Como Conquistar uma Mulher

Adolescentes encontravam o sexo oposto em bailes de salão organizados por clubes, igrejas ou pais responsáveis preocupados com o sucesso reprodutivo de seus rebentos.

“Nos bailes de antigamente, as mulheres faziam um verdadeiro teste psicológico, físico e social de um futuro marido e obtinham o que poucos testes psicológicos revelam.” 

Na dança de salão o homem tem uma série de obrigações:

1. Como cuidar bem da mulher

2. Planejar o rumo

3. Variar os passos e saber qual pé a companheira está

4. Prever o próximo passo

5. Segurar com firmeza

6. Orientar delicadamente o corpo da mulher

Homens levam três vezes mais tempo para aprender a dançar do que mulheres, não que sejam menos inteligentes, mas porque têm muito mais funções a executar.

Essa sobrecarga em cima do homem permite à mulher avaliar rapidamente a inteligência do seu par, a sua capacidade de planejamento, a sua reação em situações de stress.

A mulher só precisa acompanhá-lo. Ela pode dedicar seu tempo exclusivamente à tarefa de avaliação do futuro par.

Uma mulher precisa de muito mais informações do que um homem para se apaixonar.

E a dança permite avaliar o homem na delicadeza do trato, na firmeza da condução, no carinho do toque, no companheirismo e no significado que ele dava ao seu par.

Ela pode analisar como o homem lidava com o fracasso, quando inadvertidamente dava uma pisada no seu pé.

Podia ver como ele se desculpava, se é que se desculpava, ou se era do tipo que culpava os outros.

Essa convenção social de antigamente permitia ao sexo feminino avaliar numa única noite vinte rapazes entre os 500 presentes num grande baile.

As mulheres faziam um verdadeiro teste psicológico, físico e social de um futuro marido e obtinham o que poucos testes psicológicos revelam.

Em poucos minutos conseguiam ter uma primeira noção de inteligência, criatividade, coordenação, tato, carinho, cooperação, paciência, perseverança e liderança de um futuro par.

Infelizmente, perdemos esse costume porque as feministas começaram a considerar a dança de salão uma submissão da mulher ao poder do homem, porque era o homem quem convidava e conduzia a mulher.

Criaram o disco dancing, em que homem e mulher dançam separados, o homem não mais conduz nem sequer toca no corpo da mulher.

O som é tão elevado que nem dá para conversar. Os usuais 130 decibéis nem permitem algum tipo de interação entre os sexos.

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Por isso, os jovens criaram o costume de “ficar”, o que permite a uma garota conhecer, pelo menos, um homem por noite sem compromisso, em vez de conhecer vinte rapazes numa noite, também sem compromissos maiores.

Pior, hoje o primeiro contato de fato de um rapaz com o corpo de uma mulher é no ato sexual, e no início é um desastre.

Acabam fazendo sexo mecanicamente em vez de romanticamente como a extensão natural de um tango ou bolero.

Grandes dançarinos são grandes amantes, e não é por coincidência que mulheres adoram homens que realmente sabem dançar e se apaixonam facilmente por eles.

Masculinizamos as mulheres no disco dancing em vez de tornar os homens mais sensíveis, carinhosos e preocupados com o trato do corpo da mulher.

Não é por acaso que aumentou a violência no mundo, especialmente a violência contra as mulheres.

Não é à toa que perdemos o romantismo, o companheirismo e a cooperação entre os sexos.

Hoje, uma garota ou um rapaz tem de escolher o seu par num grupo muito restrito de pretendentes, e com pouca informação de ambas as partes, ao contrário de antigamente.

Eu não acredito que homens virem monstros e mulheres virem megeras depois de casados.

As pessoas mudam muito pouco ao longo da vida, na realidade elas continuam a ser o que eram antes de se casar.

Você é que não percebeu, ou não soube avaliar, porque perdemos os mecanismos de antigamente de seleção a partir de um grupo enorme de possíveis candidatos.

Fico feliz ao notar a volta da dança de salão, dos cursos de forró, tango e bolero, em que novamente os dois sexos dançam juntos, colados e em harmonia.

Entre o olhar interessado e o “ficar” descompromissado, eliminamos infelizmente uma importante etapa social que era dançar, costume de todos os povos desde o início dos tempos.

 

Publicado na Veja, e este é um dos meus favoritos.

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Comentários

16 Responses

  1. Texto e argumentos excelentes para palestras para jovens e adolescentes.
    Eles não conhecem a diferença entre um rinoceronte e uma chave de fenda…Entre uma pantufa e um fogão a gás…..rsrsrsrs
    Pra quem sabe a diferença Parabéns!

