Durante o Governo Militar, o Brasil finalmente descobriu que empréstimos via bancos estrangeiros eram muito mais baratos do que de bancos brasileiros.
Afinal, o Brasil é um país “trabalhista” e não “capitalista”. Capital é barato em países que estimulam o capital.
Em países que são contra o capital estrangeiro, e do capital em geral, como era o Brasil de João Goulart, o capital é caríssimo, em torno de 12 a 16% ao ano, e por conseguinte o “trabalho” é barato.
Nossos economistas como Mario Henrique Simonsen e Delfim Netto que aderiram ao Regime Militar, traindo a nação, abriram o Brasil para o financiamento externo, empréstimos denominados em Libor, a uma taxa de 2% a 3% ao ano.
O chamado “milagre econômico” do Governo Militar, nada menos foi o milagre de financiamento barato, abaixo do retorno do investimento, pela primeira vez na história do Brasil.
Mas, como sempre, o despreparo das empresas em Administração Financeira, devido o fechamento compulsório de todas as Faculdades de Administração em 1945 pela lei 7988 de 45, deixou as empresas à mercê de engenheiros e economistas na função de diretores financeiros.
Esses engenheiros e economistas assinaram contratos denominados em Libor, e não em uma taxa fixa, tipo 4% ao ano, ou 5%.
Ingênuos, contrataram verdadeiros cheques em branco, pois assinaram literalmente a seguinte cláusula;
“Pagaremos a cada 6 meses, a taxa Libor flutuante, qualquer que ela seja.”
Estávamos no limite mais elevado do nosso endividamento, quando os juros internacionais de mercado “flutuaram” para 16% para ano, quebrando o Brasil.
Passamos quase 20 anos saldando essas dívidas tomadas a juros nominais flutuantes, chamada de décadas perdidas.
A partir do Governo FHC, entramos num novo ciclo de endividamento, que hoje ultrapassa o limite perigoso de 1978.