Por Que Administração Pública Não Funciona Nem Jamais Funcionará

É muito simples mostrar por que a administração da coisa pública, de governos centralizadores, do Socialismo e do Comunismo não funciona e nunca funcionará.

Bastaria estudar o mínimo da Ciência da Administração, mas que não ensinamos aos nossos alunos no Colegial, preferimos ensinar Geografia.

Parte das funções do Administrador é criar regras, procedimentos, rotinas que serão replicadas nas filiais, nas sucursais, nos pontos de venda, etc.

Regras, por definição, nem sempre são justas, nem sempre devem ser aplicadas, há inúmeras exceções a considerar.

Curiosamente, outra importante função do Administrador é determinar quando essas regras criadas por nós não devem ser obedecidas. Talvez seja isso o que mais fazemos.

Isso não ocorre na Administração Pública, no Socialismo e no Comunismo.

Regras são determinadas por lei, e tem de ser obedecidas sem exceção, com perigo de demissão.

Quando se fala mal da Burocracia é disso que se fala, nada a ver com o que ocorre com empresas bem administradas.

Nas empresas gigantes isso também começa a ocorrer, abrindo espaço para as pequenas e médias.

Para isso você precisa de uma classe de administradores bem treinados, que sabem quando detectar uma exceção, que estudaram Ética, que fizeram juramento de formatura nesse sentido.

Como somos avaliados pelos nossos resultados, se as exceções forem esdrúxulas teremos prejuízo, e seremos detectados.

Na maioria das vezes fazemos um rápido cálculo levando em conta que não abrir uma exceção causaria mais prejuízo ainda, como se indispor com seu melhor cliente.

A grande frustração de todo funcionário público é justamente esta. Eles sabem as injustiças que estão causando, mas nada podem fazer.

Como não existe o conceito de lucro na administração pública, no Socialismo e no Comunismo, não há forma de avaliar essas exceções, nem mesmo para o administrador saber dosar de forma justa e correta.

Funcionário público tem responsabilidades sem nenhuma autoridade, nem mesmo de realocar seu orçamento departamental, trocando uma despesa necessária e urgente, por outra desnecessária.

Ao proibir o ensino da administração nesse país por 30 anos, desde 1945, criamos leis sem pensar a parte operacional.

Criamos uma Constituição sem consultar um único administrador, sem incorporar nenhuma das lições que deveríamos ter aprendido e guardado, mas que a lei 7988/45 sabotou.

O resultado está aí. Um país criado com teorias administrativas do arco da velha, antiquadas e paralisantes.

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Comentários

5 Responses

  1. Professor Kanitz, poderia falar mais um pouco sobre o ” como não existe o conceito de lucro na administração pública..”? Gostaria muito de saber mais sobre isso.

  2. Gostaria que falasse mais sobre o assunto pois foi um texto excelente que não resvalou para os argumentos clichês de sempre sobre o funcionalismo público.

  3. Três fatos implicam no péssimo serviço público brasileiro e todos eles oriundos da burocracia excessiva que, em lugar de punir com seriedade o cidadão que viola regras como exemplo para os demais, tentam cercá-lo ao máximo com normas esdrúxulas com o fim de impedir tal procedimento e que deixam brechas aos interessados e quase nunca funcionam.
    a) O primeiro fato está no modo de contratação que, em lugar de a seleção ocorrer tendo como objetivo o serviço de será de fato executado como procede a iniciativa privada, cria-se avaliações partindo de um conhecimento geral com as chamadas “pegadinhas”, quando os “concurseiros” profissionais levam vantagem sobre profissionais que de fato poderiam executar as funções corretamente; b) não havendo avaliação por meritocracia e o fim da estabilidade não há como se cobrar resultados; e c) a ingerência da política partidária na administração pública.

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