O consenso é que Trump é um idiota metido a sabichão, enquanto Lula, o “sábio ponderado”, vai conduzir uma negociação onde o Brasil sairá vencedor e ele, claro, reeleito.
Até quando vamos continuar com essa ingenuidade suicida?
Vamos aos fatos.
Lula é um ex-torneiro mecânico que passou a vida negociando greves sindicais, não tratados comerciais.
Nunca se profissionalizou, não fala inglês, depende de intérprete nomeado por político de estimação e achamos mesmo que ele vai “enfrentar” Trump numa mesa de negociação?
Trump, goste-se ou não, é um estrategista, escreveu “The Art of the Deal”, cercado de profissionais com décadas de experiência.
Lula tem… Janja, e um PowerPoint mal elaborado do Haddad.
Em suma, negociação é técnica, é estratégia, é timing.
Existe BATNA, ZOPA, escuta ativa, preparação. Lula acha que BATNA é marca de cigarro, e ZOPA, nome de cachorro.
Aliás ele sabe mentir, mas não sabe blefar.
Contudo sabe discursar, mas não sabe escutar. E principalmente: nunca defende o Brasil só seu partido, sua base e sua biografia.
Acham que Lula e Trump será uma luta equilibrada, com Lula esperto que é levará vantagem.
Quando participei da renegociação da dívida externa brasileira, sugeri contratar William Ury, meu colega de Harvard e coautor de “Getting to Yes”, para nos ajudar a entender a lógica dos banqueiros.
Afinal, um especialista, um aliado. “Mas ele é americano!”, berraram os nacionalistas de jaleco acadêmico. Resultado: fomos engolidos.
Pois bem. Ury é amigo de Trump. E Lula sequer leu “The Art of the Deal”. Nem ele, nem o anestesista que virou vice, nem o filósofo que virou Ministro da Fazenda.
Estamos mandando uma equipe de amadores para enfrentar profissionais. Gente que nunca negociou nada relevante na vida nem aluguel. E acreditamos que vão trazer bons acordos?
Isso não é política externa. É roteiro de comédia.
Mas a conta, como sempre, quem paga somos nós.