Tempo de leitura: 85 segundos
Se Santos Dumont foi o primeiro ou o segundo a criar um esboço de um avião, tanto faz minha gente.
A questão é que o Brasil não aproveitou o talento que havia em Santos Dumont, como sempre. O mesmo ocorre na política, nas Olimpíadas, e no empreendedorismo onde jogamos fora o melhor que temos.
Os Estados Unidos com sua cultura notadamente administrativa souberam aproveitar o talento dos Irmãos Wright e de todos os outros talentos que despontam. Nós não.
Criaram mais de 70 empresas produtoras de aviões, mais de 200 empresas aéreas.
Que por sua vez impulsionaram uma enorme indústria de turismo, criação de hotéis, da Disney e Las Vegas.
Tudo isso começou com aviação.
Mas nós não somos nem primeiro nem segundo em nenhum desses setores, nem de perto.
Santos Dumont é um orgulho para a família Dumont, e um símbolo da incompetência administrativa do Brasil.
Anunciar isso nas Olimpíadas mostra nossa ignorância em questões desenvolvimentistas.
Não sabemos aproveitar as oportunidades dos empreendedores que nos mostram o caminho. Até hoje!
Toda essa onda empreendedora atual, que a imprensa e nossas faculdades estão estimulando, terminará com muitos outros Santos Dumonts totalmente desperdiçados.
Tudo porque não criamos uma cultura de tirar ideias do papel. Não criamos uma linguagem comum que permita aos engenheiros, advogados, contadores, empreendedores se comunicarem entre si e criarem empresas, e não fracassados.
Essa linguagem se chama administração e não economia.
10 respostas
Excelente análise, Kanitz!
E a Embraer?
Estatal? Isso não é mercado! Tem seus muitos méritos, mas não é MERCADO!
E não chega nem perto das mais de 70 empresas estadunidensses (porque americanos somos todos nós).
Concordo com a primeira parte do seu comentário, mas discordo do seu final. Eles podem, e devem, ser chamados de Americanos, pois o nome da sua “federação” é Estados Unidos da América, assim como aqui a “federação” da república começou com o nome de Estados Unidos do Brasil. Aqui, ficou Brasil. Lá, ficou América… É sim uma questão de nomenclatura, mas enquanto “linguística” não faz sentido chama-los de “estadonudensses”. Sim, são “estados” unidos numa federação, que se chama “América”. Sim, ela é parte de do continente americano, assim como a África do Sul faz parte do continente africano. Mas no nome deste último país citado, existe o identificador “do Sul”. Por isso os chamamos de “sulafricanos”. Assim como o caso das “Irlandas”, das “coréias”, tínhamos das “alemanhas”… A confusão toda, creio eu, está no simples fato de que, naquele país, escolheram só o mesmo nome do continente… Confuso, não?!
Creio que o fato deles serem “da América” não implica dizer que eles sejam “a América”.
tanto faz!
A Embraer deixou de ser estatal há muito tempo Ronaldo! Ela foi privatizada em 1994 e, desde então iniciou uma caminhada ao sucesso tornando-se a 3a. maior empresa de aviação no mundo, atrás apenas das gigantes Boeing e Airbus.
Como não aproveitou o talento do inventor, padre Landel de Moura e tantos outros…
Sempre brilhante. Excelente texto Prof. Kanitz
Enquanto ser empresário no Brasil é sinônimo de trambiqueiro ou de aproveitador, nunca iremos valorizar o empreendedorismo. Desde o tempo de Barão de Mauá os empreendedores do Brasil sofrem com as politicas publicas.