Comunitarismo e o Tamanho do Estado

 

Tempo de leitura: 1 minuto

 

Todos devem estar perplexos com o que está acontecendo no mundo. Nunca estivemos tão avançados e tão atrasados ao mesmo tempo.

Vou tentar explicar em poucas linhas, algo que provavelmente será impossível.

  1. O QI médio dos tomadores de decisão está caindo, algo bem perceptível.
  2. Antigamente os reis contratavam os melhores cientistas e filósofos para a corte. Hoje a Dilma, Lula e Obama convidam os melhores marqueteiros para fazerem campanhas constantes, pensando na próxima eleição.
  3. O QI médio de quem opina está caindo. Hoje qualquer pessoa escreve um blog ou comentário.
  4. As universidades contratam aqueles que não conseguem emprego no setor privado, e lhes dão vitaliciedade de emprego, produzam ou não pesquisas relevantes.
  5. Nosso sistema de escolher quem irá de fato administrar este país é ridículo. Privilegia professores de Sociologia, Economia, etc, e não experientes administradores das 500 maiores, aposentados e loucos para voltar à cena.
  6. Tudo isto está tão institucionalizado em Brasília, o Estado Brasileiro se tornou tão grande, poderoso e incompetente, que tentar corrigir este paquiderme e seus erros é totalmente inútil é impossível.
  7. O Estado Brasileiro se tornou grande e ingovernável.
  8. E um estado grande enseja grandes corrupções, grandes lobistas, grandes empreiteiras, grandes decisões, grandes erros.
  9. A minha solução para o dilema do Governo Inchado e incompetente é o Comunitarismo.

Não é reduzir o tamanho do Estado, como querem a Direita e os Liberais, algo impossível, mas distribuir o mesmo poder já alcançado, para o nível da comunidade.

O que em administração de empresas se chamava empowerment, um movimento bem sucedido nos anos 80 do século passado.

O primeiro passo é distribuir a “renda” de Brasília para as comunidades, seja município, seja bairro,  de uma forma planejada.

As comunidades terão o poder exagerado que o Estado tem, hoje concentrado em Brasília e as Capitais.

Uma vez distribuída a renda e o poder de decisão,  se uma comunidade quiser devolver os impostos que o faça.

Se uma comunidade quiser reduzir o tamanho de seu “estado” que o faça.

Se uma comunidade quiser contratar administradores e não professores de economia para administrar as Finanças da comunidade, que o faça, e se for verdade o que prevejo, outras não vão seguir o mesmo caminho.

Se uma comunidade quiser despedir 30% dos seus funcionários públicos, primeiro terá de se preocupar com os novos empregos privados que eles terão de obter.

Senão a comunidade terá um problema social na mão.

E aí, talvez, estes funcionários não se oponham em perder um emprego público, como hoje.

Se a imprensa não procura as melhores notícias, as melhores ideias, os melhores protagonistas sociais, somente as piores notícias possíveis, criaremos os Jornais do Bairro, da Comunidade, sem as notícias nacionais e internacionais que são publicadas por serem mais baratas.

Se vocês continuarem a ver o mundo como Esquerda e Direita, a Esquerda irá ganhar cada vez mais poder porque ela é centralizadora, ávida por poder e totalmente sem caráter comunitário.

Se vocês pensarem Esquerda-Direita versus Comunitarismo, empoderamento da população, descentralização, gestão localizada, o mundo e o Brasil ainda terão uma chance de sucesso.

 

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Comentários

21 Responses

  1. Concordo plenamente. O Comunismo não é bom por que assim como o capitalismo se não tiver gente sempre inteligente, que se preocupa com o país, vai levar o país para destruição.

  2. o grande mal desse pais foi citado em seu texto, a de que grande parte de nossa
    gente acredita mesmo que a imprensa nos representa, que ela esta ali pra defender os interesses comuns a todos.
    Bobagem, é facil constatar que a imprensa em nosso pais só defende os seus interesses nada como qualquer empresa privada.

    Tenho que discordo de de um ponto: os blogues.

    Muito da salvação de um pensamento livre e inteligente esta saindo do que o Serra chamou de Blogues sujos.

  3. Professor,
    Por mais que eu concorde com suas análises e argumentos, gostaria de acrescentar uma perspectiva que ainda não vi tratada.
    Toda vez que alguém critica/elogia um governo, qualquer que seja o nível, percebo uma indefinição crônica no que significa ‘governo’.
    Afinal, para que nós, do povo, precisamos de um governo? Porque pagaríamos por algo, a não ser que precisemos disso?
    O que se vê, nas propagandas de políticos que pleiteiam nossos votos, é uma ênfase nas promessas de ‘fazer o povo feliz’.
    Isso, no entanto, é simplesmente impossível, além de não ser uma função de governos.
    Queria ver uma lista, numerada, de para que contratamos um governo. Como se fosse uma lista de tarefas para uma faxineira ou jardineiro, por exemplo.
    Se isso existisse, poderíamos verificar se algum item não foi atendido, cobrar a responsabilidade e punir. Sem isso… impossível!
    Uma lição que aprendi na indústria é que o ditado: “As pessoas farão o que se espera delas” está errado. O correto é “As pessoas fazem aquilo que inspecionamos”. (Ditado em inglês: ‘expect/inspect’).

    1. As pessoas se comportam de acordo como são medidas. E nossas medidas estão totalmente desvinculadas dos objetivos. Sintoma claro de não administração.

