Cada profissão tem sua visão de governo.
Nós administradores acreditamos que a verdadeira função do governo é aumentar a produtividade de todos.
É o que fazemos nas empresas.
Estamos constantemente preocupados como um funcionário poderia produzir mais num dia de trabalho, com menos esforço físico, com mais qualidade. Só assim se gera riqueza, não há mágicas neste ramo.
Henry Ford percebeu que operários qualificados gastavam 80% do tempo carregando peças de um posto de trabalho a outro.
Daí surgiu a linha de produção.
O trabalho vinha ao trabalhador, que poderia fazer o que mais sabia e não carregar pesos pesados.
Hoje, médicos e enfermeiras gastam 50% de seu tempo preenchendo formulários, nos carros andamos a 20 km por hora porque o governo criou estacionamentos pagos nas mesmas ruas, vendedores gastam mais 10% de seu tempo perguntando se você quer o Cupom Paulista e digitando seu CPF.
Isto reduz nossa produtividade, e portanto reduz o salário.
O exemplo do post anterior O Custo da Regulamentação, mostra que muitas vezes o governo reduz nossa produtividade.
Aliás, quem colocou os sinais PARE nem pensou em custos e produtividade. Estava pensando em acidentes de tráfego, e ponto final.
Aquele singelo exemplo do PARE, mostra que perdemos mais dinheiro cumprindo regulamentos do que pagando impostos.
Se os PAREs nos custam outro tanto, isto significa que somente 25% do seu trabalho é de fato produtivo.
Não são as horas de trabalho que levam ao seu sucesso. É o trabalho que você realiza numa hora. Esta é a grande questão que governos deveriam priorizar.
É quanto você realiza numa hora de trabalho que é a métrica que governos deveriam se preocupar, e não o PIB ou a taxa de câmbio que tem sido o centro de nossas atenções.
Quanto tempo demorará a imprensa, os formadores de opinião, os donos de jornais, os políticos, mesmo os corruptos, perceberem o óbvio desta questão?
23 respostas
Governo é formado de pessoas…
Pessoas tem interesses…
Nota fiscal Paulista. O governo só quer saber de diminuir a sonegação.
Empresas públicas = cabines de emprego.
E por aí vai. Logo vai chegar o dia que o governo só terá forças para se manter. Com a folha de pagamento aumentando a cada dia e a capacidade de pagamentos de impostos chegando no limite…
Ainda se tratando de governo, 1 homem é capaz de fazer muito pouco sozinho.
Afinal as decisões se dão em grupo, a não ser que se governe via medidas provisórias…
Sou Cirurgião-Dentista e concordo plenamente que falta no Brasil os BONS administradores ocuparem cargos estratégicos.Falta planejamento estratégico em todas as áreas em nosso país. Porém ressalto que no geral o número de bons administradores com visão humanista, ambiental entre outras coisas é pequeno em nosso país.
Muito bom. Muito simples e bom.
Sr. Kanitz. Nessa sua visão de governar com administradores, tem lugar para engenheiro de produção? Ou ele não existe nos seus planos.
Puxando a sardinha pro seu prato hem Kanitz?
A Diversidade de interesses conforme a profissão ou especialidade de cada um, é que poderá equilibrar a gestão pública.
Assim poderemos ter ganho de produtividade, ainda políticas públicas, e também combater a inflação e gerar emprego promovendo ainda o ensino público.
Sempre combatendo o “Chavismo”, que nos ameaça com reformas constitucionais.
Engenheiros de produção pensam como administradores, por processo, nos antecedem de certa forma, por isto obviamente estão incluídos, como todos que pensam em processo e evolução versus dogma e intervenção.
A razão que puxo a sardinha para o administrador, é que estes 2 milhões não tem a voz ativa que o engenheiro tem, o economista tem e o advogado tem.
Quando tiverem o mesmo status, serei mais equitativo sem dúvida.
A partir do momento que há qualquer contexto social, há necessidade de uma organização, leia-se ADMINISTRAÇÃO, direta ou indireta.
Portanto elejamos os problemas prioritariamente o a partir daí resolvamo-los. Sempre haverá o interesse alheio e/ou particular, mas ele jamais pode se sobrepor ao comum. Quem organiza isso tudo?! BINGO! A Administração, seja pública ou privada.
