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O Brasil vai demorar mais 30 anos para perceber que o problema da Esquerda, da Direita e dos Liberais é simplesmente o mesmo.

Falta de competência administrativa.

Por exemplo o PMDB, que era a esperança do Brasil, lança como salvação Zero-Base Budgeting, uma técnica americana de 50 anos atrás, que jamais funcionaria no governo.

A nossa Direita também é mal administrada, tanto quanto a Esquerda.

Os salários são baixos porque nossa produtividade é baixa. Nossas empresas quebram porque não sabem calcular corretamente seu “capital de giro”. Nossos bancos não emprestam porque contrataram engenheiros que jogaram foram cinco anos de estudos, e depois dizem que foram treinados rapidamente nos seus bancos. Mentira.

Preferiria muito mais uma Esquerda competente do que uma Direita familiar e incompetente como esta que temos.

Mas nossa Esquerda é também incompetente. Não teremos tão cedo um PT, PSDB, PMDB que adote a cultura de competência.

Cunhei 30 anos atrás o meme “Não são os grandes planos que dão certo, são os pequenos detalhes”.

Este grande plano do PMDB, Uma Ponte Para o Futuro, é mais um exemplo.

Não será na minha vida que verei um país preocupado com pequenos detalhes, só com grandes planos.

Como por exemplo tirar a Dilma, mas e depois?

O “Plano” do PMDB já mostra o possível desastre.

Seremos por mais 30 anos um país de enganadores, blefadores, “planejadores”.

Um país onde engenheiros aceitam ser banqueiros, sem ter nenhum treinamento em administração financeira.

Onde médicos administram hospitais.

Onde economistas são Ministros da Educação.

Onde advogados aceitam cargos no Tribunal de Contas, sabendo muito bem que nada entendem de Contabilidade e Auditoria.

E depois do impeachment da Dilma?

“A gente se vira”, é a resposta que estes engenheiros, advogados, liberais e conservadores golpistas sempre me respondem.

Eu estava esperando demais. Não será na minha vida, apesar de que gastei toda a minha alertando.

Num país onde nem sequer temos boas Faculdades de Administração, pesquisas em administração, revistas de administração, não se pode esperar boa administração.

Por isto continuaremos a ser um país dominado por empresas familiares, onde quatro entre cinco startups quebram em cinco anos, onde o BNDES subsidia a incompetência dos amigos da casa, onde empreiteiros familiares só obtêm lucro superfaturando com corrupção.

Onde o trabalhador não tem aumento porque a produtividade não aumenta.

Seremos por muito tempo um país onde engenheiros civis se orgulham de ter conseguido “se virar” como banqueiros.

Onde um Presidente, Fernando Henrique Cardoso, se orgulha de ter se virado no livro “Accidental President of Brazil“, livro que ele publica para o mundo ler.

Vamos ter que esperar que todos os professores atuais de administração, a maioria medíocre, a maioria formado em engenharia de produção, mas se dizem administradores, como Vicente Falconi, sejam aposentados.

Vamos ter que esperar que a Revista Exame finalmente se torne semanal, e não quinzenal, como a Business Week é desde 1929.

Decidi voltar à luta, mas consciente que irei morrer daqui a vinte anos sem que o Brasil se torne um país bem administrado, eficiente, auditado, competitivo, independente dos favores do Estado.