar que esta proposta enfrentará forte oposição de vereadores gastadores, aqueles que procuram aumentar a receita do Estado através de todas as formas, inclusive vendendo espaço público ao cobrar estacionamento.
24 respostas
Esta proposta geraria muita polêmica mesmo. O brasileiro não reconhece o espaço público como público. Espaço público, para a maioria dos brasileiros, é espaço sem dono. Sequer damos espaço para as pessoas passarem na escada rolante. Seria uma mudança muito profunda. Mas seria interessante ver as reações.
Seria útil uma pesquisa de opinião pública para colocar o assunto em pauta nas maiores metrópoles; sabe-se que os políticos caçam votos e uma mudança como essa só pegaria com a opinião favorável dos automobilistas…
Esta proposta não tem fundamento em cidades como Curitiba, onde o estacionamento é sumamente rotativo. Ninguém pode ficar mais que 2 horas na mesma vaga, ou recebe uma pesada multa. Basta ter vontade política que tudo se resolve.
Inclusive, acredito que o estacionamento rotativo seja uma solução menos radical e mais exequível para o problema apresentado.
Compartilho da mesma Ideia do Professor, moro numa cidade de 120mil habitantes e o transito já está horrível, principalmente porque muitos ainda são adeptos da bicicleta e praticamente não existe ciclovia o resultado disso são bicicletas disputando espaço na rua com os carros. Fico imaginando o espaço que seria para uma ciclovia sendo ocupada por carros parados por 8 horas por dia. Se é pra alugar acostamento que se construa prédios de estacionamento e se cobre por eles.
Vai virar mais uma mamata. A dos estacionamentos. O poder público então que construa estacionamentos. Vou além para que privilegiar automóveis. Nem estacionamento em vias públicas, nem em estacionamentos. Onibus e metrô e fim de papo.
Winston,
Por favor Pense.
Porque o poder público deveria tirar dinheiro dos pobres para construir estacionamento para os ricos que possuem carros? Eles que paguem para construir os seus estacionamentos em vez de usar área pública.
E você quer o poder público administrando 40.000 estacionamentos pelo Brasil inteiro, criando mais cargos vitalícios etc, etc?
Bem, quem paga impostos não são os pobres (admitindo-se que uma pessoa pobre seja aquela , sem recursos), que paga é quem tem dinheiro. Em S Paulo aliás, dependendo da metragem da residencia, nem IPTU incide (vide Erundina). Mas concordo que a administração pública não é das melhores e, não melhoraria administrando estacionamentos. Por isso mesmo cairíamos na mamata da cessão dos estacionamentos e, cairemos, pois não discordo que o estacionamento em vias publicas está com os dias contados, principalmente em nossa cidades nada planejadas. Para atenuar o problema somente com transporte coletivo ( outra mamata, não é mesmo?), mas daquele onde o usuários possa viajar sentado e não como acontece hoje. Aliás alguém aí usa ônibus ou metro em Sampa? Se é usuário sabe do que estou falando e, essa é uma das causas de tantos automóveis circulando. Entre duas opções ruins a menos pior é a escolhida. Não se trata de uma coisa entre ricos x pobres.
VAZIOS URBANOS
Você fala dos impostos sobre a renda, pq até o mais miserável paga imposto quando compra seu arroz e feijão para comer.
É verdade, por isso, a inserção da definição de pessoa pobre. Até o mais miserável paga impostos nas compras do dia e, não é pouco.
E não tem nem como sonegar!
Esta medida apenas retardaria o problema: FALTA DE TRANSPORTE PÚBLICO. Em poucos anos, mesmo não sendo permitido estacionar em vias públicas, o trânsito estaria entupido de carros, porque o transporte público é deficitário. Mais metrô e menos balela.
De acordo… não tinha visto seu comentário e falei a mesma coisa.
Henrique, quando se trata do principal modal de transporte nas grandes cidades do Brasil, que é o ônibus, a sua falta se dá principalmente pela perda de produtividade devido aos engarrafamentos. Um ônibus com 80 passageiros tem a mesma prioridade que um carro com 1 passageiro. Se tivessem corredores exclusivos com espaço para ultrapassagem nos pontos de parada, um ônibus que hoje leva 2 horas para dar uma viagem, faria esse percuso em metade do tempo, por exemplo, aumentando a oferta de transporte público sem aumentar a quantidade de ônibus na rua. Quanto ao metro, o problema é que é caro demais para construir (em média 20 vezes mais que os corredores para ônibus), e caro para operar (tarifa tem que ser subsidiada para equiparar à dos ônibus.
A única solução que resta são de fato os sistemas BRT, combinado com ciclovias, bicletários nas estações e restrição ao uso de automóvel nos horários comerciais — tanto em estacionamento quanto com pedágio urbano. Priorizar o transporte público por ônibus, em outras palavras.
Concordo, mas temos péssimos administradores do Estado. Não temos meios de transporte público eficientes para isso se tornar real. Hoje nós (a maioria) compramos carro por necessidade/obrigação, infelizmente.
isso so funciona onde tem uma administração publica honesta , resumindo não tem como fazer isso com essa cambada de oportunista no poder , essa roubalheira desenfreada um prefeito incapaz de administrar nem um cidade de lego , cheia de buracos, favelas embaixo e viadutos, sem policia , virou uma nova york de anos atras. Mas tudo pode mudar se tiver uma pessoa honesta no poder mas ta muito dificil .
Aprovo em genero, número e grau mesmo porque já faço isto por questões de segurança que é tb de muita importância ;quanto aos políticos, não me preocupam muito pois como nossos empregados, terão a sua avaliação de mérito nas próximas eleições !!!
Ou, no mínimo, proibir em via de trânsito de transporte coletivo…
Uma boa ideia
talvez deveriamos fazer como em Toquio. quem compra carro precisa provar q tem onde estaciona-lo – residencia e comercial.
Aqui no RJ foram extintas algumas vagas de estacionamento para dar lugar a corredores exclusivos de ônibus, agora uma viagem que durava entre 50 e 60 minutos passou a durar 35-40 minutos. Ou seja, um só ônibus consegue atender bem mais passageiros por hora. E ainda há espaço para melhorar, pois não é todo o trajeto que conta com faixas exclusivas.
Quem aí acredita que os estacionamentos “privados” das frentes dos órgãos públicos(fórum/tribunais) vai acabar? E os dos taxistas que em todo o Brasil detém esse privilégio(nas quatro esquinas)? .
Não há mais como defender este veículo (automóvel) como meio de transporte urbano. O automóvel morreu; agora só falta enterrar a industria automobilística.