O General Georges Doriot

 

Georges Doriot pode ter sido a pessoa mais importante para os Estados Unidos na Segunda Guerra.

Georges Doriot era um dos professores mais demandados da Harvard Business School.

Filho de produtor de automóveis francês, foi para os Estados Unidos aprender administração.

Doriot treinou mais de 3.000 alunos, e através deles se tornou um consultor do exército americano.

Os Estados Unidos, como todos sabem, não estava preparado para a Segunda Guerra, nem de perto.

Em paz com México e Canadá, nunca se preocuparam muito com militarismo, ao contrário dos países europeus, constantemente em guerra por disputas territoriais.

Os Estados Unidos, ao contrário da Rússia e da Alemanha, sempre foram um país de índole isolacionista, sem maiores interesses expansionistas.

Portanto, eles tinham uma máquina militar claramente inferior à alemã e russa em 1939.

E sua superioridade Naval foi destroçada em Pearl Harbour.

Suas armas eram ainda de primeira geração, suas tropas eram do tipo que jogava beisebol, e sem generais testados.

Mas em 1942, os Estados Unidos tinham armas em quantidade, de fácil manuseio, de precisão letal, e de durabilidade e eficiência a toda prova.

Isso graças à eficiência produtiva, qualidade total, preocupação com detalhe, pesquisa e desenvolvimento, todas disciplinas introduzidas por Georges Doriot e seus alunos de administração no exército americano.

Pelo seu trabalho e o de seus alunos, Georges Doriot foi condecorado como General. General Doriot.

Dos 16 milhões de soldados, os Estados Unidos perderam somente 3%, a menor taxa de todos.

Os Estados Unidos ganharam a guerra graças aos seus conhecimentos de administração, não pela bravura de seus soldados.

Nesse quesito os ingleses, russos e os próprios alemães eram muito mais destemidos.

Enquanto isso, no Brasil, Eugênio Gudin tramava com o Ditador Getúlio Vargas extinguir a partir de 1946 todos os cursos de administração desse país, efetivada pela lei 7988 de 45.

Nossa cultura depois dessa lei é a de que administradores não são necessários, que engenheiros podem ser banqueiros e Governadores de São Paulo, que empresas familiares é o padrão a seguir.

Nossa cultura é a de que a ciência que estuda eficiência e complexidade é economia e não administração, algo que me custou muito a aceitar, mas agora resigno a evidência.

Os aplausos que os eleitores do Partido Novo deram ao seu novo condutor de programas do partido, me levaram a jogar a toalha.

Em 2018 eu passo a cuidar dos meus netos.

Jamais seremos um país bem administrado, e eu nada consegui nesses 50 anos de alerta.

Não consegui formar discípulos, somente adquiri fama de chato.

Apoiarei os professores de administração que queiram continuar lutando, mas esses ainda não apareceram. E eu sei o porquê.

 

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