Ninguém Entendeu a PEC das Despesas

 

Tempo de leitura: 2 minutos

O Brasil começou a dar certo a partir de ontem.

Por 150 anos nossos Presidentes da República viviam gastando mais do que arrecadavam.

Mas como é possível gastar mais do que se ganha?

Engenheiros, Advogados e Contadores consultados sabem que é impossível, nem Bandidos conseguem esse feito.

Mas nossos Reis e Presidentes consultaram uma outra classe profissional, que arrumavam um jeito, por isso eles são contratados e adorados pelos nossos Presidentes.

Truque 1. Uma forma de gastar mais do que se arrecada, usada por 70 anos, foi imprimir moeda. Isso gera inflação, mas não para os primeiros a emitirem a dita cuja.

Quase todos esses gênios, que todo mundo adora, menos eu, imprimiam dinheiro para fechar as contas, e hoje são requisitados consultores e palestrantes. Vá entender.

Só que esse truque não é mais aceito pelo povo brasileiro, depois do Plano Real.

Truque 2. Os assessores do Presidente FHC, que pararam de usar o Truque 1, passaram a usar o Truque 2, o aumento brutal dos impostos.

De 26% do PIB aumentaram para 40% do PIB, se incluirmos o FGTS.

Com o aumento de impostos, os assessores do FHC, como Gustavo Franco e Pedro Malan, puderam gastar mais do que arrecadaram no ano anterior.

FHC e sua equipe são venerados, apesar de terem destruído a indústria brasileira. Vá entender.

Mas hoje o povo não aceita mais aumento de impostos. Por isso essa classe super esperta criou o Truque 3.

Truque 3. Esse truque foi usado por Mario Henrique Simonsen, Delfim Netto, Maílson, Guido Mantega, que é gastar mais do que as receitas contraindo dívidas.

Quebraram o Brasil em 1978, FHC nos quebrou em 1998 quando Clinton nos salvou, e agora a Dilma e os Estados, todos quebrados. Fernando Haddad deixa São Paulo com uma dívida de 400 bilhões para as futuras 20 gerações pagarem.

O povo ainda não se revoltou contra esse Truque 3, mas um dia vai.

Truque 4. Privatização e Leilões. Os assessores vendem ativos e imediatamente gastam em despesas, em vez de comprar outros ativos ou investir em infraestrutura.

Truque 5, em gestação. Essa classe profissional está agora tramando o seu truque 5, Securitização de Dívidas do Estado.

É aqui que entra Henrique Meirelles.

Ele é o primeiro Ministro a estudar Administração, embora tenha se formado Engenheiro, portanto não é um puro sangue, mas entende o mínimo.

Henrique Meirelles corta de uma vez todos os truques de 1 a 5, e os de 6 a 26 que essa classe malandra irá ainda perpetrar.

Mesmo se esses gênios conseguirem mais grana com novos e velhos truques, não poderão aumentar as despesas.

Essa é a beleza da PEC dos Gastos.

Acaba com o incentivo de esses assessores gerarem Inflação, mais Impostos, mais Dívidas, mais Pedaladas Fiscais, porque não poderão aumentar suas despesas.

Entenderam? Então, expliquem para seus filhos e seus amigos.

 

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Comentários

5 Responses

  1. O mínimo que um administrador tem que entender, é gastar menos do que arrecada. Qualquer empresa que não tem essa primícia, irá quebrar. Parabéns pelo artigo.

  2. OK, tendí, sim, um freio para truque nr 01 a 26… mas não BLOQUEIO … aquele que sõ pessoas de bem podem aplicar. Não existe lei que possa derrubar os malandros??? …ai nem PEc´s nenhuma vamos precisar !!!
    Acho saudável, no bom entendendimento, ao contrário de tentar de botar freio para malandros… não DEBEMOS EVITAR MALANDROS NO TIMÃO !!!!!!!!!!!!!!?????????????

  3. Estimado Professor,
    Aprendi demais com acompanhar insistentemente suas posições! OBRIGADO !

    Só que até agora não vejo uma visão mais global, … influências bacanais bancária nas finanzas, suas consequências, os assaltos, bancos centrais fora de controle, mercados financeiros fajutos e cheios de falsidades, produtos podres, enganação sem fim, fábricas de dívidas exponenciais, juros exorbitantes antinaturales matemática e biológicamente falando, ….
    … assim como possíveis SOLUÇÕES !!
    NÃO TEM ???

    Acho não ser o único com esta inquietud !!!! e gostaria mais pragmatismo e consequência nos fundos dos problemas, que sabemos muito bem conhece.

    Porque fica rodando o templo? alguma motivação, temor, prudência ???

    Acompanho pessoas muito bem ilustradas em Espanha, Alemanha, México, EEUU, Chile, .. e não acho UMA bem posicionada e ilustrada com capacidade e conhecimento no BRASIL !!! apesar do tamanho e importância da nossa NOBRE nação….

    assina: “uma alma procurando soluções”

  4. Se a divida existente até então foi fruto de todos esses truques, e a pec dos gastos não reduz, mas congela essas despesas, eles ainda poderão inventar impostos, mas só poderão gastar até o limite dos gastos atuais. Não resolve o problema, apenas limita. Em outras palavras, poderão gastar mais do que arrecada, desde que permaneçam dentro do limite de despesas atuais, que foi estabelecido pelos anos de gastança acima da arrecadação.

  5. Caro professor,

    Como sempre, o senhor apresenta uma visão que destoa do senso comum, e por bons motivos. Concordo plenamente que um dos maiores problemas do Brasil é o déficit público, que tem sido financiado das formas mais absurdas desde antes da independência.

    A PEC do teto dos gastos, no entanto, é a ideia certa aplicada da forma errada. A PEC proíbe aumento de gastos em relação aos gastos do ano anterior. Ano passado, o déficit foi de R$ 155 bilhões. Neste ano, o governo não pode gastar mais, mas, como já teve déficit gigantesco ano passado, pode ter um novo déficit caso a arrecadação não suba R$ 155 bilhões (spoiler: não vai). Ou seja, vai ter que imprimir mais dinheiro em 2017 e 2018, o que causa inflação, e vai combater inflação com juros altos, que causa mais déficit, além de aumentar o custo de oportunidade das empresas. Aliás, o gasto do governo com juros já é de 50% da arrecadação de impostos.

    Em três a quatro anos, o orçamento finalmente se equilibra, mas, nos anos seguites, a situação piora. Afinal, a população vai continuar crescendo (num ritmo menor, mas crescendo), assim como a produção interna voltará a se recuperar. A arrecadação melhorará, mas o país não poderá gastar mais do que nos anos anteriores. Faltará dinheiro para novos investimentos em infraestrutura e ciência e tecnologia, faltará dinheiro para melhorar a educação.

    O que a PEC deveria ter previsto seria limitar o orçamento à arrecadação. Qualquer empresa faz seu planejamento tendo em vista a perspectiva de receitas, visando um lucro ao final do período. Nenhuma empresa que almeja crescer interrompe seu crescimento de despesas, que são intrínsecas ao crescimento. Ela adequa suas despesas ao crescimento esperado das receitas.

    O Brasil, inevitavelmente, terá aumento de receitas, e necessitará de aumento de despesas, o que será impossível com a fórmula aplicada. O que temos, ao invés da salvação, é uma bomba relógio, a explodir no próximo mandato.

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