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O editor do Financial Times critica o precário estado do mundo, culpando as teorias econômicas sem pé e cabeça que são constantemente divulgadas pelo próprio Financial Times.
Os Perigos das Teorias Frágeis, onde ele ridiculariza, como todos fizeram, o erro de Excel cometido por dois acadêmicos de Harvard, Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, que invalida as conclusões de um paper que escreveram.
“Países com níveis de dívida pública superior a 90% crescem de forma mais lenta“. Só que fizeram um erro de Excel, não auditaram, e um aluno descobriu. Vergonha monumental. Publicaram que o paciente estava com câncer, e recomendaram várias medidas médicas para curar o doente.
O pior é que o Editor do Financial Times também não entende do assunto, estudou jornalismo lembram-se, e nunca fez um curso de Finanças.
Todo administrador de primeiro ano sabe que não é o tamanho da dívida que mata uma empresa, é o tamanho dos juros.
Ter 90% do PIB com juros negativos é um espetáculo, nada melhor para o crescimento. Juros de 1% também, são os juros de 9% a 12% do governo FHC que mataram este país. E nosso endividamento era de somente 54%.
Pior ainda, professores de Harvard e editores do Financial Times, Dívida dividida pelo PIB não é métrica financeira, é mais um Erronomics.
A métrica é Dívida/ (Pib x Prazo de Pagamento da Dívida). Se a dívida é de 10 anos, o impacto sobre o PIB é de 9% ao ano, não 90%. Se a dívida é de 30 anos, como nos EUA, o impacto é de 3% ao ano.
Que alguém ainda escuta professores acadêmicos de Harvard é para mim um espanto, mas infelizmente eles continuarão a ser ouvidos pelos editores do Financial Times.
Infelizmente como os editores simplesmente não pensam.
Afinal, esquecer que dívidas não são pagas no mesmo ano que são contraídas, era algo que todo jornalista financeiro deveria saber, mas Wolfgang Münchau pelo jeito não sabe.
Pelo menos, quem acompanha este blog não caiu neste Erronomics, tendo lido Entenda a Relação Dívida/PIB, onde já rebatia a Tese de Roggoff, mesmo antes dele tê-la escrito.
Você exigiria um juro estratosférico para continuar financiando um país cuja dívida está prestes a ultrapassar 100%?
Sim, é a conclusão da Tese de Rogoff, que nunca comprou um título na vida, uma tese totalmente frágil e equivocada.
3 respostas
Os juros tem caído em função da elevação do dinheiro de curso forçado. Ou seja, os governos mundo afora em sua grande maioria intervem na economia, forçando a queda dos juros, que aumenta a liquidez usando o artifício da elevação da dívida pública. O resultado disso é que com o passar do tempo aumenta o risco e a incerteza, que geram constantes crises mundo afora. A tendência é piorar no longo prazo se os governos continuarem a intervir no mercado. A correção começa com a diminuição do tamanho dos governos, com aumento da eficiência, produtividade, conhecimento (inovação/criatividade), meritocracia e premiar a excelência. Isso gera um círculo virtuoso rumo ao desenvolvimento, pois no rumo que estamos, a situação tende a piorar.
Prof. Kanitz, o senhor ja leu o novo livro do Nassin Taleb “Anti-Fragil”? Abraços
@stephenkanitz e @Carlos, recomendo também o livro “Anti-fragile” de Nassim Taleb. Pena que ainda não o li completamente, apenas uma amostra que estava disponível na Amazon. O trecho que li valeu a pena.