Enquanto houver espaço para burlar e/ou influenciar ao “saque” de forma coercitiva ou não, no público ou no privado e isso seja isento de punição adequada, em toda e qualquer forma de organização vai haver desequilíbrio. Regras são regras.
O grande problema é mais complicado, falamos sobre “índole”.
Administração só é um estilo de organização neoconceitualizada. Sejamos específicos e deixemos as tarefas para seus respectivos especialistas. E que seja feita a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Prof. Kanitz,
Aproveitando que o sr. entrou nesta linha de discussão a respeito da governança no Brasil, saliento que em 1995, houve uma proposta de mudança da adm publica, que bem ou mal levantou várias questões a respeito do função do Estado. Hoje está havendo um verdadeiro “inchamento” da máquina estatal. A previsão para este ano são mais de 40.000 empregos na área federal. Não vi até o momento estudos que mostrem os reflexos destas contratações, e posteriores aposentadorias, no aumento do déficit público. Como os administradores socialmente responsáveis entendem este momento?
Depende, Henrique Haruki Arake Cavalcante..
Desde 1929. O papel do governo passou a ser de regular a economia.
Por exemplo quando as coisas vão mão. Gastar dinheiro em obras pública para gerar emprego, fazer as fábricas produzirem a pleno vapor.
O contrário também é valido, quando as pessoas começam a gastar demais, e o fantasma da inflação começa a aparecer. O governo diminui o crédito para que as pessoas comprem menos.
Administração pública é um negócio muito complicado. Se puxa de um lado descobre do outro… Ainda tem os problemas sociais, saúde, educação, segurança. Isto sem falar nos desvio de verbas, superfaturamentos. Greves… etc… Sem falar que ao reduzir os custos das empresas se reduz a arrecadação…
Como sempre sobra para o povo pagar a conta.
O governo serve, no Brasil, para atrapalhar quem trabalha e produz. Só para cumprir suas obrigações tributárias, uma empresa precisa contratar vários funcionários qualificados, que poderiam ser aproveitados em funções mais produtivas do que preencher formulários. “Governo forte” significa interferência forte, em nossas vidas privadas. O ideal é que o governo garanta a segurança e o ambiente de livre competitividade.
Caro Prof. Kanitz
Desde 1993 tenho o prazer de desfrutar dos seus artigos,como esse que acabaei de ler, mas algo que me incomoda é a sua quase obsessão pela maior inclusão dos administradores no processos decisivos.
Entendo que sómente as competencias levam as pessoas a um patamar decisório relevante nas empresas. Não importa a sua formação e sim como eles aprenderam a aprender durante a carreira.
Repare nos profissionais que estão conduzindo as fusões das grandes empresas no Brasil. O binômio redução de custos e aumento de produtividade está presente com prioridade zero em todas elas, independentemente da formação de quem está a frente do processo.Lembro que a diversidade de pensamento é enriquecedora e conduz a soluções mais definitivas.
Quanto ao atual governo o aumento da máquina se justificaria sómente pela melhoria dos serviços públicos, da saúde, do transporte, da educação como retorno da alta carga tributária que temos. Definitivamente não é o que acontece.
Me lembro a muitos anos de uma entrevista dada ao Boris Casoy do prof. Kanitz, a mesma ladainha . . . economistas são bobões, administradores são maquinas de buscar produtividade . . . Não sei de que espécie de administradores você esta falando, a maioria das coisas que vocês escrevem (com honrosas e raras excessões) são ruins, pouco sabem pensar e repetem repetem repetem, produtividade e câmbio por exemplo podem ter ligações num ambiente de economia aberta, só que vocês mal sabem fazer conta de somar, fiz graduação (depois mestrado e doutorado) em economia, mas estudei muita coisa junta com administradores incluisve fiz disciplinas de calculo e estatistica, os piores alunos e a experiência não é sóm minha. Dei aula em mbas e idem, gente de administração ruim é o que não me faltou. . .
Prezado EU,
De fato, tem incompetentes em ambas as profissões. Mas o que mais me preocupa é alguem com doutorado usar o codinome EU, quando a maioria dos administradores certamente usaria o proprio nome, ou no mínimo um codinome tipo NOS.