  4. Discordo dos itens 3 e 4.

    “Hoje quem manda no mundo é a massa, não a elite intelectual e profissional.”

    A influência da mídia sobre a massa é enorme. Rede Globo, Folha, Veja entre outras exercem grande influência e representam o interesse da elite social e não da massa.

    “Todas as soluções dos problemas do Brasil já foram pensadas e resolvidas por alguém”

    Não foram resolvidas. Podem ter sido pensadas, mas sua solução não é de interesse da elite dominante.

    1. Eu entendo que as massas definem algumas coisas, mas quem define como as massas pensam e fazem suas escolhas é o capital o “king cash”, a influencia do poder politico sobre as midias que faz com que esta defina 99 de cada 100 opiniões do individuo comum.
      Kanitz será que essas soluções dos problemas do Brasil que já foram pensadas e resolvidas funcionariam na prática?

    1. Pode até ser cheia de “conselhos” disso ou daquilo, mas quem manda é o presidente do Congresso (chavista) e o atual presidente (também chavista), logo, qualquer solução por lá passa obrigatoriamente pelo crivo dos chavistas… Essa é causa da Venezuela andar pra trás…

  5. Professor,

    Já ouviu falar do Distributismo (não confundir com distribuição de benesses pelos governantes), influenciado principalmente por Hilaire belloc e Chesterton?

    Embora precise de adaptações para uma sociedade baseada mais na informação do que na produção agrícola e industrial, o modelo parece ser algo bem próximo disso que o senhor chama de “Comunitarismo”.

    Um dos pilares é o chamado “princípio da subsidiariedade”, que pode ser resumido na ideia de que os níveis mais altos (governos, aqui também matizados em seus diversos níveis) só devem meter o bedelho nos assuntos que os níveis mais baixos (cidades > bairros > famílias) não conseguem resolver sozinhos. Embora este princípio se baseie na chamada Doutrina Social da Igreja Católica, não é preciso ser católico e nem mesmo crente para verificar que ele pode ajudar a fortalecer as comunidades.

  6. Caro Kanitz,

    Sua proposta esbarra numa contradição fundamental: no comunitarismo, inevitavelmente haverá de surgir uma liderança comunitária para conduzir os interesses da comunidade. Acontece que essa liderança sai do próprio meio que, como vc muito bem demonstrou, apresenta um Q.I. em queda vertiginosa. Assim, essa sua proposta, nada mais é do que uma troca de seis por meia-dúzia, estaríamos trocando um incompetente A por um incompetente B. Minha proposta – absolutamente inexequível e politicamente incorretíssima – é a de entregar a administração do País, em seus vários níveis, a quem tenha curso universitário completo, foilha corrida cristalina, experiência profissional comprovada na área relativa à sua função de no mínimo 20 anos e, cereja no topo, passe por um teste de conhecimentos gerais, demonstrando um adequado nível cultural, cujo conteúdo seria definido por mim mesmo, é claro!

  7. Sou a favor de uma solução comunitarista mas sem o Estado inchado e faminto como o nosso.
    Cada vez mais a Internet vai permitir a descentralização do poder, tanto executivo quanto financeiro. Uma das ferramentas está aí para provar: cripto moedas e a tecnologia blockchain.

  8. É preferível que se empodere o indivíduo e não a coletividade, com leis que preservem a Liberdade o Direito a Propriedade e a Segurança. Se o Estado for encarregado disto, que haja um “Ambiente Jurídico” em que possa surgir novos competidores nestas áreas, forçando a eficiência e a busca pelas melhores práticas.

  9. O comunitarismo do Professor Kanitz me pare como um método de empurrar corda, ora corda só serve para se puxar, nunca para empurrar algo. Quem lideraria a implantação de processos administrativos eficientes como o Professor sempre muito bem coloca?

  10. Saindo do tema em debate, nao posso deixar de ressaltar nessa página o bom nivel, tanto da matéria como dos comentários, procurando soluções para entender a nossa sociedade e como melhorá-la, sem disputa politico-partidária , nem ofensas, nem besteirol. Estarei sempre por aqui

  11. demonstra tamanha corrupçao em tudo nesse brasil demonstra que os novos nao tem medo de politico como antigamente ta na hora da cassa as bruchas do brasil

  12. so se for intelectual de formaçao roubo sem nem ser investigada e se focem nao pediriam ajuda a populaçao de novas ideias nao servem para estar no poder

  13. Caro Dr. Katnitz, o Sr.º conheça o Distributivismo, filosofia socio-econômica inspirado na Doutrina Social da Igreja Católica e defendida por autores proeminentes tais como Chesterton? Faço essa pergunta, por justamente ver grande semelhanças no que o Sr.º define como Comunitarismo com o Distributivismo. Acredito que o termo Esquerda e Direita hoje foi reduzido somente ao que se refere ao socialismo e liberalismo, mas, outrora aqueles que eram nomeados como Conservadores Católicos defendiam justamente esse modelo que o Sr.º também propõem. Tivemos bons escritores brasileiros sobre o assunto, deixo aqui o link para uma resenha sobre o aspecto do pensamento de um deles, o filosofo José Pedro Galvão de Sousa: http://santamariadasvitorias.org/alguns-aspectos-do-pensamento-politico-de-jose-pedro-galvao-de-sousa/

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