Em 1993, corri o Brasil com uma palestra, o Brasil Que Dá Certo, onde mostrei um futuro possível.
Sugeri a criação de produtos para a classe C e D, em vez de produzir somente para a Classe A e B.
O nível de renda de um povo não é determinado pelo salário, mas pelos produtos que esse salário pode comprar.
Mas nossos pobres só podiam comprar produtos feitos para a Classe A e B, devido à política de substituição de importações ou ficavam sem.
E aí perdiam metade da sua renda, comprando produtos mais sofisticados do que precisavam.
A melhoria de vida dos pobres no governo Lula nada tem a ver com ele, mas com o crescimento da indústria para a Classe C e D, que dobrou o que eles podiam comprar.
“Precisamos de bicicletas com motor, e não carros de luxo”, dizia eu na época.
Propus também para a indústria farmacêutica relançarem seus remédios cujas patentes haviam caducado e que não produziam mais.
“Só deixem bem claro que vocês estão relançando um produto mais barato e que vocês produzem remédios iguais muito mais eficientes, com menos efeitos colaterais.”
“Deixem bem claro que eles estão comprando remédios considerados por vocês obsoletos, cujas patentes já caducaram, mas que vocês entendem que para muitos isso seria melhor do que nada.”
Infelizmente, o Deputado Jamil Haddad, do Partido Socialista Brasileiro, adotou essa ideia no Decreto 793 de 1993 mas cunhou o termo “genérico” em vez de “obsoleto”.
Enganando o consumidor, ao não explicar por que esses remédios obsoletos eram tão mais baratos.
Eu parei de sugerir essa ideia, quando o Presidente da Elli Lilly, um administrador socialmente responsável, me disse que a Lilly jamais faria isso.
“Jamais iremos oferecer um produto sabendo que nós mesmos temos algo melhor.”
“Além do mais, que incentivo teríamos de pesquisa e inovação, se só vendêssemos remédios caducados?”
De fato, nossas farmacêuticas de genéricos nada pesquisam, faturando horrores com produtos obsoletos sem ter que pagar royalties.
Se você compra genéricos por que são mais baratos, cuidado, isso pode lhe custar caro.
Se você compra genéricos por que é pobre, parabéns, pelo menos você tem um tratamento que não é o mais moderno, mas resolve.
Quantas pessoas morrem hoje não sabendo que estão comprando gato por lebre, sem saber que tem coisa melhor, embora mais cara.
17 respostas
Não sei se cabe o paralelo, mas a indústria alimentícia utiliza uma técnica que é a seguinte: um mesmo produto com embalagens diferentes, uma “de luxo” onde o produto tem um preço caro e portanto gera um bom lucro e a outra popular que praticamente só cobre o custo de produção. Não seria a mesma coisa? Substituindo-se embalagem por nome?
O caso é q eles lucram tanto com os genéricos que, quando procuramos por um antibiótico, q é algo sério, vc não encontra, pq as farmácias resolveram nos enfiar os genéricos boca abaixo.
Caro Autor dentro de um hospital que tipo de medicamento vc acha que é usado classe A e B? Aonde se faz a compra por licitação. Quantas pessoas tem o quadro de melhora.
Prof. Kanitz, há ainda os casos em que os genéricos são mais caros do que os “de marca”. A ganância de certos empresários brasileiros não tem limites.
Tomo genérico há quase vinte anos, com resultados ótimos.
O que acontece em alguns casos é que alguns remédios genéricos estão utilizando matéria prima importada, o dito sal, ou seja, a substância ativa, de fontes duvidosas, a maioria da china, e que não exercem o efeito que deveriam. Esta acontecendo muito com alguns antibióticos. Mas isso é um crime e se trata de algo isolado. O genérico é uma conquista importante. Muitos medicamentos de marca tem na sua versão genérica e grandes laboratórios produzem versões genéricas. A indústria farmacêutica não é um câncer, não fosse ela estaríamos vivendo nas trevas da saúde ainda. E o autor do artigo não é economista mas sim administrador.
Tem muito medicamento com patente vigente e que tem a versão genérica em diversos países, pq o medicamento de referência custa um absurdo de caro que nem a classe A e B pagaria. Genérico é uma questão de acesso a medicamentos, uma vez que os medicamentos tem chegado com preços altíssimos ao mercado.
E para aqueles que acham que o medicamento genérico é porcaria, eles têm de passar pelos mesmo testes que os de referência para terem seu registro aprovado pela ANVISA.
Agora, investimentos em P&D tanto p indústrias inovadoras e de genericos, sugiro a leitura do livro: A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos
Dizem que os medicamentos genéricos têm menos quantidade da substância básica que os medicamentos “de marca”. Alguém poderia me informar se isto ê verdade?
Os genéricos não são “obsoletos” como sugere o autor. São medicamentos ainda fabricados pelas indústrias com seus nomes de fantasia. Como exemplo temos o clavulin (nome de fantasia), que sai por 100 reais e o amoxilina com clavulanato, que sai por 40.
Desinformação ou má fé?
Medicamento “Genérico” é pra enganar o “pobre”, que nao sai dos butecos e na hora de tratar da saúde fica com mesquinharia.
O cara é economista e não tem autoridade nem conhecimentos sobre remédios,portanto a sua reportagem só tem valor para as industrias farmacêuticas na venda dos remédios muito mas caro.
Nunca confiei nesses genericos
Com a palavra a ANVISA??? O que tem a esclarecer à sociedade que tem comprado gato por lebre? Que país é esse?
Tomar genérico nunca surtiu efeito pra mim. Quando vou ao médico já peço a gentileza de nem perder tempo receitando essa porcaria.
A indústria farmacêutica é um câncer em nosso país.
O importante é que tomamos o genérico e ele faz o efeito de que necessitamos. O resto é conversa fiada.
Já que o assunto “O engodo dos genéricos” se refere a medicamentos, recomendo a leitura do livro de Peter C. Gøtzche: Medicamentos mortais e crime organizado: como a indústria farmacêutica corrompeu a assistência médica.
Adm. Nelson Ando