Atacar sempre a pessoa que critica, e não os argumentos é uma constante entre vocês, porque ?
Sou administrador e não vejo os profissionais desta área como excluídos ou desalocados.
Muito pelo contrário, os excepcionais administradores deste país estão a frente de suas próprias empresas ou liderandos equipes em grandes companhias privadas.
Ganhando muito dinheiro com suas habilidades em resolver problemas, conflitos de interesse, otimizando processos e maximizando lucros, sem ter que se apropriar dos recursos públicos para enriquecer.
A política deste país é uma sujeira, a maiorias dos nossos representantes são mafiosos, bandidos que não podem ser punidos pelos seus crimes.
Bons administradores nesse universo, com a genuína missão de melhorar a produtividade do Estado e, consequentemente, aumentar o números de ricos nesse país, seriam assassinados.
Prezado Kanitz – Concordo em linhas gerais com seu texto, tomo a liberdade de ressalvar que a competência de administrar não está necessariamente nos “administradores de carreira e graduados”, e que a administração tem de atender às políticas públicas diretivas determinadas no processo democrático. Senão caímos nas ditaduras tecnocráticas tipo “Sr. Delfim”, ou Keynes sem limites.
Caro Kanitz,
Não acredito que cada profissão tenha sua visão de governo. As ideologias unem pessoas das mais variadas profissões. Assim, não podemos dizer que sociólogo sejam “socialistas” ou “social-democratas”, economistas “keynesianos” e administradores “produtivistas”. Se isso ocorre, principalmente no Brasil, não é simplesmente pela profissão, mas por outras questões. Ademais, lamento que não tenhamos tantos administradores que pensem como tu. Aposto mais que, em geral, os admistradores de nosso país pensem como burocratas ensimesmados – sentimento também muito distribuído numa gama enorme de profissões… Mas sei que sabes muito bem disso, que falavas de maneira geral e como recurso para falar de algo importante: a função do governo e para o que deveria estar orientado em sua ação. Nisto, subscrevo-te.
Um forte abraço!
Como sempre, polêmico.
concordo em parte com o Sr. Eu! recentement tenho notado uma maior preocupação com o domínio de rudimentos da área de exatas (debitadas dos engenheiros e primeiros “administradores”).
agora, a ênfase do Prof. Kanitz, creio eu, é que realmente devemos formar ADMINISTRADORES e, que estes, e outros PROFISSIONAIS LIBERAIS, contribuam para que o binômio eficiência X eficácia permeie também as esferas governamentais.
eu, como servidor público municipal, tenho a impressão que por trás do “EU” que V. Sa. assina contenha um tanto de indignação de, não somente maus formados em Administração atuando; como também pessoas com formação péssima em Engenharia, Direito, Médicos, etc. atuando sem o menor compromisso com o crescimento verdadeiramente sustentável… aquele que começa com as atitudes diárias.
é por aí… continuemos refletindo!
[]s livres,
leoc4dio
Guarujá, SP-BR
prezado Kanitz
sou teu seguidor e admiro tua visao administrativa. porem sinceramente, o que pensou quando respondeu o conimome “EU”? merecia resposta? não seria melhor dar lhe a oportunidade de procurar o caminho do que tentar convence lo contra suas crenças? crença não advem de uma experimentação cientifica, com base na observação doas fatos e do comportamento das leis universais, mas sim de paixoes ou traumas reprimidos, que tendem aparecer contra a logica e o bom senso. abs Gilmar Denck (do time do NOS)
Prof. Kanitz. Penso que para aumentar a produtividade de todos, o governo precisa regular da forma mais equanime possivel as relações. Justiça e segurança cabe exclusivamente ao estado. O mercado não faz bem aquilo que é para não ocorrer. Ex. bombeiro deve socorrer o incendio mas principalmente evitar que aconteça o incendio. Pelo mesmo motivo é descabido privatizar presidio. No resto como educação, saude e infra estrutura somente deve entrar como indutor ou de forma complementar. O governo deveria ser uma facilitador e nunca um complicador como geralmente ocorre, especialmente na visão socialista. Parabens professor.
Aprendendo de mais com esse cara. “Nossa função é aumentar a produtividade de todos”. Uma visão tão clara e tão confundida pelos corredores.
Excelente Artigo Kanitz. Já favoritei seu blog.