O Verdadeiro Significado de Ser Patriota

Ser um patriota não significa simplesmente amar tudo o que já existe, ou ter um profundo carinho pelo nosso passado histórico, tradições e pelo status quo atual. Isso seria uma simplificação equivocada. Além disso, muitas vezes nos falta um passado robusto para nos orgulhar verdadeiramente.

Cada nação é forjada através da colaboração humana, sendo esse processo essencial para elevar o padrão de vida além das necessidades básicas. Se nos comportássemos apenas como indivíduos isolados, enfrentaríamos escassez e desamparo.

Alguns países têm sido mais bem-sucedidos em cultivar uma cultura de cooperação, promovendo o empreendedorismo e rejeitando comportamentos destrutivos e contraproducentes.

Queremos ter a certeza de que, em todas as regiões do Brasil, encontraremos pessoas em quem podemos confiar inquestionavelmente. Queremos ter a segurança de que, em todas as partes do Brasil, teremos compatriotas que confiarão em nós.

Nossa aspiração é transformar nosso país em um lar acolhedor, próspero e fundamentado em valores compartilhados, onde não haja luta de classes, etnias ou raças, mas sim cooperação mútua.

O verdadeiro patriotismo não é uma questão individual, mas sim um desejo de que esses nobres valores sejam compartilhados por todos, do Norte ao Sul e do Leste ao Oeste. É o sentimento de pertencimento a um território onde sabemos que todas as pessoas abraçam esses valores e princípios fundamentais.

Quando viajamos para países como Argentina ou Uruguai, por exemplo, respeitamos suas culturas e tradições, da mesma forma como esperamos que os imigrantes que chegam ao Brasil respeitem os nossos.

Questionamos se esses recém-chegados estão alinhados com os nossos princípios e valores compartilhados. Quando não estão, a integração torna-se uma missão desafiadora.

Querer que os imigrantes se integrem não é uma postura de extrema direita, como por vezes somos acusados, mas sim o desejo de que eles cooperem com os valores que consideramos corretos.

Esperamos que esses novos residentes abracem os nossos valores e princípios, ao invés de impor os seus, criando comunidades isoladas. Tanto os Estados Unidos quanto o Brasil enfrentam o desafio de manter valores compartilhados em meio à sua vastidão e diversidade. Isso é evidenciado pelo crescimento dos movimentos patrióticos, refletido nas presidências de figuras como Trump e Bolsonaro, ambos descendentes de imigrantes, um de Veneza e outro de Kallstadt, Alemanha.

Infelizmente, o antipatriotismo tem emergido como resposta, em vez de promover uma cultura de cooperação humana. Em vez de buscar o entendimento da administração de organizações, os antipatriotas lutam para destruir tudo, incluindo os próprios conceitos de patriotismo, pátria e patriotismo.

Como filho de imigrantes ingleses, tive minha própria jornada de adaptação à cultura brasileira. Apesar de respeitar a cultura da Inglaterra, eu sabia que meu papel era integrar-me aos valores e princípios brasileiros, mesmo que isso implicasse superar desafios e preconceitos pessoais.

Minha ascensão a Professor Titular da USP e, posteriormente, a tornar-me um dos quatro colunistas da Veja, foi a realização desse esforço contínuo de pertencer.

Ser patriota não é endossar cegamente o status quo ou celebrar nossa história e tradições de forma inquestionável. Ser patriota é a firme convicção de que podemos e devemos aspirar a um país onde todos, em cada canto deste vasto território, compartilhem o compromisso com a cooperação, o respeito mútuo e a integridade.

Um patriota é alguém que acredita que todos os habitantes de uma nação, em todos os cantos de seu território, devem abraçar os mesmos valores compartilhados de cooperação, respeito mútuo, honestidade nos negócios e na palavra.

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Comentários

15 Responses

  1. Esses movimentos “Patrióticos”, refletidos por Trump e Bozo, só é patriótico até a segunda linha…
    Se rebaixar para os EUA e Europa, como um cachorrinho de madame, não tem nada de patriotismo, assim como dar golpe de Estado!

    1. Lembrem-se sempre do ensinamento do Mestre Miyagi, em Karate Kid: “A vida pode te derrubar, mas você decide quando é hora de levantar”

    2. Smith, o texto fala do patriotismo na sua essência. Levar para o lado político-partidário, em nada ajuda na reflexão proposta neste artigo. Não se deixe tomar pelo fanatismo, pois isso, em nada contribui para um debate civilizado sobre o assunto. Uma postura civilizada com argumentos bem fundamentados é o se espera de um genuíno patriota.

      1. Concordo. Eu estava achando otimo o texto, mas quando vem a posiçao politica estragou.
        E nao estou de nenhum lado nesta eleiçao.

  2. O Brasil hoje enfrenta um perigoso processo de extinção do que é seu Patriotismo. São diversas as vanguardas de ataque: a mídia, o ensino, as entidades globalistas, as universidades, a cultura militante.

  3. Ótima análise.
    Deus, Pátria, Família e Liberdade são ideias trazidas a luz, na escuridão em que estávamos vivendo.
    Podem prender homens, podem matar corpos, mas as ideias permanecerão sempre como um convite ao patriotismo, o que não existe em regimes comunistas.

  4. Se ser “um patriota é alguém que acredita que… devem abraçar os mesmos valores compartilhados de cooperação, respeito mútuo, honestidade nos negócios e na palavra”, como se pode ser um patriota num país como o Brasil onde é da cultura geral não levar nada disso a sério; do mais fraco ao mais poderoso?

  5. Taí um tema que deveria ser tratado de maneira séria nas Escolas. Infelizmente, estão fazendo militância político-ideológica!

  6. Prezado professor Stephen ótima análise.
    Não fique preocupado com os poucos que não entendem a essência das mensagens. Intolerantes existem em todos os lugares.

  7. O Putin disse a mesma coisa para os imigrantes muçulmanos antes dessa guerra. Ou falavam russo, se vestiam como russos, viviam como russos e cediam um terreno para a construção de uma catedral ortodoxa em Meca ou podiam ir embora. Estranho não?

    1. Não, não é estranho. Os muçulmanos, em seus territórios, exigem firmemente que os estrangeiros se adaptem a sua cultura local. O consumo de álcool, por exemplo, só é tolerado em locais bem específicos, basicamente bares de hotéis onde os estrangeiros se hospedam. Quanto aos direitos das mulheres, é pior ainda. No Qatar, minha irmã fez uma conexão no aeroporto local, e não pôde nem sair do aeroporto para conhecer a cidade, pois estava sozinha (sem a companhia de um homem). E experimenta andar com uma bandeirinha de arco-íris em um país muçulmano, e veja o que acontece… Mas eles chegam na Europa e em outros lugares, e, no geral, se fecham nos seus hábitos. Não precisa abrir mão de sua cultura nativa, mas é preciso se integrar ao local que te acolheu.

  8. De pleno acordo, Professor.
    No entanto, creio que o primeiro passo seja definirmos quais os valores queremos que sejam reconhecidos como representantes de nosso povo/nação. Me parece que, o que temos hoje, é apenas uma confusão e ignorância do que verdadeiramente representa um povo honrado e próspero.

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