Vamos Perder Nossas Empresas Aéreas
Companhias aéreas nunca sobreviveram no Brasil. Panair, Varig, Transbrasil, Vasp, Cruzeiro do Sul, Avianca, Trip – todas faliram, apesar de a aviação ser um setor vital para qualquer país de grande extensão.
Por isso, nunca desenvolvemos o turismo adequadamente, nossas empresas são regionais, e o transporte é lento e caro.
Apesar de termos um Ministério de Planejamento, nenhum governo percebeu que a aviação é crucial para a economia, considerando o tamanho, a geografia e a estrutura econômica do país.
Assim, nossas empresas permanecem relativamente pequenas e regionais, apesar de o Brasil ser o quinto maior país do mundo em extensão territorial, com grandes cidades e centros econômicos espalhados por vastas distâncias.
Sem o transporte aéreo, muitas regiões ficam isoladas, dificultando a integração social e econômica.
As únicas companhias aéreas sobreviventes – Latam, Gol e Azul – estão em recuperação judicial ou prestes a isso, todas com enormes prejuízos operacionais. Estão na corda bamba.
Você se sente seguro voando com uma companhia aérea que enfrenta grandes prejuízos? Eu não.
Em vez de salvar nossas empresas aéreas, o governo Lula e o BNDES preferem construir navios e financiar um porto em Cuba.
As companhias aéreas brasileiras enfrentam altos custos operacionais, como preços elevados de combustível pela Petrobras (o querosene de aviação é altamente tributado), manutenção de aeronaves e taxas aeroportuárias.
O imposto sobre combustível no Brasil está entre os mais altos do mundo, impactando diretamente os preços das passagens e limitando a lucratividade das empresas.
O real brasileiro oscila fortemente em relação ao dólar, o que é problemático, pois muitas despesas de aviação (como compra e leasing de aeronaves e combustível) são feitas em dólares.
O Brasil também é um dos líderes em processos judiciais contra companhias aéreas, a ponto de uma companhia internacional deixar o país porque 98% de seus processos eram aqui, totalizando R$ 1 bilhão por ano.
Embora o Brasil tenha muitos aeroportos, apenas alguns possuem capacidade e infraestrutura para lidar com grandes volumes de passageiros e voos internacionais de forma eficaz.
A indústria de aviação no Brasil enfrenta regulamentações rigorosas, que dificultam sua expansão e lucratividade.
Por exemplo, as regulamentações trabalhistas são extremamente rígidas, elevando os custos. Além disso, a indústria é fortemente regulada em relação a preços e rotas, restringindo a flexibilidade e eficiência.
A falta de demanda em regiões menos populosas leva a rotas desequilibradas, forçando as companhias a focarem em rotas lucrativas, enquanto áreas subatendidas permanecem com serviço limitado.
Por isso, os preços das passagens no Brasil são frequentemente mais altos que em mercados comparáveis, restringindo o acesso ao transporte aéreo para muitas pessoas, especialmente de renda mais baixa.
A aviação é essencial para conectar as regiões, especialmente áreas remotas e de difícil acesso, como a Amazônia. Sem o transporte aéreo, muitas regiões ficariam isoladas, dificultando a integração social e econômica.
A aviação é também essencial para o turismo interno, que é insignificante em comparação com outros países, embora seja uma grande geradora de empregos e o país tenha algumas das praias mais bonitas do mundo.
A indústria da aviação sustenta direta e indiretamente uma vasta quantidade de empregos, desde funcionários de companhias aéreas até trabalhadores em aeroportos e no setor de turismo.
Fernando Haddad, Geraldo Alckmin, Aloizio Mercadante, estão dormindo no volante?
Sem aviação, não voltaremos a crescer tão cedo.