O Brasil Quebrou. E Agora?

 

Tempo de leitura: 45 segundos

 

O Brasil se tornou nos últimos 20 anos um país onde tudo gira em torno do Estado.

Noventa por cento das notícias, das leis, do nosso trabalho, das nossas preocupações administrativas estão voltadas ao Estado, seu excessivo endividamento, gastos, falta de controle de custos, alta constante nos impostos para cobrir esta incompetência.

Meu visível ódio não é contra economistas, mas contra aqueles que quebraram este país, e infelizmente basta ver quem comandou as finanças deste país desde a ditadura militar para entender o que eu percebi 30 anos atrás.

A Dilma contratou o economista Joaquim Levy não para “salvar” o Brasil, mas para salvar o Estado.

E chamar um representante da mesma classe que quebrou o país é uma miopia. Existem outras profissões mais bem equipadas para corrigir este desastre que foi 50 anos de “administração” econômica feita por amadores.

Mais uma vez o povo sofrido brasileiro terá que fazer “ajustes” para poder salvar o Estado.

Mais uma vez se contrata um outro economista para tentar corrigir os erros “administrativos” de seus colegas.

E sabem por que o Brasil quebrou?

Nada a ver com corrupção.

Desde o governo FHC, os jornalistas e economistas estão escondendo do povo brasileiro que o governo federal, estadual e a maioria dos municípios quebraram.

Usaram nossas contribuições previdenciárias não para investimentos de 30 anos, como reza nossa Constituição, mas para cobrir o rombo de suas “gestões”.

Como ninguém verifica seus saldos no INSS, por 30 anos puderam enganar todo mundo. Mas 30 anos se passaram, e agora os R$ 17 TRILHÕES que nossos economistas utilizaram precisam ser arrumados para pagar os aposentados, os ASGs, os aposentados sem grana acumulada.

Em 1994 FHC pediu a André Lara Resende para fazer um estudo da Previdência no intuito de solucioná-la, e ele voltou dizendo que não tinha jeito.

A Previdência estava quebrada.

E ficaram quietos.

Eu conversei a mesma coisa com o Lula e Guido Mantega, quando ele ainda era candidato, e sua resposta foi enigmática. “Segundo o Kanitz, ainda bem que já sou aposentado, já garanti o meu.”

Como FHC já garantira o dele, com uma aposentadoria precoce da USP desde os 32 anos.

Portanto, para os dois maiores “líderes” do Brasil não havia um problema nesta questão previdenciária.

Quem quebra, minha gente, quebrou.

Terminou a brincadeira, finito, não há como consertar.

Mas a classe de economistas que foi responsável por essa quebra, os macroeconomistas keynesianos e desenvolvimentistas, está desesperadamente tentando cobrir o buraco.

Levy foi induzido pela classe dos economistas, não pela Dilma, a aceitar a ingrata tarefa de fazer o jogo sujo.

Dezessete trilhões de reais é mais do que todo o ativo e patrimônio de todo o setor privado, de todas as famílias brasileiras.

E estes 17 trilhões de reais que sumiram é escondido do povo pela Dilma, pelo Aécio e pela Marina que deveria ter sabido disto mais do que ninguém.

A corrupção da Petrobras é 0,1% disto.

Sequer calculam este valor, por isto devo adiantar que é uma estimativa grosseira.

Pode ser bem maior.

Nossos jovens têm o direito a saber.

Se vocês têm a receber de um governo quebrado, lamento, o governo quebrou.

Vai ser duro sem aquela aposentadoria do estado, mês a mês, aqueles empregos públicos vitalícios, aquelas cátedras na Faculdade de Filosofia garantidinhas da silva.

Quem sumiu com estes 17 trilhões, quem escondeu este roubo ou rombo foram vocês.

Não esperem a nova geração pagar esta conta, como vocês e Joaquim Levy estão querendo.

 

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Comentários

16 Responses

  1. Que as gerações futuras vão pagar o pato, isso é inevitável, de uma forma ou de outra. Pode ser de forma explícita através do desaparecimento da previdência estatal (duvide-o-dó) ou, o mais provável, de forma implícita, através do desempenho medíocre do País. O que, aliás, já acontece há decadas.

