O Brasil tem três sistemas de saúde, mas você só é informado de dois. Segundo a imprensa, esse terceiro sistema sequer existe.
Um é o sistema estatizado, precário, que paga mal, atende mal e onde os funcionários são desmotivados.
Desmotivados porque ganham mal, não há promoções por mérito ou caixinha de clientes satisfeitos.
No sistema estatizado, todos nós pagamos antes. Muitos anos antes, dos 20 aos 60 anos quando temos saúde.
Os economistas estatizantes de sempre torram esse dinheiro também antes, e daí não sobra dinheiro para nos atender na velhice, e aí sequestram leitos via o Supremo.
O segundo é o sistema de livre mercado, eficiente porque existe concorrência entre hospitais e médicos, que a imprensa chama de privado, mas é o mais público e democrático de todos.
E, muito mais barato devido à essa mesma eficiência.
O mais importante é que ele é pago somente após o serviço prestado, não antes via impostos como no SUS.
E só se for bem prestado, senão vai para Justiça. O que nem adianta fazer num SUS atuarialmente quebrado que está, mas isso é escondido do público, como na China.
O maior problema do sistema de mercado é que os mais pobres, expropriados que foram via impostos, não têm como pagar mais um sistema adicional.
Seriam obrigados a pagar duas vezes pelo mesmo serviço.
O dinheiro para a sua saúde na velhice já foi cobrado pelos economistas estatizantes com impostos bem antes da doença.
Um Prevent Senior custa R$ 480,00, que é quanto alguém com salário mínimo paga de impostos, e é cobrado somente após os 50 anos de idade.
No sistema de livre mercado o pobre poderia ter R$ 480,00 a mais por mês, e poupar para a velhice.
Mas existe uma terceira plataforma de saúde, a adotada pela ideologia do Comunitarismo nem de Direita nem de Esquerda.
Vocês dois que ficam digladiando-se e insultando-se todo dia, deveriam apoiar essa opção meio termo, que muitos iriam aceitar, se brigassem menos entre si.
A cidade de São Paulo tem dezenas de Hospitais Comunitários.
São custeados pelas suas comunidades, cuidam desde do mais pobre até o mais rico da comunidade.
Todos sem fins lucrativos, mas muito bem administrados e equipados.
Falo do Sírio Libanês, que todos os Ministros e Presidentes preferem ao SUS, e que é mantido pela comunidade árabe.
Falo do Oswaldo Cruz, mantido pela comunidade alemã.
Falo da Beneficência Portuguesa, mantida pela comunidade portuguesa.
Falo do Hospital Albert Einstein, mantido pela comunidade judaica.
Falo da Beneficência Nipo-Brasileira mantida pela comunidade japonesa.
Além do Cruz Azul, Santa Marcelina, Edmundo Vasconcelos, Sepaco.
Todos mantidos pelas suas comunidades, notadamente os mais ricos que têm orgulho e interesse em fazê-lo, mostram que deram certo apesar de terem vindo pobres.
Em troca de uma polpuda doação ao hospital, eles terão seus nomes na parede, e mais importante ainda um tratamento especial na hora que ficarem doentes.
É um acordo mais ou menos aceito, que os grandes doadores sempre terão um leito no hospital.
E que os hospitais comunitários sempre terão dinheiro, o que para a Esquerda é um privilégio a ser denunciado, mas para o comunitarismo um ganha-ganha.
Umas das melhores formas de distribuição da renda, dos mais ricos para os que mais precisam, e na hora certa.
Nessa hora rico não sonega, comparece.
É uma forma correta de distribuição de renda e leitos.
O leito fica preferencialmente à disposição do doador, que aliás o pagou, mas na sua ausência os pobres terão o leito, a UTI e os equipamentos de graça.
E quando esses ricos morrem depois de uns 20 anos, esse acordo tácito cessa, e o leito vira definitivamente da sociedade.
O STF quer acabar com isso.
Quer implantar a fila única, onde rico não pode “furar fila” e usar o leito que ele próprio doou ou pagou.
Isso porque no sistema SUS, depois de 20 anos o hospital é desativado por falta de verba para os médicos e enfermeiras.
Vocês de Esquerda e Direita, que se odeiam, pensem em acabar com essa guerra de ódio e lutem juntos pelo Comunitarismo.
2 respostas
Como ficam ou ficaram as Santas Casas de misericórdia , também bem sucedidas em muitos locais ? E um detalhe , todos os comunitaristas citados tem convenio com o SUS e recebem verbas do SUS e até administram hospitais do SUS . Fora a polarização provocativa acho que o buraco é bem mais embaixo.
Excelente artigo Kanitz! Sobriedade e objetividade em separar os três sistemas. Muitos estatizantes vendem a ideia de que os governos cuidarão das pessoas enganando os mais ignorantes. Felizmente, a liberdade de expressão e opnião estão vigentes no Brasil.
Seria interessante estimar quanto de imposto o cidadão comum paga e o quanto ele recebe de benefícios do estado. Se tivéssemos este conceito claro, o trabalho de esclarecimento das pessoas seria mais simples.