Receber Para Fazer Nada. Um Triste Traço Cultural.

 

Nem todos os países dão férias de um mês inteiro, como acontece no Brasil.

Na China trabalha-se todo dia, sábados e domingos inclusive, com apenas duas semanas de férias por ano, e olhe lá.

Quando levei meus filhos à Disney, tivemos o privilégio de andar na cabine do operador do trem-bala que circunda o parque.

Vi nos olhinhos dos dois que eles haviam finalmente descoberto a profissão de seus sonhos.

Perguntaram tudo sobre a futura ocupação.

E, como bons brasileiros, perguntaram também quantas semanas de férias a Disney proporcionava por ano.

“Uma semana”, foi a resposta do condutor.

Fim do sonho.

Férias remuneradas são consideradas no Brasil uma conquista social.

Uma conquista sociologicamente estranha, porque cria e perpetua a ideia de que no Brasil se ganha sem ter de trabalhar.

Não sou contra férias, justo quem, que tira dois meses de férias por ano.

Eu só questiono elas serem remuneradas pelo empregador para você fazer nada.

Perpetuamos a visão romântica brasileira e da nossa esquerda fake, de que alguém lhe pagará para ficar em casa, fazendo nada.

Como na Loteria Federal, uma aposentadoria precoce, uma indicação política.

Basta ver essa diferença nos posters do Socialismo Soviético onde todos estão sempre trabalhando, e como.

Nossos intelectuais, pelo menos aqueles que assessoram nossos políticos na feitura das leis econômicas, ainda não perceberam que o salário é a remuneração do trabalho e não das férias.

Remuneramos Férias, Domingos Remunerados, remuneramos um 13º mês que sequer existe.

Só que, entendam vocês de esquerda, as empresas pagam essas férias com a venda dos produtos fabricados pelos funcionários nos onze meses anteriores.

Para nós, administradores, não faz o menor sentido empresários ficarem “devendo” férias e 13º aos seus funcionários.

O administrativamente correto seria pagar o trabalhador todo mês pelo valor total produzido a cada mês que passa.

Essa de postergar 16% do salário, como determinaram nossos economistas “progressistas”, é um absurdo, mas é feito até hoje.

Ou seja, para nós administradores socialmente corretos, o correto seria aumentar em 16% os salários de todos imediatamente, nada de ficar devendo “férias” e 13º  a pagar onze meses depois.

São 16% dos salários que são indevidamente postergados do nosso trabalhador e a esquerda chama isso de conquista social.

São 16% de renda que fica faltando de demanda, e nossos economistas até hoje não sabem por que 16% da produção fica encalhada até o Natal.

São 16% dos produtos que ficam estocados gerando custos, seguro, armazenamento, etc.

Quando falo mal de economistas, vocês já sabem porquê.

Eles acham que precisam abaixar os juros para estimular a economia, investir em infraestrutura, dar estímulos keynesianos para acelerar as vendas.

Quando foram justamente eles que criaram esse hiato de demanda, nada a ver com ciclos capitalistas como acreditava Keynes.

E por omissão deles essa espoliação humana continua.

Trabalhou, ganhou, e nada de ficar devendo o 13º  mês e mês de férias como ocorre até hoje, e nem nossos Sindicatos dos Trabalhadores, CUT, PT, PSTU, PSOL reclamam.

Somente a Administração Responsável das Nações faz esse papel.

 

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