    1. Ninguém vai dar o braço a torcer, ninguém vai cortar na própria carne.
      O que se vê é mais overdose do remédio que intoxicou o paciente para tentar “curá-lo”.

      Se a “solução” é distribuir ao invés de produzir, a perversão é distribuir reduzindo o que restou em uma espiral miserável.

      Vamo que vamo.

  2. Mestre, acredito que há uma falha nas premissas utilizadas neste texto.
    Por exemplo: com o avanço da tecnologia a produtividade aumentou e os postos de trabalho diminuiram, logo, quem pagará as aposentadorias será este aumento de produtividade!
    Outra, se ninguém nunca se aposentar quando que os jovens terão oportunidade de mostrar serviço? O aumento da longeividade é sim uma oportunidade de aproveitar melhor a vida e deixar os mais jovens trabalharem e aprenderem também!
    Pode ser que esteja errado, mas acredito que está na hora de usufruir as conquistas e viver mais sossegado e não o contrário. Ok?!

    1. O aumento de produtividade não é na mesma ordem de magnitude deste rombo. Estaria correto se as suas contribuições estivessem sendo investidas para o seu usufuto no futuro. Mas como vai consumir na aposentadoria o que os ativos estão produzindo, o aumento de produtividade deveria ser da mesma ordem de grandeza do rombo passado para que o sistema se equilibrasse.

      1. Um cara numa colhetadeira faz o trabalho de 30 pessoas, e melhor. Assim, a produtividade aumentou 30 vezes neste caso, ok?
        Um engenheiro com um software de cálculo de estrutura faz em uma hora o que faria em uma semana… =40x.
        Um site que vende livros digitais, emails, reuniões virtuais…
        Veja o aumento da produtividade e a eliminação de postos de trabalho.
        A resposta a isto pode ser o genocídio desta mão de obra excedente e sem perspectiva de recolocação ou programas de renda universal, nestes incluso as aposentadorias.
        Qualquer que seja a solução não vejo porque se preocupar, a espécie humana dominou geral a natureza!
        Só que acredito que é mais fácil administrar riqueza.
        E é preciso ser muito psicopata para optar pelo holocausto.
        Vamos ver qual a resposta dos donos do mundo.
        Os QEs dão uma pista.

  3. “”Mas a classe de economistas que foi responsável por essa quebra, os macroeconomistas keynesianos e desenvolvimentistas, está desesperadamente tentando cobrir o buraco. “” Este é um dos problemas principais, o $ foi gasto em coisas superfluas para fazer “farol” e nao em forma de investimentos com retorno garantido: Escola mais escolas e com qualidade (aqui incluo Escolas, Ginásios, Universidades, cursos profissionalizantes etc) e tambem infraestrutura: portos, trem, canais, estradas, energia sustentável, etc…. Assim o dinheiro nao teria sumido mas sim virado bens de alto retorno. O futuro do Brasil seria mais ou menos seguro. Veja a Alemanha: duas vezes completamente destruida (por culpa propria, claro) e duas vezes se levantou. O ensino era e ainda é o “comodite” mais importante para um pais que fora batata e cerveja boa, nada tem. O Brasil poderia sair facil deste dilema, mais honestidade nas intensões politicas, menos robalheira (“nao se consegue nem colocar um paralelepipedo se nao pagar propina!”) mais eficiencia, e mais alegria em trabalhar. Temos muito o que fazer, mas com os recursos que o nosso querido Brasil tem, podemos sair desta em 20 anos. Mas alguem tem que começar, e este alguém somos nós mesmos.

    1. Grilo, só uma coisinha! Se a solução é a educação, porque as nossas universidades são tão ruins? Nas universidades estão concentrados os “sábios” que temos.

  4. Professor, a criação do Funpresp em 2012 não amenizará esse problema, já que os novos servidores públicos federais já perderam a garantia vitalícia do salário? Claro que o INSS ainda acumula o problema da “falta de provisão”, mas já não estamos caminhando para um ajuste dessa situação?

