Por que essa manchete é uma péssima notícia?
Primeiro porque mostra que o MiniEcon está mais preocupado em salvar o Estado do que a nossa Economia.
Querem vender empresas podres, na bacia das almas, sugando 450 bilhões de investimentos futuros da nossa economia.
450 bilhões que poderiam criar empresas novas em vez de comprar empresas já existentes.
Que, por sua vez, poderiam empregar 4.234.487 desempregados, segundo nossos cálculos de “custo de gerar um único emprego no Brasil”.
Que por sua vez gerariam daqui três anos, mais ou menos, 320 bilhões por ano de impostos, diretos e indiretos.
Não, querem retirar 450 bilhões da economia para vender empresas já existentes.
Que não gerarão um único emprego, e somente aumentará um único imposto, o imposto de renda.
E pior, querem usar essa grana toda para saldar uma dívida do próprio governo, que nos custa hoje em torno de 3% de juros.
Sobre o qual o próprio governo recebe 1,4% de volta, via impostos. Líquido sai 1,6% ao ano.
Um administrador e especialmente um Administrador Responsável de Nações, jamais faria uma loucura dessas.
Trocar empresas que deveriam estar rendendo um ROE de 12%, para saldar uma dívida que nos custa somente 1,6% ao ano, líquido de impostos?
Como um intelectual liberal pode ser tão dogmático na sua literatura Liberal, no “privatiza tudo”, sem se atentar à realidade brasileira atual?
O mundo não está a fim de investir 450 bilhões no Brasil, justamente nessas empresas problema.
O fluxo de investimento externo para projetos novos e arriscados é no máximo de 50 bilhões por ano.
A Formação Bruta de Capital no Brasil, retirando investimentos imobiliários (50%) e o Capex já comprometido, não passa de 100 bilhões.
O MiniEcon quer comprometer três anos do nosso crescimento somente para gerar caixa para o governo?
Será que não percebem que para tornar uma empresa estatal eficiente basta contratar bons administradores?
E não entregar para algumas famílias poderosas, como fizeram no caso da Telebras, Vale e CSN?
Sou a favor da desestatização, óbvio, mas não agora quando falta capital de giro, e não capital de investimentos.
Quando 450 bilhões resolveriam o problema do Brasil e não somente do Governo.
Se nem isso o MiniEcon sabe fazer, que venda 10% dessas estatais agora.
E deixe a administração para o novo grupo, cedendo-lhes o controle, em troca de uma golden share.
E que o MiniEcon venda os restantes 90% ao longo de 20 anos, na Bolsa de Valores para quem quiser, democratizando e não privatizando.
A preços de empresa recuperada e não a preços de empresas quebradas.
Um Administrador Responsável optaria para esse “ganha-ganha”.
Ganha a Economia de imediato gerando quatro milhões de empregos e crescimento da economia.
Ganha o Estado gerando um fluxo de caixa de 20 anos, a um valor cinco vezes maior, no mínimo.
14 respostas
Desculpe professor, com todo o respeito, mas é a esperança de tornar empresas públicas rentáveis que as mantém de pé e deficitárias. A experiência já nos mostrou que empresa pública é vocacionalmente deficitária e ineficiente. No curto prazo pode-se até tornar uma estatal rentável com algum choque de administração, mas no médio e longo prazos tornam-se ineficientes e sujeitas às ingerências políticas de todos os tipos. Falta ao estado a vocação dos patrões e insistir em estatais é um erro que nos tem aprisionado no subdesenvolvimento. Cada estatal ocupa o espaço de um incontável número de empresas privadas que poderiam estar competindo entre si nesse mercado, com todos os benefícios de ganhos de produtividade, qualidade e desenvolvimento tecnológicos que advém da competição. Só se justifica a criação de uma estatal para se fazer algo que se julgue importante e que as pessoas não queiram ou não possam fazer, fora disso, o melhor é que tudo seja privado, inclusive escolas, universidades e hospitais. Estado, quanto menor, melhor!
Tbm ouso discordar. Governante algum se presta a administrador e estado nenhum se presta a empresário. Política é uma arte à parte. Empresa pública deve se justificar não pelo lucro, mas pela estratégia política do estado, não da administração e nem do partido político. Porque falta interesse estratégico e político à essas empresas, qualquer esforço para torna-las lucrativas é em vão, ainda que para aumentar seu valor de mercado para uma futura venda, pois tende a desgastar ainda mais o estado que, não sendo empresário ou administrador por excelência, tampouco se tornará um “case” de tantos sucessos. Gostaria de concordar com o texto, mas esbarro numa certa utopia que existe nos pensamentos mais perfeitos.
