Menos de 20 anos depois, a Google faz a necessária transição de uma empresa familiar para uma empresa de comando profissional.
Sergey Brin, que conheci no TED Conference, um típico nerd meio tímido, e Larry Page controlam 51% das ações da Google.
Mas hoje é comum em startups, o fundador ter somente 10% e olhe lá, mantendo mesmo assim o controle administrativo, como detinham os donos da Google.
No Brasil estamos longe disso.
Ainda temos empresas familiares com 70 até 100 anos de vida, como a Gerdau, Globo, Pão de Açúcar, Itaú, onde a família ainda mantém o controle administrativo.
Na Bolsa temos talvez três empresas em que não haja um acordo de famílias controlando 51%.
Não sei por que donos querem também administrar, afinal administração é uma função chata para eles super-ricos.
Você vive correndo atrás de problemas, algo que eu imaginaria super-ricos gostariam de evitar.
Mas no Brasil “administrar” sua própria empresa dá status, poder, e ninguém quer largar o osso.
Por isso nossas empresas são o atraso administrativo que são.
A partir desta data, a Google terá um administrador formado em Wharton, e que foi um dos melhores alunos da sua turma.
No MBA ele aprendeu a falar com todas as áreas da empresa, entender as propostas vindas da engenharia, recursos humanos, finanças, departamento legal, internacional, responsabilidade social, etc…
Você precisa saber um pouco de tudo, em vez de tudo sobre pouco.
Você aprende num MBA a lidar com 50 variáveis ao mesmo tempo, em vez de duas, como temperatura e pressão.
Você pode achar que essa taxa de juros, privatizações e a redução do tamanho do Estado serão a solução, pois foi nisso que vocês passaram a acreditar.
Ledo engano!
Se não valorizarmos atitudes como essa da Google, de fazer a necessária mudança de uma empresa de fundador mandando, para uma empresa comandada por uma equipe funcionando, não iremos aproveitar nada do que Guedes e Bolsonaro estão fazendo.
6 respostas
O que Guedes e Bolsonaro estão fazendo é sim importante, o problema é que, como sempre ocorreu, muito provavelmente, não terá CONTINUIDADE nos próximos governos. Este é o um dos principais erros do nosso país, nada de bom tem continuidade.
… Na cultura estatal brasileira no QUE concerne à Privatização, SONHA-SE com a inversão de alguns papéis: a) acabativa antes de iniciativa; b) Estado continua mantenedor via contratos maravilhosos, ainda que surdinamente enviesados; c) Preço PAGO em deságio, etc…
O maior problema é a fomra como o brasileiro foi educado para ser funcionário publico e não procurar “problemas’ com negócio próprio, e se você é dono, “se diz que o gado so engorda no olho do dono”, o que impede os donos das empresas a soltarem as rédeas do comando de suas empresas, pois não acreditam em uma administração profissional, até os cursos do Brasil são voltado a criar analistas administrativos em vez de administradores de empresa. Cobrar isso do brasileiro é igual a cobra de um analfabeto que leia e interprete um texto.
Avelino essa é agrande preocupação. Os brasileiros precisam ter discernimento para votar em quem dará a continuação.
se a Apple tivesse ficado na mão do administrador MBA Jonh Sculley não teríamos Iphone, Ipad….e uma empresa valendo US$500bi. Aliás…não existiria nem Apple, pois estava indo a falência.
Fernando Machado a transição não precisa ocorrer nos primeiros anos da empresa. O que ocorre é que no Brasil as empresas ficam 70 anos na mão do mesmo dono, nesse tempo entra filho sobrinho cunhado neto na empresa e acaba virando uma zona, e quando o dono morre = briga entre filhos e já viu o resultado disso. Por isso que, em algum momento essa transição deve ser feita.