Interessante comentário de Paulo Vale, sobre o mercado de usados.
“Trabalhei por anos no mercado de usados.
Comprava dos mais abastados e vendia para os menos favorecidos.
Estes adquiriam os equipamentos (mesmo usados) com grande festa, pois representavam um incremento no seu padrão de vida.
O Governo por outro lado tratava todos os “comerciantes” desta área como fora da sociedade, dificultando ao máximo a nossa legalização.
Acabei saindo da área.
O mercado de usados é tratado pelo governo como algo errado.
Inclusive a lei é clara no caso da importação de produtos usados, que poderiam vir dos mercados mais abastados para suprir a necessidade de alguns setores da economia.
Pelo que vi na universidade, equipamento usado é equiparado a narcotráfico, drogas, e outras atrocidades.
Concordo que algo deve mudar.
Produtos mais duráveis e menos desperdício.”
11 respostas
Menos desperdício de energia, matérias-primas e mão de obra. Perfeito! Parece coisa de administrador, rs.
Por outro lado a alta carga de impostos no consumo brasileiro torna mais cara a aquisição de produtos novos, mas como é parcelado (mesmo com juros abusivos) quase ninguém se importa ou percebe. Falta a cultura, o conhecimento técnico e até científico, a educação de qualidade.
Tem alguns artigos que leio aqui que me fazem sentir que moro em outro país ou as vezes em outro planeta, moro em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, aqui deve ter umas 15 a 20 concessionárias que vendem carros zero (e usados) e umas 2000 que vende carros usados, tem mais loja de carro usados que botequim, nunca ví carro de 5,7,10 ou mais anos sendo vendidos para o “ferro velho” ou sendo abandonados nas ruas como acontece nos EUA ou alguns países da Europa,ou seja, o comercio dos “usados” e fortíssimo, pujante.
Agora a demanda por usados na minha opinião deve ser uma escolha e não uma obrigação ainda mais com políticas de estado para tal fim, cadê os “liberais” nessa hora? hehehe
Kanitz,
Especificamente quanto ao mercado de carros usados, realmente o comentário tem fundamento, no sentido de que os comerciantes são tratados como “fora da sociedade”. Num país de Gérsons, é uma injustiça discriminar estes comerciantes pois eles estão perfeitamente inseridos no contexto geral, salvo as exceções de praxe!!! São mestres na arte de adulterar odômetros, “guaribar” os problemas mecânicos, sonegar impostos deixando de registrar a entrada de carros em suas lojas, e por aí vai. Para se ter uma idéia de como são as coisas, certa vez eu estava na porta de uma loja de usados em São Caetano do Sul, conversando com o dono, e lá veio andando pela calçada um senhor com uma pasta na mão, perguntando com bastante intimidade se tinha “serviço” naquele dia. Perguntando ao dono da loja do que se tratava, já que o personagem não levava jeito de mecânico ou de lavador de carros, ele, na maior cara-dura, disse que o senhor em questão era o “cara” que mexia nos odômetros. Ou seja, é prática diária e usual. O tiozinho tem “mercado”! E essa prática não se restringe aos comerciantes independentes pois certa vez, tendo comprado um carro numa concessionária, à base de troca, passados alguns dias recebi um telefonema de uma pessoa que havia adquirido o meu carro e, tendo achado meu telefone anotado no manual, ligou fazendo algumas perguntas sobre o “passado” do meu ex-carro e a quilometragem que ele tinha era a metade da real!!!!
Com relação à importação de usados, acho que o assunto merece a devida cautela. Por exemplo: a importação de pneus usados, permitida no passado, era um absurdo, pois colocava no mercado um ítem de segurança importante para os automóveis, sem nenhum tipo de garantia.
Kanitz,
Só para complementar meu comentário anterior: aqui nos EUA existe um mercado grande para itens usados, os chamados “refurbished”. São computadores, impressoras, televisores, câmeras fotográficas e uma infinidade de outros ítens vendidos pelos lojistas em geral a preços bem menores do que os equivalentes novos. Mas são ítens “refurbished” pelos respectivos fabricantes e vêm com garantia de fábrica. É uma garantia geralmente mais reduzida, mas ainda assim o produto é honrado pelo fabricante. Comércio de usados nestes termos acho que é válido mas na base do “caveat emptor” (buyers beware)acho totalmente incompatível com a atual legislação de proteção ao consumidor.
Quando meus pais casaram em 1977 compraram uma geladeira de segunda mão e esta ainda durou 20 anos.
Hoje a minha geladeira com apenas 6 anos já está penando…
Você se esqueceu de falar na margem de lucro … por que só falas do imposto??? e o “Lucrômetro”?
Fala do “lucrômetro” também … não é só imposto, cara!
Hoje a indústria pratica um modelo de descarte que se chama obsolescência programada ou percebida que é a produção de produtos com vida útil programa para “quebrar”. Só um exemplo, o carro de minha esposa que tem apenas um ano de uso parou de funcionar derrepentemente, o problema foi na bateria, segundo o técnico que nos atendeu aquela marca de bateria possui um dispositivo interno que se rompe, danificando a bateria que anda esta em perfeito estado de uso. Esse é o modelo que nossa sociedade está construída, na base do descarte e recompra de produtos que não precisamos.
Sergio Calura
Professor, como está a criação do Partido Bem Eficiente?
Pretendo me filiar e concorrer nas eleições daqui 2 anos.
Grande reflexão
Maior durabilidade dos produtos não leva necessariamente a um agravamento do desemprego?