Cuidados Antes de Viajar de Avião

 

Já perdi dois amigos que faleceram logo após uma longa viagem de avião, do que já se batizou de “síndrome da classe econômica”.

Nos Estados Unidos somente nas nove maiores companhias há 350 mortes a bordo por ano e 14.000 emergências médicas, muitas das quais irão resultar em mortes na semana seguinte.

Isto é muito maior do que o número de mortes por acidentes aéreos noticiados com tanto alarde pela imprensa sensacionalista.

Medaire, uma empresa que dispõe de médicos para atender pilotos de 60 companhias aéreas com as informações médicas que precisam em emergência, recebeu 19.000 pedidos de emergência e 94 passageiros morreram a bordo em 2010.

62% dos médicos respondem que já tiveram que ajudar um passageiro numa viagem de avião que fizeram.

Ou seja, andar de avião é muito mais perigoso do que se pensa, e as mortes não são causadas por quedas de avião.

Um dos problemas escondidos e dos mais graves é a trombose.

25% das pessoas com trombose declaram ter viajado de avião recentemente.

As chances de você desenvolver um coágulo na veia, é de 1 em 6000 viagens.

Voe 60 vezes num avião e sua chance pessoal passa a ser 1 em 100. Acima dos 55 anos de idade esta estatística piora.

Calcula-se que todo ano ocorrem 20 milhões de tromboses, de todos os tipos, que resultam em 2000 a 3000 mortes por ano.

Em 2012 as mortes por acidentes aéreos foram de somente 798, ou seja, o verdadeiro risco de viajar é outro.

Se você tiver mais do que 55 anos, a estatística é maior. Dados da http://www.airhealth.org/

Portanto, como evitar um coágulo por voo:

1. Uso de meias elásticas, compressão 15 a 20 mmhg.

Pesquisas mostram que 5% das pessoas que não usam meias elásticas desenvolvem coágulos, melhor não tê-los.

2. As meias devem ser usadas um dia antes da viagem, e obviamente durante a viagem.

Eu uso da Sigvaris, vendida no Brasil on line.

Você tem que medir a sua perna e determinar seu tamanho.

3. A meia deve ser usada também três dias depois da viagem, outro detalhe importante.

4. Voe diurno se você tem mais de 55 anos, especialmente se o voo durar mais que 8 horas ou 5.000 km de distância, o coágulo é muito menos provável nestas condições.

Viajar é exaustivo, estressante e seu sistema imune se deprime e fica menos resistente.

E fica menos resistente justamente quando você estará em contato direto com mais de 3.000 pessoas do mundo inteiro, 10% com resfriado espalhando germes pelo ar.

Tanto é que seu risco de pegar resfriado aumenta 100 vezes numa viagem.

O dia da viagem é para ficar em casa descansando e não trabalhando deixando tudo em ordem no último minuto.

5. Lave as mãos constantemente no aeroporto, leve álcool gel, não toque nos olhos, não beije a sua esposa, cumprimente como os indianos não como os europeus.

6. Não retire os seus sapatos numa viagem longa, apesar de ser mais confortável.

Você não quer seus pés inchando, o que reduz a força de circulação do sangue, o que propicia a formação de coágulos. Num voo diurno não se tira sapatos.

7. Exercícios. Movimente seus pés de 15 em 15 minutos.

8. Beba 1 litro de água a cada três horas, ou melhor ainda um copo de água eletrolítica como Gatorade, por hora.

Ninguém faria isto em terra, mas o ar condicionado dos aviões é de lascar, e a trombose tem como início o stress no seu sistema linfático e venoso.

Água ajuda, mas as aeromoças sequer tem este volume de água para todos os passageiros.

Lembre-se que você estará respirando 8% menos oxigênio que normalmente.

O ar não é puro e sim reciclado, passou pelo pulmão de um passageiro com gripe 12 minutos antes.

Uso de máscara seria aconselhável, não fosse que ninguém quer parecer paranoico.

One study “showed that the peak date of the U.S. influenza season was delayed 13 days after the terrorist attacks of Sept. 11, 2001, consistent with a greatly reduced number of flights during that period.”

E os serviços de segurança proíbem você de levar água na bolsa. Portanto tem uma logística a mais, comprar água depois da segurança.

9. Não beba álcool, nem no avião, nem antes.

10. Se você fuma, pare de fumar dois dias antes e resista até dois dias depois.

11. Se você tem mais de 65 anos, considere ir de classe executiva. Economizar pode sair caro.

12. Escolha os pratos com menos risco de contaminação bacteriana, maionese, patês, pratos prontos, nem pensar. Nada de molho, tudo bem cozido, pratos simples como macarrão.

13. Provavelmente você não fará metade do que pedi, lembre-se que seu sistema imune estará trabalhando acima do normal.

Uma das formas de garantir que seu corpo irá lidar com este stress é dormir ao chegar no seu destino.

Não faça turismo no primeiro dia, ou dois se você tiver mais que 55 anos, seu sistema imune agradece.

Se você tem histórico de problemas cardíacos, veias, hipertensão, edema, está no período de cinco anos após um câncer, seu cuidado deve ser redobrado.

Algo para se pensar.

 

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Comentários

11 Responses

  1. E COMO FICA ENTÃO A SITUAÇÃO DA TRIPULAÇÃO QUE TÊM DE VIAJAR TODOS OS DIAS? E OS PILOTOS COM A IDADE AVANÇADA? CREIO QUE É PIOR QUE ANDAR NA BR 381!

  2. Minha esposa tem varizes bem altas na perna principalmente panturrilha e pes.Podemos viajar ate Blumenau saindo di Aeroporto do Galeao no Rj?QUAL MEIA COMPRAR?Onde?Grato.dr.will

  3. Nem sei o quê dizer….
    Prestes a viajar com marido que apresenta alguns problemas citados na matéria … vamos tentar atender algumas observações aqui colocadas… inclusive a executiva … mas vamos rezar muito, para que nada de mal aconteça 🙏🏼🙏🏼🙏🏼

  4. Essa informação é muito importante, precisamos observar muito bem todos os detalhes pois são exatamente atitudes que não tomamos quando viajamos. Temos pressa para ver tudo e poder ver mais e nunca descansamos. Realmente é muito perigoso.

  5. Como vou sair de um clima frio e vou para calor estava a pensar em debaixo das calças(leves e largas ) levar meias ” collants ” calçadas e de preferência com alguma pressão, pois ouvi em algum lado que era bom. E, fiquei muito satisfeita com o que li aqui. Muito útil, obrigada.

  6. Bom artigo, Kanitz. Infelizmente, fui acometido pelo “mal da classe econômica” na viagem que fiz à Miami no mês passado

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