  5. Ninguém quebrou a previdência. Ela quebrou-se por si e o processo teve início quando da sua criação. Qualquer pessoa tem noção intuitiva de proporção matemática e não precisa universidade para se ter previsto desde o início. Bancar salário integral de quem recolhe apenas 11% é risível a qualquer um. Um indivíduo contribui em média 30 vezes o seu salário (1 salário por ano) ao longo de sua vida. Em 3 anos ele reembolsa tudo. Dali em diante é só consumo e nada de produção.Alguém que se aposenta e vive por mais 10 anos, recebe de volta 3 vezes mais do que produziu. A maioria de quem aposenta vive até 20 anos mais, em média. No mundo todo isso ocorreu. Evidente que só apareceu a rachadura em 1996 quando a maior parte dos contribuintes se aposentaram, visto que o INPS surgiu em 1966. Bem antes disso era impossível se perceber a olho nu pois aposentava-se um aqui outro ali. Porém com 30 anos de contribuição, um enorme contingente pendurou as chuteiras e a coisa ficou evidente. Mas aí já era, 30 anos haviam se passado e não tinha como negar direito a quem pagou pelo período todo. Somos 200 milhões de pessoas. 27 milhões de aposentados. 100 milhões apenas produzindo e contribuindo em média 11% do que ganha. Isso é o mesmo que se apurar 10 para pagar 27. Isso sem contar os casos de pessoas que se aposentam muito cedo sem nunca ter contribuído. Aproximadamente 5 milhões de benefícios da previdência são fraudes, isto é, pessoas ainda jovens, aposentadas por meio de esquemas escusos. Dos 27 milhões de aposentados, mais de 15 milhões estão ainda na faixa de 55 anos. Serão pelo menos mais 20 anos mamando mole. Nunca esquecer de que a pessoa produz com eficiência em torno de apenas 7 horas por dia e a partir dos 20 anos. Mas é consumidor 24 horas diárias, desde o momento que nasce até que morre. Não existe previdência no mundo que funcione. Nem adianta citar exemplos para argumentar.Os países de primeiro mundo escondem suas verdades, só que a matemática é ciência exata e universal; torcer a língua não altera a conta.

  6. O articulista pode ter acertado nos valores, mas demonstrou desconhecimento do sistema previdenciário. Ou não quis detalhar.
    O sistema é de “repartição”, ou seja, o que se arrecada tem que ser distribuído, o Tesouro cobre se faltar e se apropria se sobrar, o INSS não fica com o dinheiro. Não é um sistema de capitalização como Mr. Kanitz dá a entender.
    O INSS não tem como capitalizar nada, não tem caixa. O caixa que tem é para pagar obras, equipamentos e outras despesas tal qual outros ministérios. As despesas de pessoal também são pagas pelo Tesouro. O que o INSS faz é informar os pagamentos das aposentadorias e é o responsável pela fluxo da arrecadação versus pagamentos durante o mês, na realidade apenas cálculo e controle do fluxo e informação para o Tesouro do MF. Tem uns detalhes sórdidos na relação INSS versus Bancos, mas é dinheiro de pinga. Basicamente, os Bancos pagam as aposentadorias mesmo não recebendo do Tesouro e cobram juros altíssimos. A arrecadação do mês não se comunica com os pagamentos e sobre ela os Bancos não pagam juros. Como quem controla isso é o INSS podem ocorrer práticas não republicanas e Mr. Kanitz como contador pode imaginar o que acontece.
    Quem teria que fazer a capitalização seria o Tesouro e teria que fazer com todas as suas sobras e não somente com o dinheiro das aposentadorias, mas aí é pedir demais, isso simplesmente não existe no MF, quebrados nada capitalizam.
    As aposentadorias privadas representam 90% da arrecadação e 10% da despesa. As aposentadorias do funcionalismo representam 10% da arrecadação e 90% das despesas. Se matarem os funcionários públicos aposentados o problema é resolvido, pelo menos por um tempo, pois quando o sistema começou em 1940 haviam, se não me engano, 8 da ativa para 1 aposentado, hoje há menos de 2 na ativa para 1 aposentado.
    O problema é muito simples, o governo se apropria da arrecadação da aposentadoria e gasta normalmente sem capitalizar nada. Como resolve? Não tenho a menor ideia e nem Mr. Kanitz deve ter do contrário teria escrito, kkkkkkkkk

  7. gostaria de saber de onde vem esses 17 trilhões. Esse valor é suficiente pra pagar 2 mil/mês a 77 milhões de pessoas só com o rendimento pela taxa de juros.

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