Precisamos de um Ministério de Administração e Execução

Recentemente, o Ministério da Economia redigiu um Decreto Lei estabelecendo as diretrizes para 2021 até 2031.

Nele apresentam mais de 300 problemas urgentes e como resolvê-los até lá.

Toda a imprensa deveria estar discutindo esses 300, mas passou batido.

A maioria das soluções dos 300 tem uma única linha. Pasmem!

Peço que todos vocês leiam, e não só esses meus comentários, pelo menos passem os olhos por cima.

Não há argumento mais convincente para extinguirmos o Ministério de Economia, e criarmos o Ministério de Administração.

Os gênios do Ministério colocaram nada menos que 300 problemas, problemas acumulados ao longo desses 50 anos que eles estão no poder.

Não há ordem de prioridade, não há sequer uma percepção que 200 problemas são causas dos outros 100 não resolvidos.

Os diagnósticos são fracos e por isso as soluções de uma única linha, idem.

Tipo:

“Promover, em âmbito nacional e internacional, os destinos e os produtos turísticos do País, de forma a fomentar o fluxo turístico interno.”

Coisa de acadêmico que não pensa nos detalhes.

Como já escrevi há 20 anos em “Precisamos Turistificar o Brasil”, como promover uma cidade que não se turistificou, criando parques, museus, atrações, e uma culinária mais refinada?

O problema é mais embaixo.

Pior, 300 já são muitos, mas a falta crônica de capital de giro próprio para impulsionar o crescimento nem é citada.

E todo exercício acadêmico do Decreto é como aumentar nosso crescimento para 4% ao ano, em vez de 2%.

Acharam que colocar no papel 300 sugestões de uma seção de brainstorming resolve.

Leiam: http://www.planalto.gov.br/…/2020/decreto/D10531.htm

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Comentários

12 Responses

  1. Professor o senhor conhece a realidade dos cursos de administração no Brasil? São milhares de bacharéis que não administram nem uma padaria. Quiçá seus professores teriam condições. Há professores que nunca trabalharam na vida, estudaram e passaram em concurso para dar aula nos institutos federais. Administração no Brasil virou escada para concurseiro. Grade curricular desatualizada com conteúdo que orbita em Marx, Fayol, Taylor, Ford, com ênfase no primeiro.

  2. Realmente os cursos de administração, pelo menos os mais acessíveis ao povo em geral, está com seu currículo, projeto pedagógico e estrutura muito aquém daqueles que deveríamos esperar. Não há saída. Há um jogo político por traz de nossa sociedade o qual não se interessa em educar critica e eficazmente os egressos deste curso, e de muitas outras carreiras.

  3. O último plano feito foi O Estudo dos Eixos de Integração e Desenvolvimento elaborado em 1998/2000 que resultou em um Portfólio de 230 Projetos Estruturantes Públicos e/ou Privados. Foi apelidado de Avança Brasil pelo Governo FHC e resultou também no PAC do Lula e Dilma que não passaram de mera mudança de nome. Pude trabalhar pela Booz Allen & Hamilton que foi a líder do Consórcio formado pela Booz, Bechtel e AbnAmro Bank. O Plano continha uma dose de ineditismo, pelo menos aqui, de exigir contrapartidas de Desenvolvimento Social em saúde, educação, habitação e meio ambiente de todos os projetos. Custou US$ 14 milhões mais US$ 3 milhões para ser apresentado e discutido regionalmente com as comunidades, governadores, senadores, deputados. Fui um dos que percorreu todas as capitais apresentando o Plano, colhendo subsídios e voltando 15 dias depois com o Plano revisado. As mudanças chegaram a pouco mais de 2% do Portfólio de Projetos. Aa identificação dos projetos foi feita pela identificação de gargalos e elos faltantes na economia da época projetando-se essa economia por 10 anos usando-se um modelo matemático e identificando novamente novos gargalos e elos faltantes. Os gargalos e elos faltantes geraram os Projetos Estruturantes do Portfólio, evitando o caráter “voluntarista” dos governos que acabam fazendo obras sem priorizar nada. Ou acabam não fazendo nada como o governo atual. Apenas diz que não rouba, mas isso é normal, quem não faz nada sequer consegue roubar.
    Até onde tive a curiosidade de acompanhar, o trabalho deu direção ao Governo FHC desde o início. Não acompanhei o que aconteceu nos Governos do Lula e Dilma.
    Só sei uma coisa, governar um país deste tamanho sem plano não dá. Não tenho a menor dúvida que o Governo do Bolsonaro é uma nau sem rumo. O Guedes já mostrou que pode ser apenas um Operador de Mercado bom e rico, mas de macro-economia e Governo não entende nada e não tem um Plano nenhum. Toda semana vem com algum wishful thinking que tirou da cachola ou ouviu de alguém. E la nave vá.

  4. Professor parabéns pelos comentários. Um exemplo da administração do hospital de Unicamp. Um desperdício de recursos a olhos vistos. Matérias de escritório espalhados em muitas salas de atendimento em volume superior ao de necessidade imediata. Sistema burocrático sem uso dos recursos de recursos de informática, excesso de papeis. Containers espalhados e sem uso a grande maioria com equipamentos de ar condicionado. Se houver uma análise mais profunda se constatará pelo que está visível como se administra recursos, seria uma boa providência que nas defesas de teses os alunos fizessem um trabalho de identificação e proposição de caminhos para melhor gestão dos recursos desperdiçados.

  5. Professor,
    No setor público de nada adiantaria termos excelentes Ministérios com excelentes administradores e excelentes planos se, no final quem decide tudo o que será feito ou não é o CONGRESSO, NÃO OS MINISTÉRIOS!!!!

  6. Eita… Não entendo nada de economia e abri a matéria quando li Ministério de Execução. Pensei que fosse aquela outra execução. Se fosse, já estaria procurando inscrição para algum concurso de carrasco.

  7. Luis Souza…
    Me formei em Adm em 2007 pela UFRural do RJ. Apesar de sim dar uma “pincelada” em Marx, bem de leve, a base era nos teóricos como Taylor, Fayol, Ford e Max Weber.
    Mas já naquela época, havia a matéria Empreendedorismo, Marketing Estratégico Schumpeteriana. Aliás, além das matérias básicas, havia uma Ênfase em Schumpeter.
    Só que a Cadeira de Administração, é uma Faculdade “generalista”, como as Engenharias e Medicina, tem que haver uma Especialização, já que o assunto é muito vasto e não há tempo de se aprofundar em cada área.

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