A Superioridade da Cultura Chinesa

A Superioridade da Cultura Chinesa

Voltei da minha terceira viagem à Ásia arrasado, percebendo os benefícios da cultura milenar chinesa.

Senti-me um pouco culpado por eu e a maioria do Ocidente nunca termos lido os filósofos Confúcio, Mêncio, Lao Tsé, entre outros.

Qual não foi minha surpresa ao descobrir que já em 1697 havia pensadores constatando a mesma coisa.

Gottfried Wilhelm Leibniz, o filósofo e matemático alemão, era fascinado pela cultura e governança chinesas, vendo-as como um modelo de administração racional e ordem moral.

Suas principais reflexões podem ser encontradas em seu ensaio de 1697, Novissima Sinica (Últimas Notícias da China), onde ele sugeriu que a Europa poderia aprender com os princípios éticos e administrativos da China.

Leibniz (que rima com Kanitz) admirava a ênfase confucionista na virtude e na responsabilidade moral no governo, que ele via como fundamental para a administração chinesa.

Ele considerava os governantes chineses como exemplos éticos que governavam com base em princípios de harmonia, ordem e bem-estar de seus súditos, o que contrastava com os métodos muitas vezes coercitivos e beligerantes que ele observava na Europa, no início dos movimentos de esquerda.

Ele elogiava o sistema chinês de exames para o serviço público, que selecionava funcionários com base no mérito e não na nobreza de nascimento, argumentando que essa estrutura meritocrática promovia um governo estável e eficaz.

Leibniz via isso como uma manifestação prática de governança racional e acreditava que a Europa poderia adotar abordagens semelhantes para melhorar suas instituições burocráticas.

Leibniz se interessava pela integração da filosofia ética confucionista com a governança prática na China.

Ele via o confucionismo como um sistema secular e racional que enfatizava o comportamento moral e a harmonia social em vez de dogmas teológicos, alinhando-se com seus próprios ideais iluministas.

Ele acreditava que a Europa poderia aprender com a abordagem moral e administrativa da China, algo que nem pensamos em fazer, enquanto a China poderia se beneficiar dos avanços científicos e tecnológicos europeus, defendendo uma relação recíproca.

O elogio de Leibniz à administração chinesa era, em parte, uma crítica ao eurocentrismo e ao complexo de superioridade das nações europeias.

Embora Leibniz fosse cristão, ele via muito valor nos ensinamentos confucionistas e argumentava que eram compatíveis com a moral cristã em termos de princípios éticos.

As reflexões de Leibniz sobre a administração chinesa eram progressistas para sua época, pois ele reconhecia a importância de aprender com sociedades não europeias, algo que nossos intelectuais, especialmente os de esquerda, ainda combatem até hoje.

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