O Capitalismo Beneficente

 

Fico Impressionado como o número de pessoas inteligentes que afirmam que precisamos acabar com o capitalismo, e substituir por outra coisa, esquecendo que o socialismo, o comunismo, o liberalismo precisam de tanto capital quanto, em temos de tomógrafos, prédios para hospitais, tornos mecânicos, computadores, estradas, enfim.

Todos os sistemas são capitalistas, pelo jeito estas pessoas são nada inteligentes.

Precisamos achar meios para aprimorar o capitalismo em vez de passarmos por mais uma revolução para substitui-lo, e fazem os mesmos erros de Marx, o socialismo Soviético e Cubano que queriam acabar com o capital e aqueles que acumulam capital, tornando-as em ditaduras.

Além do fato que a Crise Atual Europeia nem é devida ao Capitalismo mas sim ao endividamento do Estado para custear seu welfare state.

E a crise atual americana é devida ao super endividamento e ao downgrade do Estado Americano.

Nada a ver com a esperada “contradição do capitalismo” que tantos acadêmicos esperam.

Mas como mudar o capitalismo como o conhecemos?

De que forma?

O capitalismo se provou muito competente para produzir bens e serviços que os consumidores querem.

Se houver um desejo insatisfeito no mercado, algum empreendedor irá se mexer para provê-lo.

O que o capitalismo não sabe fazer ainda é produzir bens e serviços de que as pessoas precisam.

Não há segredo em vender frango barato entupindo-o com Deus sabe o quê ou vender morangos saborosos, com mil e um agrotóxicos.

A indústria automobilística colocou airbags nos carros por determinação do governo americano, porque há dez anos o consumidor não queria.

As TVs e os anunciantes se digladiam para mostrar o grotesco e o pornográfico, assuntos que o povo quer mas de que necessariamente não precisa.

Alguns administradores, porém, estão lentamente mudando esta situação.

Estão gastando tempo, recursos organizacionais e dinheiro em atividades beneficentes e filantrópicas simplesmente porque acreditam que as empresas precisam produzir também bens que a sociedade requer.

Surge uma nova geração de administradores, os administradores socialmente responsáveis como Guilherme Leal, Fábio Barbosa, Ricardo Young, Sérgio Amoroso, Norberto Pascoal, entre outros, que estão gastando mais do que 5% do seu tempo, lucros e recursos organizacionais para oferecer o que eles acreditam que a sociedade precisa.

Fazem parte de uma nova geração de administradores e empresários que está transformando um capitalismo de resultados em um capitalismo de benefícios.

Um outro grupo de empreendimento vai além, devota 100% de suas energias, dinheiro e organização para produzir o que a sociedade precisa.

São as entidades beneficentes, que ao longo destes anos adquiriram competência e técnicas organizacionais que seriam de muita valia para as empresas.

Quão mais fácil seria, por exemplo, para os Alcoólatras Anônimos vender pinga a seus associados, do que a abstinência?

Quão mais fácil seria colocar um outdoor vendendo bebida com mulheres sensuais do que angariar fundos filantrópicos?

Quão mais fácil seria para a Igreja Católica ceder às pressões de mudança, oferecendo o que os fiéis querem, do que se manter leal aos seus dogmas e insistir em oferecer o que ela acha que os fiéis precisam, custe o que custar?

Conseguirão os empresários obter lucro ofertando o que o consumidor precisa?

Conseguirão obter lucro vendendo frangos humanamente criados, sorvetes sem aditivos químicos e morangos sem agrotóxicos?

Várias experiências mostram que sim.

A Superbom, empresa dirigida pela Igreja Adventista consegue ser rentável apesar de produzir sucos dentro de processos naturalistas.

Tornar o capitalismo mais responsável já não parece uma tarefa impossível e existem vários grupos agindo neste sentido sem ter que passar pelo traumático processo de derrubar o sistema vigente.

Recentemente 50 entidades beneficentes receberam, merecidamente, o Prêmio Bem Eficiente pela sua competência, liderança e exemplo, provando que existem soluções para os problemas sociais.

Essas e as demais entidades são a semente para um novo tipo de capitalismo voltado para suprir a sociedade com o que ela precisa e não necessariamente com o que ela quer.

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Comentários

9 respostas

  1. Os produtos da Superbom são realmente como dizem a marca. Apesar de serem mais caro um pouco que o comum. Porém é preciso ter visão ampla e de futuro. Pagar impostos encarece, processos humanizados encarece, encarece inclusive o valor humano. E como estamos precisando de valorização da vida.

  2. De fato, nunca consegui pensar a respeito do capitalismo como aquele sistema engessado que os professores com inclinação socialista ensinavam, ou seja, aquele que iria nos levar a todos à bancarrota, que iria esgotar todos os recursos do planeta e nos transformar em aberrações com seus transgênicos. Sempre pensei no capitalismo como um sistema ajustável aos interesses dos consumidores. Desta forma, quando o instinto de sobrevivência falar mais forte, acredito que surgirá, de forma bastante natural, um “capitalismo sustentável”, voltado ao interesse primeiro de manter-nos vivos neste planeta.
    Inté.

  3. Caro Kanitz,
    Acredito que seria interessante as empresas filantrópicas criarem uma forma de gerar caixa por conta própria. Um exemplo: antes de fazer investimentos em uma pequena cidade pobre do interior do Nordeste para gerar desenvolvimento econômico, a empresa compraria os terrenos disponíveis nos arredores da cidade. Depois quando os investimentos filantrópicos gerassem o desenvolvimento, os terrenos seriam vendidos por um preço várias vezes maior. Esse recurso já seria aplicado em outra cidade.

  4. A Superbom é uma empresa cujos produtos minha família consome há gerações. O que me impressiona é que eles já utilizam o “PRODUTO NATURAL = QUALIDADE DE VIDA” como diferencial competitivo antes de o Marketing teorizar sobre diferencial competitivo.
    A empresa já tem 85 anos e tem muito a crescer!

  5. A Superbom empresa dirigida pela Igreja Adventista sempre foi focada em prudizir o que as pessoas precisam, mas a Igreja Adventista de forma geral mantém iniciativas e instituiçoes que cooperam com o crescimento da sociedade.
    A educação Adventista só para citar um exemplo, cursei o ensino fundamental, médio e superior em Institutos de Educação Adventista, como bolsista.

  6. coincidência com nome parecido
    a empresa SORVEBOM de Lajeado RS segue esses princípios a anos.
    Ps.: sou consumidor antigo, conheço o proprietário Martin e inclusive lidera e divulga para outros empresários este “jeito de Ser cristão”
    tentei entrar agora no site mas tá lento http://www.sorvebom.com.br/

  7. Sua crítica à Contabilidade é vazia e sem fundamento. E não se esqueça que o prof. Kanitz é formado em contabilidade. O contador tem a mesma capacidade de dirigir uma empresa do que o Administrador. Não confunda as coisas.
    Helio

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