Como se Preparar Para Ser Presidente da República? Parte 2

 
Nunca tivemos um Presidente da República realmente preparado para o cargo.
Faz parte da nossa cultura que qualquer um pode administrar uma quitanda, uma pequena e média empresa, uma estatal, um banco, um país. Incrível!
Quatro Presidentes dos Estados Unidos não somente trabalharam no setor privado, mas foram Analistas de Crédito, sabiam avaliar e acompanhar projetos, avaliar risco, fluxo de caixa.
Outros quatro presidentes americanos eram bem próximos da Harvard Business School, Eisenhower contratou seu Dean, quase todos contrataram seus professores, desde 1912.
Qual a função de um Presidente? O que diz a nossa Constituição?
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
V – vetar projetos de lei;
VI – dispor, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
Resumindo:
1. Escolher os Ministros
2. Administrá-los
3. Não extinguir órgãos públicos e Ministérios.
Vejam que propor leis, fazer reformas legislativas, prometer benesses populistas não fazem parte de suas atribuições.
Percebam que a rigor o Presidente do Brasil não tem tanto poder assim para um regime Presidencialista.
A própria escolha de Ministros é problemática.
Fernando Henrique Cardoso recusava dar o Ministério do Planejamento para seu amigo José Serra, porque “aí quem mandaria seria o Serra e não eu”.
Por mais que ninguém goste do Serra, ele foi o único que se preparou mentalmente por 30 anos para ser Ministro da Fazenda ou Ministro do Planejamento.
Fernando Henrique Cardoso fez pior, escalou o Serra para ser Ministro da Saúde, cargo para o qual ele jamais se preparou.
Por isso temos Presidentes fracos e administrativamente inseguros e por isso tendem a concentrar o poder.
Se colocarem pessoas muito competentes, acham que perderiam poder.
Como de fato ocorreu no Regime Militar.
Quem mandava na época era Delfim Netto e seus Delfim Boys, que fizeram gato e sapato do Brasil.
Dizer que houve uma Ditadura Militar é não perceber quem realmente mandou por boa parte do tempo.
Delfim era um socialista fabiano enrustido, e seus Delfim Boys eram “yes men” que o obedeciam cegamente.
Delfim foi denominado Czar da Economia, e até hoje não desfizemos os absurdos de sua gestão.
Uma das lições da era Delfim foi nunca mais ter um Ministro da Fazenda forte, e sim um Ministro fraco que obedeça.
João Goulart, um dos Presidentes mais inseguros e vacilantes que o Brasil já teve, trocou de Ministro da Fazenda 12 vezes em menos de 24 meses, deixando nossa economia em frangalhos.
A verdadeira razão de sua deposição, como no caso da Dilma.
Presidentes que nada entendem de Administração acabam centralizando porque não sabem delegar e o que delegar.
Não sabem criar metas de desempenho, não sabem avaliar resultados e não sabem criar indicadores de revisão de estratégia.
A única forma de se sentirem seguros são via reuniões diárias com todo o Ministério, que ocupa tempo e nada contribui, a não ser para o ego do Presidente.
 

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Comentários

3 respostas

  1. O que me parece mais paradoxal nesta história, é que se você quer operar o coração, você procura, no mínimo, um Dr Zerbini. Se você quer ir de avião a São Paulo, você gostaria que o piloto fosse um “master”. Mas, para governar o país, o estado ou a sua cidade, você se contenta com um falido de uma loja de 0,99, um radialista, um jogador de futebol… Aí acontece o que era de se esperar e você fica chorando pelo leite derramado, por mais uma decepção. Com isso, lá se vão pelo menos 200 anos de atrasos e, pelo andar da carruagem, mais 200 vem aí.

  2. 200 anos de atraso. Mas uma boa parte acha também que, um ex-militar fracassado, que igualmente nunca administrou um botequim, e que gosta das mamata$$$ do cargo, será um bom presidente.

  3. Se na Escola Militar um capitão aprende a criar metas de desempenho, avaliar resultados e criar indicadores de revisão de estratégia, já está muito à frente desse grupo desastroso que “administrou” o país por 13 anos.

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