Quatro matérias, duas sendo editoriais do jornal de maior influência do Brasil.
Nenhum chegou, nem perto, a esclarecer os seus leitores por que o Brasil não dá certo.
Em 1945, o decreto lei de Getúlio Vargas que criou a profissão de economista a 7988/45 determinava a extinção de todas as nossas Faculdades de Administração desse país.
Leia mais aqui https://blog.kanitz.com.br/atrasou/
Foi um golpe rasteiro para dominarem esse país, o que de fato aconteceu.
Fruto desse golpe sujo, deixamos de treinar por mais de 50 anos a classe que seria o segundo escalão do Brasil.
É o segundo escalão que faz as coisas acontecerem, não é o primeiro escalão, que só fica nas grandes ideias.
É o segundo escalão que tem que se coordenar entre si, coisas que nossos empresários e economistas são incapazes de fazer.
É o segundo escalão de supervisores, orçamentistas, vendedores, contadores de custos, operadores logísticos que são a mão visível das empresas, os que dão vida às empresas.
Nossos economistas de esquerda acham que são eles próprios que fazem tudo acontecer, veja Serra que se diz grande administrador, e vocês acreditam.
Nossos economistas de Direita, aqueles que leram Adam Smith, acham que tudo chega nas prateleiras graças à uma tal “mão invisível”, uma visão infantil daqueles que nunca visitaram uma empresa.
Nunca tivemos um Presidente, um Governador ou jornal que tenha prestigiado um Congresso de Contadores, Congresso de Analistas de Crédito, Recursos Humanos, Analistas de Sistemas, etc.
Nosso segundo escalão não é estudado, pesquisado, motivado, agraciado, nem treinado por Faculdades de Administração que sequer temos.
Temos sim Departamentos de Administração dentro de uma Faculdade de Economia, uma bela diferença.
Por isso somos um país mal administrado,
mal auditado,
ineficiente,
de baixa produtividade,
do desperdício,
sem benchmarks,
sem controle de custos,
sem prestação de contas,
sem feedback,
que não segue os Princípios da Administração Responsável das Nações,
E nenhum dos quatro artigos do Estadão chegou perto.
Nossos Presidentes e Governadores ouvem Empresários, Banqueiros e Economistas e ponto final, vide o Conselhão da Presidência.
Mas o segundo escalão, aquele que sabe dos detalhes, que está com o saco cheio, que está desmotivado, nem pensar.
Fico triste quando vejo o jornal de maior prestígio, e ainda por cima de Direita, desconhecer o país que ele cobre há mais de 50 anos.
Se sequer reconhecemos o nosso verdadeiro problema, jamais teremos a solução.
Daí minha luta pelo segundo escalão.