  2. Sabe… fico pensando se tem a ver com a nova configuração do mercado trabalhista toda essa questão de dançar separados e tal…
    Convivemos, homens e mulheres, em profissões semelhantes e muitas vezes, em uma mesma sala há vários seres de sexo oposto tentando conviver como seres humanos. Talvez por isso é que, a partir de um momento em nossa história, vou citar a Segunda Guerra, com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, os trajes femininos tenham se masculinizado tanto. Tem também a questão dos cheiros e dos ciclos do feminino, tão alinhados com nosso planeta, que nos fazem enlouquecer e esquecer nossa condição humana e monogâmica.
    E está feita a bagunça! Mulheres querem ser homens! E homens querem ser mulheres, talvez porque não haja mais mulheres, e sim adversárias! Quem quer ser dona de casa??!?!?!?! E quem pode ser!?!?! Famílias modernas precisam de dois seres para produzir e gerar receita! Mas então, talvez o nome não seja mais família… sugiro, deixa eu ver…

  3. Parabéns pelo seu enfoque!!eu danço salsa e sei daquilo que esta falando.,conheci assim meu marido há maravilhosos 15 anos e nossa historia de amor continua tanto quanto nossa dança.

  4. Kanitz,
    Casto, puro, fiel e “família” como vc é, dizer como se faz para conquistar uma mulher, não acho que seja a tua praia não! Mas é engraçado.
    Melhor vc falar mais sobre administração, política e economia q tem mais a ver com o perfil da tua formação e creio ser o foco do teu blog. Aliás, ensina-se na acadêmia “q jamais se deve perder o foco”. O Marins q o diga!!
    Eu acho que, em matéria de conquistas, vc está mais para “goteira” do q para “grão-mestre”! Desculpe, “mestre”! rsrsrsrs

  5. Professor Kanitz,
    Muito interessante sua abordagem…a meu ver…famílias/escolas/empresas/instituições religiosas tem mesmo que estar preocupadas… afinal…alguma coisa está mesmo faltando/e/ou errada…pois o número de adultos emocional/sexualmente analfabetos só aumenta…e a qualidade de vida doméstica e social só piora…não é mesmo ??? Planejamento Familiar ????
    Boa Tarde.

  6. Enfadonha análise ignorante e barata de questões complexas, como se uma coisa simplesmente levasse a outra: o feminismo ao “disco dancing” (estamos ainda nos anos 70?), o volume alto da música ao “ficar”. Nenhum exemplo dado explica porque a dança é um método melhor de avaliação que uma simples conversa (e sim, Sr. Kanitz, nós jovens ainda conversamos); e Kanitz parece ignorante do fato que, mesmo que sejam os melhores amantes, os melhores dançarinos às vezes também são os piores maridos.
    Um entendimento da história e da atual situação das relações entre os sexos infelizmente requer muito mais que pequenas reflexões restritas a um único fenômeno, sem nenhuma consideração sobre os (muitos) fatores econômicos e sociais que impulsionaram essas mudanças e os complexos caminhos que essas relações tomavam então, e tomam hoje.
    Brincadeira! As feministas estragaram tudo, vamos voltar a uma época mais simples quando todas as crianças eram gordas e felizes, as mulheres sabiam seu lugar e tudo com que precisavam se preocupar era arranjar um bom marido.

  7. Comecei a dançar em uma academia,uma mulher bastante atraente se aproximou de mim,dançamos,eu iniciante ela avançada,quando dançamos novamente ela não era mais a mesma,estava fria e se mostrava impaciente. Qual o significado? Foi ela que se aproximou novamente.

    1. Significa que ela se aproximou novamente por obrigação. Nas academias de hoje em dia os (as) bolsistas ganham, na maioria das vezes, cem por cento de desconto para compareceram aos bailinhos e dançarem com os (as) iniciantes, para que estes (as) não desistam do curso. Infelizmente, hoje em dia o texto do Kanitz está desatualizado. Mas isso é uma outra história. Mas não desista: se você realmente se tornar um bom dançarino, vai “chover” parceiras querendo que você as chame para dançar! A academia te dará até uma bolsa, parcial ou total, pra você continuar fazendo o marketing indireto da instituição. Os promotores de baile te darão isenção no ingresso ou desconto, para você comparecer ao evento e abrilhantá-lo com sua presença. Enfim, se tornará um “star”, num segmento carente de par masculino. Boa sorte! Leonor Costa, editora do Jornal Falando de Dança, RJ.

  8. Ao chegar no bailinho da escola de dança, vi ao fundo aqueles longos cabelos louros sendo agitados no embalo de uma salsa. Eu não a conhecia. Provavelmente era uma aluna nova, pensei. Enquanto caminhava naquela direção, a música terminou mas outro cavalheiro já deu um bote e a pegou para dançar. Mas não perdi a viagem. Sussurrei de passada: “estou na fila, quero a próxima dança!” E ela sorriu! E meu mundo se iluminou. Daí, muitos xotes, boleros e salsas depois … Casamos e constituímos uma linda família. Ah, a dança!!!

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