Gestão do Capital de Giro e Rentabilidade

Há dois anos tenho alertado que a economia não iria crescer, tese mais do que confirmada nos dois anos seguintes.

Mas frustrado, vejo que essa tese não obteve adeptos, com influência pelo menos.

O diagnóstico entre inclusive administradores de empresas continua a ser “falta de demanda”.

Com todas as associações patronais pedindo estímulos keynesianos como liberação de FGTS e juros baixos.

Acontece que Jean Baptiste Say, já em 1803 dizia que somente haveria demanda se houvesse produção prévia, justamente o contrário do que diz Keynes.

Keynes era mais um acadêmico que nunca trabalhou numa empresa, enquanto Say era um administrador e dono de sua empresa, uma tecelagem.

Autor da frase “a produção gera a sua própria demanda”, a Lei de Say.

Tão óbvio que é assustador que a maioria de nossos economistas não saiba.

Quando aquele tecido fabricado por Say chegava nas prateleiras dos lojistas seis semanas depois de ser produzido, o tecelão já havia recebido seu dinheiro, o algodoeiro já havia sido pago, o papel da embalagem idem, o transportador já recebera pelo seu serviço.

Pelo menos 80% dos recursos geradores de demanda estavam já disponíveis, só faltava 20% de capital de giro para cobrir o lucro do lojista e o ICMS.

E mesmo assim em 30 dias se completavam os 100%, o governo gastaria seus impostos e os lojistas o seu lucro.

Keynes no seu livro Teoria Geral não dedica uma única página à Gestão do Capital de Giro.

Essa grave omissão empurrou por 40 anos a ciência econômica por um caminho do conhecimento errado e sem saída.

Em vez de vocês acreditarem nos intelectuais pessimistas de sempre, pessimistas justamente porque percebem o beco sem saída em que se meteram, leiam seus colegas de administração.

Como Nathalie Palombini, que explora profundamente esse assunto. Eu gostaria de conhecê-la, alguém tem seu WhatsApp?

Ela mostra que as empresas são induzidas a reduzirem seu capital de giro devido aos elevados juros, aumentando assim a rentabilidade sacrificando o crescimento.

E faz pesquisas e revisão excelente da literatura.

Parabéns, Nathalie!

Leiam aqui:

http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/759/1/Nathalie%20Vicente%20Nakamura%20Palombini.pdf?

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Comentários

3 respostas

  1. Professor kanitz, o endividamento ao invés do capital próprio é música para os ouvidos dos banqueiros, principalmente os brasileiros. Daí os bancos perdem bilhões com falsos executivos de alta performance, e depois para recuperarem o que perderam, cobram altas taxas de juros dos consumidores, inibindo também a outra ponta, a do consumo. E la nave vá.

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