Apresentamos os principais resultados das 500 Maiores Empresas Brasileiras, ao longo de 46 anos, num estudo inédito de suma importância para as perspectivas de crescimento do Brasil.
Infelizmente essa série de dados não é compilada pelo IPEA, IBGE, FGV, nem analisada nas reuniões do BC antes de determinar a taxa de juros.
Uma rápida olhada nos 16 gráficos do anexo, que sugerimos seja visualizado rapidamente agora, já resume a gravidade da situação.
Resumindo, as 500 Maiores empresas do Brasil:
- Não conseguem mais retorno suficiente para financiar o Estado. E temos três candidatos que querem aumentar o imposto de renda sobre retorno de investimento.
- Não conseguem mais retorno suficiente para financiar seu próprio crescimento futuro.
- Não conseguem sequer remunerar adequadamente seus acionistas. E tem um candidato que quer taxar dividendos.
- O retorno médio não remunera mais o risco de se empreender no Brasil. Isso já era conhecido para a pequena e média empresa, onde todas estão à venda ou querendo fechar, mas que as 500 estão na mesma situação é preocupante.
- O lucro reinvestido não permite mais o crescimento necessário. Reinvestimento de lucros se tornou a principal fonte de investimentos das empresas, depois que o Plano Real limitou a capacidade dos bancos brasileiros de financiar a produção.
- O endividamento das empresas, como contrapartida ao lucro insuficiente, chegou ao seu limite máximo em 2018.
- A produtividade das empresas, que atingiu seu pico máximo em 1979, de lá para cá tem caído ano após ano, quando deveria ser o contrário.
- Mais dramático ainda, as empresas estão com capacidade ociosa, mas sem capital de giro suficiente para “girar” os equipamentos atualmente ociosos. Por isso o Brasil não cresce em 2018, e não crescerá em 2019.
“Salvar” o Estado, agenda de todos os candidatos até agora, de nada adiantará se não revertermos esta deterioração constante da empresa brasileira.
O estudo completo com 24 indicadores de desempenho das 500 maiores nos últimos 45 anos estão aqui Análise das 500 Maiores
7 respostas
Parabéns pela análise. Muito triste mas real. Agora fica a pergunta : “O que fazer?”
Stephen,
Compartilhar seu conhecimento é um privilégio para nós.
Não entendo como muitos não o conheçam. Já havia percebido que pequena empresa no Brasil tá fadada ao insucesso por inúmeros motivos, um deles a concorrência da informalidade. No meu ramo (prestação de serviços de engenharia e construção civil) existe uma quantidade grande de empresas que não tem funcionários registrados, não tem registro no CREA e uma série de outros. Pequeno empresário não tem acesso ao crédito. Capital de giro é piada nesse país.
Mein lieber Kanitz
Até onde sei, os grandes acionistas recebem dividendos isentos. Então eles pagam IR só sobre PRÓ LABORE? Se for assim, como taxa-los em 50% por ex como é feito nos USA e paises europeus? Eu concordo que dividendos reinvestidos sejam isentos, mas dividendos para comprar iates e ilhas também seriam isentos? Fineza esclarecer-me. Se for o caso, off line
Onde estão as fontes do “estudo”? Qual a metodologia empregada? Quem fez esse estudo?
Me cheira muito estranho isso. Parece golpista tentando sustentar as velhas mentiras de sempre.
Aguardarei ansioso, embora sabendo, em vão, pelas respostas.
Olá Kanitz você esqueceu de colocar que o STF decidiu que o ICMS não faz parte da base de cálculo do Pis/Cofins e até hoje não modulou a sua decisão gerando custo para todas as empresas.
O STF através da ADI 4425 prejudicou todos que tem precatórios a receber do governo, pois tirou o rendimento da cardeneta de poupança (juros + CM) e mandou aplicar apenas o IPCA-E, que é somente correção. Veja o tamanho do prejuízo se de set/15 a set/18 a poupança rendeu 72,15% e o IPCA-E ficou em 63,08%. Como você sempre diz confundem juros nominais com juros reais. Ninguém sabe fazer conta neste país.
E mesmo assim recomendas que invistamos em bolsa de valores? Como a bolsa pode ser lucrativa se as empresas não são?
Manda 17, tecla 1 e tecla 7 e veja o milagre do capitalismo acontecer!