Cias. de Seguro Saúde Poderão Exigir Sequenciamento do Genoma?

Cias. de Seguro Saúde e de Vida estão se movimentando para sequenciar o genoma de seus futuros assegurados, para poderem cobrar mais caro da população de alto risco genético e baratear as apólices da população com risco padrão.

ONGS já se movimentaram para impedir esta prática, obrigando as Cias. de Seguro a assumir os riscos, como sempre fizeram, e impedir o que consideram uma afronta ao sigilo genético, e a liberdade individual da população.

A maioria que já discutiu esta questão em sala de aula, deve ter decidido proibir as Cias. de Seguro de exigir este sequenciamento, a aceitar todos os consumidores independente do risco genético.

Fica claro que no Brasil, a maioria dos acadêmicos pensam em “defender” o consumidor, e não em defender o empreendedor e o acionista das Cias. de Seguro.

Portanto, vejamos a questão da empresa de seguro de vida e seguro saúde.

Eu, se fosse dono de uma empresa de seguro saúde desistiria do negócio.

Alegaria que houve uma quebra de contrato público e cessaria as minhas atividades.

Um direito meu.

Ninguém pode obrigar um empreendedor a continuar empreendendo contra a sua vontade.

Saberia que meu futuro é negro pela seguinte razão.

Toda população de alto risco genético passaria a fazer seguro saúde.

Corretores mostrariam a enorme vantagem de se fazer isto, o lucro que o consumidor teria pagando o preço normal, para uma situação acima do normal.

Não podendo aumentar o seguro saúde, minha empresa passaria a ter queda de rentabilidade, senão prejuízo.

Estou fora!

Esta opção de que todo empresário é ladrão, que toda empresa é super rentável, que empresas precisam ser controladas na sua ganância, são problemas que estão destruindo o Brasil.

Há 500 anos.

Intelectuais que nunca estudaram administração acham que tudo que cai do céu é simples, que só vivemos de sacanagens.

Todo dia vejo amigos fecharem as suas empresas, e seu filhos procurarem empregos públicos.

É o fim.

E pior de tudo, quem sai prejudicado é o consumidor.

Primeiro, porque os consumidores normais deveriam pagar pelos consumidores com predisposição genética a ter maiores custos de saúde do que os demais?

Isto não significa que os predispostos ficariam excluídos, simplesmente que pagariam mais caro.

Ter 35% de chance de fazer diálise para o resto da vida não é 100%, e cias. de seguro fariam os cálculos apropriados.

Isto permitiria ao resto da população pagar menos pelo seguro saúde.

Permitiria a inclusão de milhares que hoje não têm condição de comprar este produto.

Estaríamos incluindo, mais do que excluindo.

Cias. de seguro de automóveis já fazem isto com jovens, homens, solteiros, com antecedentes, que pagam mais do que aposentados com largo histórico de responsabilidade.

Não muito diferente do seu “histórico” do genoma.

O ponto mais importante é o seguinte.

A maioria dos intelectuais se coloca rapidamente contra as empresas, em vez de se olhar a questão dos dois lados e tentar uma solução aceitável para ambos – empresas e consumidor.

Não estou dizendo aqui que eu ficaria totalmente a favor da empresa.

Estou dizendo que eu me preocuparia com todos os casos geneticamente complicados que obviamente iriam se aproveitar de uma medida que as ONGs estão contemplando, sem ver o outro lado.

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Comentários

4 respostas

  1. Mas o sr. não vê possibilidade de empresas começarem a discriminar pessoas doentes ou potencialmente doentes e lhe negarem o direito a um contrato? Seja negando-lhe a possibilidade de contratar o seguro quanto elevando o custo acima do razoável de forma que praticamente impeça a pessoa de contratá-lo. Da mesma forma que existiu no passado empresários que negavam a possibilidade de alguém de determinada etnia contratar seus serviços (ex: dono de hotel, comércio – ao impedir que pessoas X ficassem em seu estabelecimento), não surgiria uma nova forma de discriminação relacionada à genética? Muitas pessoas teriam que pagar a mais pela probabilidade de um dia virem a adquirir uma doença que pode ser que não tenham. Suponha que elas não geraram custo algum para a seguradora porque mantiveram-se saudáveis a vida inteira. Mas pagaram a mais pelo “risco”. Nesse caso, seria extremamente importante que os exames genéticos fossem confiáveis mas não são infalíveis. Abrir esse precedente possibilitaria que qualquer empresa fizesse a mesma análise. Imagina qual empresa não teria o interesse de fazer uma análise genética dos candidatos a emprego? Presumiriam que o menos perfeito tem mais chances de faltar mais por ter mais chances de adoecer, de passar por instabilidades emocionais decorrentes de doenças – o que afetaria o trabalho.

    Em nome do lucro, produtividade e racionalidade, começaria-se a discriminar pessoas geneticamente imperfeitas e buscar por cidadãos perfeitos geneticamente. Isso nos levaria a regredir em termos de direito a igualdade etc. Nos faria regredir no tempo porque, ainda que eu entende a situação do empresário, não consigo presumir que uma parte deles não usuaria isso para o mal. E digo uma parte deles considerando que, se abrir precedente para seguradoras, várias outras empresas e corporações encontrarão razões para fazer rastreamento genético também.

  2. É sabido que a eficiência dos processos produtivos beneficiam toda a sociedade, incluindo as empresas e os consumidores. A existência de um processo eficaz de precificação incrementa muito a produtividade e especialmente a previsibilidade de um processo qualquer. Isso também vale para o “produto” chamado seguro saúde, assim como já é utilizado para outros seguros, empréstimos, etc. Por isso os financiamentos para funcionários públicos tem um juro menor, pois a sua permanência no emprego é mais previsível. Da mesma forma o seguro de vida de um homem de 60 anos é muito mais caro que o de um jovem de 18 (o inverso do seguro do carro!);

    Obviamente os “produtos” que envolvem a saúde tem questões éticas mais delicadas, mas sem sombra de dúvida, o mapeamento genético dos usuários (leia-se, aumento da previsibilidade dos processos) beneficiaria bastante os usuários, as empresas e também o governo que receberia mais impostos e desafogaria o SUS com a migração de usuários para os planos de saúde.

  3. Acredito ser um grande avanço para as pesquisas ligadas à saúde, à alimentação e ao bem estar humano; as empresas seguradoras investirão nestas linhas de pesquisas, que num curto espaço poucos beneficiarão. Visualizo uma grande revolução nos hábitos humanos, pois empresas migrarão seus produtos de aceleradores para retardadores de doenças, pois nenhum empresario admite que seu produto contribui para o agravamento de certas doenças, mas quando contribui para mitigar, sempre anuncia. Pesquisas genômicas são caras e demoradas no presente. Deve-se conhecer o mal para coibi-lo e incentivar o bem. Com isso muitos aderirão a esta nova forma de seguro, acredito que será um grande estímulo para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

  4. A genética não é apenas o DNA. Atualmente, a ciência admite que há fatores ambientais e de comportamento que definem a manifestação ou não de uma característica ou doença. Além disso, há pesquisas que estão avaliando a possibilidade de mudanças genéticas ao longo da vida do indivíduo. Não se pode reduzir uma questão como estas, pois ainda não é totalmente conhecida pela ciência, apesar dos grandes avanços com o sequenciamento do genoma.

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