Gente, não estamos discutindo a educação que queremos, somente dizer “a solução é a educação“ não basta, é até ingênuo.
Estes são os problemas:
1. Queda de QI de nossas crianças e suas implicações para o futuro.
2. QI atual nacional de 83 é assustador sabendo que quando é abaixo de 80 se considera a pessoa intreinável, com qualidade de trabalho baixa, inconfiável para produzir algo sem defeito.
44% da população possui QI abaixo de 80.
3. Mais sério ainda, um QI médio de 83 diminui significativamente o número de pessoas com QI acima de 145, que processam dezenas de variáveis ao mesmo tempo, possuem visão do todo, são criativos, são necessários em qualquer diagnóstico de problemas nacionais.
4. Estima-se que temos somente 90.000 brasileiros com QI de 145 ou acima, os Estados Unidos possuem 1.200.000 e a China 6.000.000.
Esse baixíssimo número inviabiliza políticas econômicas propostas baseadas em ciência e tecnologia criadas por nós, a Indústria 4.0, a Economia do Conhecimento.
5. Felizmente o QI pode ser aumentado com métodos educacionais nesse sentido.
Como dar muita ênfase em tamanho do vocabulário que aumenta sinapses, do que ensinar escrita cursiva a partir de palavras geradoras, de 20 a 60 palavras, essência do método Paulo Freire.
6. O Programa Nacional de Alfabetização, descontinuado pelo governo PT concentrava em aumentar o vocabulário da criança para 3.000 palavras, que aumenta sinapses e curiosidade humana, escrevê-las vêm depois.
7. Nossa educação básica é ainda centrada em cursos verbais de história, português, política, sociólogos que induzem um elevado QI verbal, mas não o QI quantitativo que também é essência.
Criamos políticos e advogados, mas não engenheiros, tanto é que nossa indústria está definhando.
8. Um país precisa de um enorme contingente de profissionais com QI quantitativos, como matemática, física, ciência, estatística, administração financeira, planilhas eletrônicas e programação.
9. Essa falha acima explica a preferência de nossos alunos a direito, economia, letras, ciências sociais, filosofia e política, em detrimento a engenheiros industriais, engenheiros civis, e engenheiros de produção, estatísticos, administradores financeiros, contadores, atuários, especialistas em TI, necessários para o crescimento econômico.
10. Nosso ensino de ciências é postergado para o oitavo ano, depois de matemática. O que significa que matemática não tem maior significado, é vista como chata e desnecessária, o que não ocorreria se ciências a antecedesse.
11. 50% dos alunos universitários desistem no meio do caminho, devido à escolha equivocada da profissão.
12. Não aplicamos testes de QI, de personalidade, vocacional, que ajudariam a uma escolha mais embasada.
13. O Ministério da Educação não realiza estudos sobre demanda futura das profissões, apesar de ter tido oito economistas como ministros.
Não orientamos alunos do Fundamental a escolher as profissões do futuro, e as que mais faltam no Brasil.
Formamos 6 vezes mais dentistas e 10 vezes mais advogados que o necessário.
14. Não testamos nossos alunos do Fundamental por QI, Personalidade, Liderança, para auxiliá-los na difícil escolha profissional.
15. Não realizamos análise custo benefício das profissões ensinadas, e estudos da Unicamp mostram que o retorno de investir em universidades federais é zero ou negativo.
Perda de tempo e recursos.
16. Nossas salas de aula são retangulares, alunos olhando para o professor, e não para outros alunos. Há 100 anos sabemos que salas de aula deveriam ser quadradas e não retangulares, assentos em ferradura, todo aluno olhando para todos, argumentando e expondo, formando líderes e não seguidores.
17. Nosso ensino não está estruturado para leituras no dia anterior da aula, onde a aula fica restrita a dúvidas e discussões críticas.
Nosso ensino é centrado em aulas e não debates e esclarecimento de dúvidas.
18. Nosso sistema de avaliação é realizado pelo próprio professor, que sabe que também será avaliado se alunos tirarem notas baixas. Avaliação precisa ser independente da escola e faculdade.
19. Nosso sistema de seleção para o vestibular é disfuncional, e não escolhe os mais promissores de uma profissão. Vestibulandos de medicina são barrados por não saberem geografia, história e filosofia, que não são previsores de capacidade médica.
20. Gastamos fortunas em cursinhos que seria um custo social desnecessário.
21. Com ensino à distância, seria possível aprovar todo candidato e deixar o vestibular propriamente dito para a avaliação no primeiro ano do curso.
22. Matérias não são sistematicamente avaliadas pelos Reitores, muito menos algumas abandonadas e outras são tardiamente criadas.
