Segundo Hass McCook, um MBA de Oxford, a lavagem de dinheiro gira em torno de 2,5 do PIB de um país.
Isto inclui dinheiro da corrupção governamental, tráfico de drogas, roubo de carga, propinas do setor privado e estelionatos.
Ou seja, a corrupção governamental não chega a 0,5% do PIB, embora seja muito dinheiro quando dividido entre digamos as 1000 famílias mais influentes do governo.
O que muitos esquecem é que boa parte dos orçamentos dos governos está comprometida com salários, aposentadorias e juros. E os investimentos novos, onde haveria margem de manobra, são menores que 1% do PIB. E o roubo seria uma porcentagem destes 1%.
Corrupção não é o nosso grande problema, aliás eu até acho que está sendo resolvido internamente.
Digo isto porque hoje as 1000 famílias mais poderosas deste país estão fazendo a maioria de seus negócios no exterior. Perdoando dívidas na Nigéria, comprando petroquímicas nos Estados Unidos, construindo portos em Cuba, longe portanto do poder de fiscalização do Tribunal de Contas.
Graças à Receita Federal e a Lei da Responsabilidade Fiscal está cada vez mais difícil fazer negócios escusos aqui no Brasil.
Algo para se pensar.
5 respostas
Professor,
Certamente suas fontes são confiáveis, mas acho estranho os números apresentados.
Talvez seja o caso de tentar definir melhor o que é ‘corrupção’ e, então, quantificar com números.
Uma importante lição profissional e de vida que aprendi, meio século atrás, no meu primeiro emprego após formado em engenharia, veio de um supervisor de produção, senhor experiente, que aqui aportou para instalar uma unidade fabril de uma multinacional.
Ele me disse: “People will not do what you expect… they’ll do what you INSPECT”. (As pesoas não fazem o que você espera delas, fazem aquilo que você INSPECIONA).
Corrupção não é algo que se faça sozinho. Para cada ato de corrupção existirá uma teia de atos que lhe darão apoio e sustentação.
1.000 famílias corruptas precisam de 100 pessoas corrompíveis cada, para exercer sua corrupção e esses 100 terão que corromper sua própria ‘teia’. É um processo exponencial!
A pior parte, na verdade, é que a corrupção desvia o objetivo. Governar passa a ser obter vantagens pessoais usando as necessidades dos governados como ‘desculpa’ para montar esquemas de corrupção.
Além disso, como o objetivo não é mais ‘fazer’ algo, ninguém está interessado em INSPECIONAR.
Exemplos?
É difícil crer que, no Brasil, não existam engenheiros suficientemente competentes para projetar e supervisionar a execução de um ‘tapa-buraco’ em uma rua. No entanto, TODOS os ‘remendos’ são ou calombos ou crateras!
Será que não existem cabeças suficientemente inteligentes e preparadas para resolver o ‘problema’ do transporte público? Certamente haveria, se transportar público fosse o objetivo real.
O ‘custo Brasil’, de que tanto se fala, não é mais do que o resultado dessa enormemente pervasiva teia de ‘corrupção’ que começa com o próprio povo, que da ‘Lei de Gérson’ passa para a atitude predatória de uns contra os outros, pela acomodação das ‘bolsas’ e ‘cotas’ e pelo infamemente famoso ‘jeitinho’.
Não me lembro da última vez em que, ao receber um trabalho encomendado de alguém, o trabalhador tenha dito, com orgulho: “Aqui está. Fui eu quem fiz!”. O que acontece é o indivíduo apresentar o resultado e dizer: “E aí, doutor, dá para passar?”.
E passe bem, Professor.
Concordo com amaior parte do seu comentário. No entanto, merece reparo a indicação de que a corrupção começa polo povo. Na verdade, a corrupção começa pela elite econômica, que é quem tem o poder real. Depois é que desce até o povo, mesmo porque o povo há de se espelhar na elite. Assim foi e assim sempre será. Outro ponto a mercer reparo é o que inclui bolsa e cota como meio de corrupção por si só. Ledo engano, pois tanto a bolsa como a cota eliominam ao máximo a cadeia de corrupção que havia no percurso do dinheiro destinado ao benefício liberado pelo governo federal até chegar ao seu destino final. Hoje o benefício vai direto para a conta do destino final do benefício, eliminando-se toda atravessador ndo percurso q
Quero defender minha posição.
Minha experiência ‘de vida’ é que a corrupção, no Brasil, existe em todos os níveis e é evidente na total ojeriza do brasileiro de cumprir leis.
Corrupção não é apenas pedir e receber propinas. Corrupção é também estacionar em vaga de deficiente, furar fila, comprar produtos ‘piratas’, trafegar pelo acostamento, puxar ‘gatos’, invadir fazendas e tantas outras ‘espertezas’ não restritas às ‘zelites’.
Aliás, as ‘elites’ não são nada mais do que pessoas normais que ‘deram certo’, com ou sem a corrupção.
Quanto aos assim chamados ‘benefícios’, considero uma vergonha depender de esmolas para poder sobreviver. Se o governo fizesse sua obrigação, com infraestrutura decente e Judiciário atuante, a economia do país seria perfeitamente capaz de sustentar toda a população sem necessidade de ‘esmolas’.
Quem precisa de cotas, então, está ‘passando recibo’ de incompetência, reconhecendo que não tem condições de participar das atividades no mesmo nível com as outras pessoas.
Não sei o nome do santo, mas um jurista (antigo) disse que a nova Constituição do Brasil deveria ter um só artigo:
Art. 1: Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha.
Par. Único: Revogam-se as disposições em contrário.
Perfeito, concordo em tudo.
Essa categoria CORRUPÇÃO inclui os fganhos com ilícitos econômicos, tais como açambarcamento monopólio, oligopólio, divisão de mercado, … , e também os ilícitos dos executivos contra as empresas, bem ainda os ganhos com manobras reprováveis nos mercados de ações ?