Banco Central Aumenta os Juros Para 7% no Meio de Uma Crise

Essa deveria ter sido a manchete do dia.

Assustador, mas foi isso que o Banco Central acabou de fazer: aumentaram Os Juros.

Roberto Campos Neto, está fazendo o mesmo erro que os americanos fizeram em 1929, e que gerou três anos de recessão nos Estados Unidos.

Roberto Campos Neto, como seus pares em 1929, não percebeu que os juros que estão reduzindo são os juros nominais ou básicos.

Que é somar peras com maçãs, somar o juro real mais uma estimativa futura de inflação, que nunca se realiza.

Por isso nós administradores financeiros usamos o termo juro (real) que nesse caso já subiu devido à deflação que certamente virá.

Nessa crise o consumo irá cair, os descontos vão aumentar, a inflação irá cair, como ocorreu nos Estados Unidos em -10% ao ano.

Por três anos seguidos, isso sim que gerou a grande depressão.

Nos Estados Unidos “reduziram” os juros para 0,5%, mas o juro real subiu para 10% em 29, 30 e 31, por causa dessa deflação de 10% nos preços ao consumidor.

Milhares de livros foram escritos sobre como prevenir novamente uma crise destas, o principal por Keynes.

Mas nenhuma das explicações dadas é essa, e, portanto nada aprenderam.

Que os juros reais ao subirem em 1929, 1930 e 1931, agravou uma simples correção na Bolsa de Valores em 29.

Não foi a Bolsa que gerou a recessão, como agora no Brasil.

Foi esse aumento do juro real.

Leiam meu artigo usado na FGV, que é mais técnico e longo.

http://ead2.fgv.br/ls5/centro_rec/docs/nominalismo_realismo_financeiro.doc

E aí, eu fico me questionando por que uma constatação tão simples, de que o verdadeiro juro é o juro real, e não o nominal não consegue ser incorporada por tantos professores americanos.

Vejam o que ocorreu comigo. Estou construindo e pedi uma cotação de um empréstimo de construção, e me deram 12% nominal, que pode se tornar um 15% real, não os 9% publicados.

Vou postergar a construção, aumentando o desemprego e a recessão.

Por favor, agora leiam o artigo, porque esse erro precisa ser corrigido, para não gerar os mesmos problemas de recessão após recessão.

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Comentários

7 respostas

  1. Prezado Kanitz vc pode mais. O Banco Central não pode cortar a taxa em um lance. Administradores deveriam também aprender a ter prudência e paciência.

  2. O sr. está errado mais uma vez. Basta ler os jornais: “Vendas pela internet têm aumento de 40% em comparação com março de 2019”, “Vendas online de supermercados quase dobram após o coronavírus, entregas atrasam e exigem investimentos das empresas”.

    Aí depois o sr. fica reclamando que ninguém o ouve…

  3. Professor, parabéns acertou na mosca, correto, complementando, faltou o aumento ou desespero para compras alimentos e estocar. A inadimplência dos clientes com cartões de crédito. E alta nos preços dos produtos, mais o juro real, formou-se a tríade do caos.

  4. Professor, com todo o respeito me permita discordar. Acho a comparação com a crise de 29 um tanto simplória. Simplesmente não acredito em deflação nesses níveis.
    Não podemos esquecer que a origem principal da crise foi um crash da bolsa provocado por uma bolha de supervalorização dos papéis.
    Esse crash provocou o empobrecimento “total” das famílias e investidores. Todo mundo estava comprado em 100 % na bolsa. Muitos venderam seus imóveis e até fizeram empréstimos para aplicar na bolsa. Então o empobrecimento foi total e repentino. De lá para cá os mecanismos de regulação e controle evoluíram e se sofisticaram. E a própria natureza da crise atual é diferente. É inegável que haverá desemprego, falências e todos os problemas correlatos. Mas esse comparação é muito reducionista.
    Com relação aos juros reais, concordo plenamente. Nossa cultura não leva em consideração os juros reais, o que é muito estranho porque a nossa cultura inflacionária teve a versatilidade de criar a correção monetária, que a meu ver teve boa utilidade no início mas acabou se transformando, com o tempo, em um tremendo vilão ao dar origem a todo um processo de indexação da economia. Mas não criamos uma cultura de levar em consideração o juro real. Isso é realmente um problema já que juros negativos é um tema controverso a se equacionar. Creio muito pouco na deflação significativa em função disso e também pelo fato de o brasileiro possuir uma cultura consumista. Ao perceber que o dinheiro estará perdendo valor, o pessoal vai tirar o dinheiro do investimento líquido e adquirir bens imóveis ou bens móveis e isso irá equilibrar a tendência deflacionaria pelo reequilíbrio gradual do consumo. Também o governo continuara a ser um demandante de recursos para financiar as ações sociais o que justificará a existência de juros reais positivos.

  5. O raciocínio está correto, os juros reais subiram muito devido à queda abrupta das expectativas de inflação futura pela crise do CoronaVirus.

    Entretanto o governo está com dificuldades de vender papéis da dívida pública com as taxas atuais, alguns leilões de títulos da dívida recentemente não tiveram compradores.

    O receio é que
    investidores atuais em títulos da dívida pública retirem o dinheiro do Brasil caso as taxas nominais caiam ainda mais. O governo está trabalhando nisso.

  6. ..você está com raciocínio de contador. taxa de juros real tem xpectativacde inflação…sua expectativa é que a taxa de inflação se reduza ou permaneça como está..entretanto se considerarmos um aumento na taxa de inflação devido a desorganização dos preços relativos o juro real vai se reduzir ..

  7. O professor está certo mas juros negativos é uma forma de confisco. Talvez seja o momento do governo aproveitar e se capitalizar com impostos atuais + confisco (juros negativos). Quem puder se protegeria com imóveis bem localizados (terras) e ouro físico.

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