23. Pesquisas são determinadas pelo próprio mestrando e doutorando sem considerações sociais do que precisa ser pesquisado.
24. Nosso sistema de avaliação do professor universitário premia pesquisa e artigos publicados, e não boas aulas.
25. Livros didáticos são centralizados pelo Ministério da Educação para todos, desatualizados e baratos, em vez de serem livre escolha da unidade de ensino.
26. Nosso ensino é centrado no professor e não centrado no aluno. Professores ocupam 90% do que é dito em aula.
São ditadores e não resolvem dúvidas.
Sabemos que os melhores professores são justamente os alunos mais espertos que captaram primeiro, e são os mais adequados para explicarem para os outros.
27. Não há acompanhamento de ex alunos, perguntando que matérias fizeram a diferença, quanto ganham, o que fazem, muito menos reuni-los de tempos em tempos criando um network permanente.
28. No Brasil o próprio professor avalia seus próprios alunos. O que torna a avaliação inócua.
Professores sabem que dão aulas péssimas, mas em troca dão boas notas. Avaliação independente melhorará o ensino de uma forma expressiva.
29. Somente 33% das nossas escolas oferecem cursos em horário integral, reduzindo drasticamente a produção de neurônios e sinapses.
Pelo contrário, é poda neural e regressão sintática, segundo estudos da Neuroeducação.
30. Não implantamos um sistema de orientação profissional, ajudando alunos a fazer boas escolhas vocacionais. 50% dos alunos desistem das profissões escolhidas.
31. Não temos um sistema nacional de escolha de professores universitários, não há diversidade regional, o índice de endogenia, contratação de ex alunos para serem futuros professores é de 90%.
Não existe fertilização cruzada.
32. Não há um estímulo para excelência.
Os melhores alunos, aqueles com QI acima de 145 são hostilizados e sofrem bulling, provavelmente por serem tão poucos e nunca valorizados pela diretoria.
33. Não temos atividades extra curriculares, nem esportes intercolegiais, onde surgem líderes de todos os tipos.
Não estimulamos corais, música, teatro e outras atividades onde líderes poderiam surgir.
34. Não há incentivo para o ensino de línguas estrangeiras desde os primeiros anos escolares, o que limita a capacidade dos alunos de se comunicar globalmente e de competir em um mercado de trabalho cada vez mais internacionalizado.
35. Não temos Grupos de Debates, onde ideias contrárias podem ser seguramente e respeitosamente debatidas.
36. Não estimulamos trabalho voluntário e comunitário nas escolas, apesar de terem 50% de seu tempo livre.
37. A parte mais funcional e prática do ensino profissional é dada nas empresas, que reclamam ter que treinar quem já deveria ser treinado.
38. Uma opção é o da Argentina, onde todo mundo entra e o vestibular é só no primeiro ano de faculdade, com as matérias específicas da profissão.
39. 40% acabam não seguindo a sua profissão.
Precisamos criar uma série de vídeos “Um Dia Na Vida”, onde um dia inteiro e típico do profissional é gravado para que os jovens possam tomar melhores decisões.
Há mais 1.000 detalhes como esse, específicos para cada profissão, mas só listei alguns para mostrar que a frase, “a solução é a educação” precisa ser dita com todos os detalhes necessários para funcionar.
Senão fica mais uma platitude para políticos populistas bradarem.
10 respostas
Excelente análise professor. Um ponto que acho válido de se colocar é que muitos “defensores da educação” pregam que a educação irá melhorar se tiver mais investimento, porém o mais investimento que pregam são melhores salários, ou simplesmente dar aumento para o que já estão aí. O ponto que vejo é que sim, professores, principalmente do ensino fundamental, deveriam ter melhores salários, mas o salário deveria ser melhor para atrair gente boa e não dar aumento para os que estão hoje.
Mais ou menos isso mesmo.
Penso que o problema da educação no Brasil segue o mesmo de todos os demais que temos, ou seja, é estrutural. Preocupado de fato com essa situação só se apresentou Dom Pedro II, o resto não se importou ou foi contra mantendo a mentalidade dos senhores de engenho e café ou insistindo em ideologias de todo gênero como se viu nesses últimos tempos.
O defeito de estrutura na educação brasileira vai desde a família (quando ela de fato existe) até os administradores públicos.
Penso que o primeiro passo para reparar esse defeito estrutural seria a instituição da paternidade responsável com punições bem definidas e pesadas para os infratores como modo de solução já na base, haja vista o número de crianças brasileiras sem pai ou mãe por omissão desses dois, inclusive criados pelo avós que já vivem miseravelmente.
