O Mesmo Erro do Regime Militar

Bolsonaro estaria cometendo o mesmo erro do Regime Militar, se tivesse escolhido o economista Luciano de Castro.

Entregando a Administração desse país a economistas acadêmicos que nada entendem de organizações e gestão.

Infelizmente a narrativa vigente no Brasil, e que todos acreditam, é que administradores entendem de empresas, e economistas entendem de economia e administração de países inteiros.

Ledo engano, economistas nada entendem de empresas, portanto pouco entendem de economia, limitados que são a analisarem inflação, juros e taxa de câmbio e algumas variáveis exógenas.

Na Ditadura Militar, a maioria dos professores de Administração recusou na época, corretamente, colaborar com a Ditadura, o que levaria ao seu fracasso em poucos anos.

Infelizmente fomos traídos pelo Prof. Delfim Netto e seus 50 Delfim boys, todos economistas, que assumiram todos os cargos administrativos da época, e se encantaram com o poder. Tanto que estão aí até hoje.

Fico triste que mesmo depois de 60 anos os militares não perceberam o erro cometido, e levam pau até hoje pelas mazelas de seus economistas.

Foram eles que endividaram o regime militar chamando isso de “milagre econômico”, sem se preocuparem como essa dívida seria eventualmente paga.

Foram eles que manipularam a correção da poupança, a caderneta de poupança, dizimando a poupança popular, justamente dos mais pobres, mas a culpa é dos Militares.

Foram eles que cartelizaram a economia, criaram o capitalismo de compadrio via BNDES, em nome da política de “substituição das importações” em vez de produzirmos para a Classe C e D, a maioria.

Eu vou infelizmente morrer sem entender por que vocês engenheiros, advogados, médicos e jornalistas são tão encantados com esses acadêmicos que nunca puseram o pé numa indústria na vida.

Ou por que vocês nunca apoiaram, por exemplo, o movimento Administração Responsável das Nações, só porque a administração passaria desses economistas acadêmicos para administradores profissionais com experiência comprovada.

Vocês que são Generais apoiando Bolsonaro, abram seus olhos.

Errar uma vez é humano, errar duas vezes é crime.

P.S. O almirante Bento Costa Lima Albuquerque Júnior, foi o escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o Ministério de Minas e Energia.  Ele defende o uso da tecnologia nuclear no desenvolvimento científico e como parte da matriz energética do país.

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Comentários

11 respostas

  1. Infelizmente, em nossas escolas de administração proliferam professores com experiência acadêmica, e sem experiência prática. Isto faz com que se pense que qualquer profissional possa ensinar e atuar em Administração.

  2. Professor,
    Não foi correto os administradores se recusarem a trabalhar para o governo no regime Militar. Poderiam ter evitado tudo de errado que foi feito ??????

  3. Mestre Kanitz, pelo Facebook, enviei dois posts, encaminhados ao governo Bolsonaro, e, em especial ao P. Guedes, citando-lhe como referência. Esperonão ter usado “seu nome em vão.” Obrigado por seus escritos magistrais. Eis o último: Sugestões ao Bolsonaro, em especial ao P. Guedes:
    1. O liberalismo jamais foi capaz de conter a tendência aos oligopólios nos setores de mercado cujas tecnologias demandam escalas de produção médias. Vide exemplos, magistralmente discutidos pelo Dr. Paulo Gala, da FGV: 1.1 Existem mais de 12.000 bancos nos EUA, mas os 10 maiores abocanham mais de 50% do mercado! 1.2 Existem dezenas de milhares de empresas de alimentação e produtos de limpeza nos EUA, mas, as 12 maiores – você é cliente delas: Pepsico, Nestlé, Procter & Gamble, Unilever, etc. abocanham mais de 70% do mercado.
    2. Sem capital de giro, abundante, de fácil acesso e barato, é impossível levar o Brasil ao nível de crescimento que tínhamos até o fim dos governos militares, que já foi também magistralmente demonstrado pelo Mestre Stephen Kanitz, da USP, que já citei em post anterior.
    Quem puder, faça chegar aos ouvidos do Ministro Heleno, do Vice Mourão ou dos dois retromencionados.
    É mais uma modesta contribuição , na torcida de que o Brasil dê certo.

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