Dilma e o Custo do Capital

Dilma não é formada em administração, mas como Ministra de Minas e Energia teve contato com muitos administradores financeiros de empresas de energia elétrica.

Foi provavelmente com eles que ela aprendeu a importância de um país ter um custo de capital baixo, para gerar energia elétrica barata.

Isto foi uma novidade para alguém formada na Unicamp, que via o mundo empresarial como indutor de salários baixos, como forma de sobrevivência.

Esta é justamente a tônica desta linha de ação política, combater o capital para impedir um capitalismo baseado em custo de mão de obra baixo. Até aí, tudo bem.

Acontece que o capitalismo moderno é intensivo em Capital e não em Mão de Obra.

De nada adianta manter os salários baixos se o custo do capital é elevado.

O objetivo do administrador é justamente o oposto.

Reduzir o custo do capital, para poder aumentar os salários daqueles que trabalham conosco.

Assim sendo, Eliminar o Capital, Occupy Wall Street, Taxar o Capital com Impostos de Ganhos de Capital de 45%, Heranças, CPMF e Imposto do Patrimônio, somente aumenta o Custo do Capital, e reduz os Salários.

Por isto, aplaudi quando a Dilma rasgou tudo o que aprendeu na Unicamp e decidiu reduzir o Custo do Capital das empresas brasileiras.

Infelizmente, quem aprende administração de reunião em reunião, aprende picado e de forma incompleta.

Por isto, minha insistência de que todo cargo de chefia seja embasado com um bom curso de MBA.

Juros não é o único custo do capital. Dilma não teve a segunda aula.

O Preço das Ações na Bolsa de Valores, é outro componente do Custo do Capital.

Uma Facebook que faz hoje um IPO a um preço 26 vezes do seu faturamento, está arrumando capital a um preço absurdamente baixo.

Compare com 1,32 vezes da Petrobras. O custo de capital da Petrobras é 20 vezes mais caro!!!

E na gestão Gabrielli dobrou de preço, porque antes era 3,2 vezes o faturamento da Petrobras, e destruíram metade do Valor de Mercado da Petrobras, e dobraram o Custo de Capital.

Infelizmente, poucas pessoas entendem do que estou escrevendo, algo tão óbvio para quem fez administração, e que quer ver este país aumentar os salários do povo brasileiro de uma forma moderna.

Mas a Dilma está esquecendo da outra ponta. E estas interferências nos preços da Petrobras, nas taxas de administração do Banco do Brasil, nas taxas das Elétricas, nos impostos da Vale, está dando um recado que a Bolsa Brasileira é um lugar de elevado risco POLÍTICO.

E isto afeta as demais 500 empresas na Bolsa.

Estatais não deveriam ser cotadas em Bolsa. Afinal são estatais, e não deveriam sair captando dinheiro do povo brasileiro. Pagamos impostos para estas estatais e elas já tem o $ que precisam, mas isto é uma outra conversa.

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Comentários

9 respostas

  1. estou assistindo o documentário do Michael Moore sobre o Capitalismo, com uma visão de dentro dos EUA, está bem interessante, aborda a questão das indústria, da especulação, da exploração, da concentração de renda, de um documento do CityGroup, de Wall Street e etc.
    Pode ser assistido aqui:
    parte 1 : http://www.disclose.tv/action/viewvideo/41813/Capitalismo___Uma_Hist__ria_de_Amor_1_2/
    parte 2 : http://www.disclose.tv/action/viewvideo/41814/Capitalismo___Uma_Historia_de_Amor_2_2/

  2. Já tive também grandes lucros com a Petrobras no últimos 8 anos, tanto com o rendimento das ações como com os dividendos que sempre são bons. E agora as ações da Petrobras estão em um momento bom para compra, pois estão com uma cotação muito baixa por motivos das instabilidades econômicas globais.

  3. E quem pode provar que uma política econômica liberal ou neoliberal é melhor do que as políticas empregadas atualmente para um país em desenvolvimento.
    Como contraponto a essas políticas neoliberais há muitos argumentos no livro “Maus Samaritanos” de Ha-Joom Chang.

  4. Erik,
    o prof. Kanitz já explicou isso várias vezes. Ele não é contra a ocupação de funções de gerência por pessoas não formadas em Administração. O que ele afirma é que o ocupante do cargo de gerência faça um MBA.

  5. Não acredito que se possa comparar a projeção do preço de ações a serem lançadas num IPO com o preço de ações já negociadas na bolsa há décadas. Ou pelo menos não enquanto se atribui a ambos o mesmo peso como “custo de capital”.

  6. Essa pregação a favor dos administradores é uma idiotice… Como se 4 anos de um curso fácil fossem realmente fazer a diferença… Por isso é chamado de Adistração… A Dilma é economista, sabe fazer conta de somar sem precisar de administrador pra apertas teclas. Larga mão desse preconceito. O fato é que a maioria dos presidentes de empresas são engenheiros e complementam sua formação com boas pós graduações.
    As idéias deste blog em geral são boas, mas essa pregação no deserto fica melhor numa igreja…

  7. Em resumo: Estão levando este País para uma situação insustentável no longo prazo. Já vimos este filme antes com algumas pequenas diferenças, “congelamento de preços” e resultou em uma quebradeira geral. Por isto, quanto mais INTERVENÇÃO governamental no mercado, mais estragos do que soluções.É a política Keinesyana, Marxista, Leninista, Granciana e Maquiaveliana nos guiando.

  8. Como sempre suas observações, bem sagazes e nos deixam com gosto de saber o próxim capítulo. Obrigado por fazer parte de como administrador, conhecer outros pontos de vista de problemas que afetam a todos nós.
    Abçs

  9. No caso da Petrobrás algumas interferências do governo:
    1- Preço do combustível nacional controlado, os acionistas da empresa pagam pela alta do petróleo internacional;
    2- Metas de conteúdo nacional aumentam o custo para Petrobrás que compra navios por 180 milhões de dólares com prazo longo de entrega quando poderia comprar navios coreanos por 60 milhões de dólares com entrega mais rápida;
    3- Governo obriga a Petrobrás a participar de todos os blocos de exploração do pré-sal, obrigando-a a fazer capitalizações faraônicas para se financiar;
    4- Construção de refinarias que terão menor rentabilidade do que a exploração de petróleo;
    5- Atraso no estabelecimento do novo marco regulatório do pré-sal.
    Tudo isso juntamente com o alto custo de exploração do pré-sal, que para se tornar viável precisa de um barril de petróleo a 35 dólares, vai minando a capacidade de investimento e crescimento da Petrobrás. Nos últimos 2, 3 anos a produção de petróleo do Brasil ficou praticamente estagnada.

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