Faz-se necessário para o ensino um programa com regras definidas e duradoras independente de governos, ou seja, como política de Estado, e, especialmente, sem ideologias políticas ou religiosas, e com forte conteúdo de filosofia adaptada a cada estágio do ensino tendo como “bíblia” o Código Civil, pois só assim a criança se desenvolve tendo referência do que seja viver em sociedade com respeito aos direitos dos outros e a defesa dos seus, especialmente tendo conhecimento de suas obrigações em relação ao todo tão esquecido nos dias de hoje.
Estabelecer rigidez no controle do ensino aplicado quanto aos profissionais da educação que muitas das vezes se escondem na desculpa dos baixos salários para justificar a deficiência, antes dando-lhes condições salariais adequadas e, especialmente, em paridade com a economia e demais profissões.
Definir regras, também como política de estado e não de governo, quanto à forma e quantidade de recursos destinados à educação, tratando como crime hediondo qualquer desvio dessas regras. Infelizmente os nossos gestores públicos nunca pagam a conta que sempre cai no bolso do contribuinte.
Embora pensando ser utopia isso ocorrer no Brasil, não vejo outra saída, mas… quem se importa com isso?
Assunto fundamental, caro Prof Kanitz!
Alguns pontos que observo relevantes:
1- educar, instruir e informar. Diferenças.
2- Só para os fortes: um homem não educado vale menos do que um homem não nascido.
3- CP Snow (livro: As duas culturas; e suas revisitações)
4- programa anterior de alfabetização: Prof Carlos Nadalin (ele foi aluno do prof. Olavo de Carvalho).
5- mesmo perdendo a importância em meio ao desenvolvimento técnico-científico, o quadro As meninas, de Rembrandt continuará sendo importante em todos os tempos.
6- a crítica de tudo quanto existe e a destruição de tudo quanto existe pois só se vence quando se substitui (Marx, Lenin, Escola de Frankfurt et caterva)
7- a corrupção da linguagem é hoje o maior vilão contra a inteligência. Exemplo simples do Prof Marcelo Andrade: hamburguer vegano. Gustavo Corção e Olavo de Carvalho apontaram para isso em seus escritos também!
8- a importância absoluta dos jesuítas para a educação e construção da civilização ocidental !
9- ouroboro da ciência: se trouxe PIB elevado e desenvolvimento, também é uma das maiores responsáveis pelo maior genocídio da história da humanidade no século XX, matando mais gente do que os 23 séculos anteriores, conforme estudo apresentado na série de livros Never again.
10- ideologização esquerdista da educação.
11- homeschooling.
12- tem mais… muito mais a ser discutido.
PARA COMPLETAR O QUE O PROFESSOR ESCREVEU BASTA LER A ENTREVISTA do
Neurocientista Michel Desmurget afirmando que infância de hoje está exposta a uma “orgia digital”
FÁBRICA DE CRETINOS DIGITAIS
Pela primeira vez uma geração tem QI inferior a geração anterior
Geração digital’: por que, pela 1ª vez, filhos têm QI inferior ao dos pais
Vários estudos têm mostrado que, quando o uso de televisão ou videogame aumenta, o QI diminui, afirma o neurocientista Michel Desmurget
A Fábrica de Cretinos Digitais é o título do último livro do neurocientista francês Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, em que apresenta, com dados concretos e de forma conclusiva, como os dispositivos digitais estão afetando seriamente — e para o mal — o desenvolvimento neural de crianças e jovens.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-54736513
Excelente análise professor.
A boa educação não é colocada em prática propositalmente pelos políticos. Povo ignorante é muito mais fácil de enganar !!!! Sempre foi assim.
A solução passa por mudarmos a maneira como votamos, como já escrevi aqui ; resumindo: 1- o voto não pode ser obrigatório, 2-candidato com menos de 70% dos votos não se elege 3- tempo de mandato deve ser proporcional a porcentagem de votos recebidos.
Concordo com tudo, mas acho que tem o item 0.
Comida na infância e comida nutritiva e saudável.
Há o problema da falta de dinheiro, gastos com besteiras que não permite que sobre dinheiro para comida para os infantes e ignorância dos pais de como alimentar seus filhos corretamente.
Exceent
Concordo com tudo. Penso que em geral as escolas são castelos que precisam ser tomados/abertos. Raramente vejo visitas a instituições de qualquer natureza para despertar a curiosidade. Visitamos feiras sem apresentar relatórios. Convite de diversos profissionais então nem pensar.
Não temos o mais importante: uma cultura que valoriza o ensino.