Professor kanitz ,
sua ideia , embora correta, é pura utopia no Brasil .
Outra conta seria interessante fazer: quanto dinheiro público estas mesmas estatais já queimaram literalmente, nos últimos 20 anos ???
Discordo do Professor
Vejamos 2 exemplos de privatização modelos:Embraer e Empresas de Telecom
Nunca se teria investido valores tão significativos,não fosse a privatizacao!!
Estado deve se preocupar com Segurança,Educação Saúde publica etc
Professor, acredito muito que ceder o controle das estatais a algum grupo de administradores eficientes seria o ideal, porém essa cessão estaria sujeita ao velho toma-la-da-cá da politica nacional, o que resultaria na já conhecidas indicações por alinhamento ideológico e não por competência administrativa.
Isso é algo de que devia ser corrigido.
Seria o ideal desestatizar ao longo de 20 anos, porém pra isso você tem de combinar com os russos antes (próximos governos), sendo que só a Eletrobras dá prejuízo imenso e vai dar mais, só trocar de governo denovo pra ver o tamanho do rombo.
Nessas privatizações só vão se beneficiar os chineses e banqueiros estrangeiros
Tenho que concordar o Carlos Nicareta!
Albert Einstein dizia que: “Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um, se resume no tamanho de seu saber.” Como ninguém nunca viu uma estatal bem administrada, acham que não existe. Mas no mundo civilizado há um monte. Não existe no Brasil. E mais. Os grandes grupos multinacionais são praticamente estatais com uma mentalidade capitalista. Seus administradores são eleitos em assembléias de acionistas no melhor estilo petista, onde o que tem mais ações não tem mais que 5%. Os maiores votantes são os fundos de pensão de operários, o maior deles dos professores primários americanos. Só que funciona nos EUA, mas não no Brasil.
Permito-me também discordar querido Professor. Nesse assunto, em particular, fecho com Carlos Nicaretta. Estado, quanto menor em estrutura, melhor. O Estado não é empresário e por lidar com o dinheiro dos impostos, isto é, dos contribuintes, não deve embrenhar-se no mercado de risco. Estatais apenas em casos em que ninguém queira atuar e seja imprescindível à sociedade. Aí, o Estado tem que abraçar, pelo bem comum. Saúde, Segurança Pública e Educação Fundamental. O resto, privatiza e fiscaliza com agências reguladoras enxutas, honestas e eficientes.
Empresa estatal no Brasil:
1-cabide de empregos para incompetentes apadrinhados
2-baixíssima produtividade por abrigar corja de incompetentes com estabilidade
3-serviços de péssima qualidade
4-ingerência politica
5-custo absurdo para toda a sociedade.
O resto é papo furado. Respeito o idealismo do professor mas a receita é utópica para o Brasil atual. Se der de graça já é lucro.
Olá Professor, como é bom poder ler seus escritos, o que nem sempre quer dizer concordar, o que é ótimo, pois nos convida a nos colocar em uma posição diferente, um convite a pensar em outra linha de raciocínio.
Neste caso compartilho do pensamento dos colegas e também de Paulo Guedes, na grande maioria das áreas o estado deve diminuir sua atuação e nas poucas em que deve atuar deveria se fazer mais presente e medindo resultados.
Apesar disto, acho muito interessante seu ponto de vista, e que se apoiado em uma mudança cultural anteriormente, teríamos boas chances, de certo que após privatizada a mudança será administrativa e cultural, o que é difícil pensar hoje nos moldes em que o congresso não funciona, o STF não funciona e o senado não funciona como deveria….ainda temos um caminho a percorrer, e por isto é melhor tirar o atrativo das mãos dos bandidos, fica ate mais fácil de fiscalizar depois as ações dos nossos políticos.
Prof Kanitz,
O problema é que nos próximos 20 anos os governos mudam e darão continuidade?
Melhor vender tudo agora e acabar com a influência política nas estatais.
Infelizmente professor, os políticos que temos não permitem adotar essa atitude.Precisamos reduzir ao máximo o tamanho do Estado, urgentemente,